Cerca de 2 mil pessoas têm hiv em Campinas e não sabem, segundo estimativa do Programa Municipal de DST/Aids

02/05/2007

Teste de hiv, além de gratuito, é sigiloso; síndrome tem tratamento gratuito
mas não há cura ou vacina para aids, orientação é  usar camisinha sempre;

A estimativa é do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Campinas, com base em projeções do Ministério da Saúde (MS). De acordo com estes cálculos, só em Campinas, cerca de 2.000 mil pessoas têm o vírus hiv e não sabem.

Quanto mais cedo a pessoa que tem o vírus souber que vive com o hiv, melhor poderá ser o seu tratamento e maior será a potencial redução de transmissão do mesmo a outras pessoas. A aids tem tratamento, mas não existe cura para a síndrome. Em Campinas, tanto o teste de hiv e sífilis como o tratamento, gratuito, podem ser feitos através do Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids.

O tratamento será realizado no Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids, uma unidade pública, do SUS (Sistema Único de Saúde) que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 20h, exceto aos feriados. Para fazer o teste as pessoas devem procurar o Centro de Referência, localizado à Rua Regente Feijó, 637, Centro, próximo ao Terminal 2 e Terminal Central de ônibus.

O telefone, para saber mais informações sobre o teste de hiv, e também de sífilis (uma doença sexualmente transmissível) é o (19) 3236 - 3711. O teste é gratuito, anônimo e sigiloso. Só quem faz o exame fica sabendo o resultado. O tratamento, através do coquetel de medicamentos (antirretrovirais) é oferecido gratuitamente, no Centro de Referência e pode ser iniciado imediatamente.

O teste de hiv e sífilis também pode ser feito em qualquer Centro de Saúde (CS) de Campinas. Para saber mais sobre aids e outras dst, a população também pode informar-se através do 0800 61 1997, o "Disque-Saúde" do Ministério da Saúde, ou pelo telefone 0800 16 25550, telefone do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo.

A melhor forma de prevenção à aids é o uso de camisinhas (preservativos) em todas as relações sexuais. Camisinhas podem ser retiradas gratuitamente em Campinas em qualquer Centro de Saúde, ou no Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids.

Na internet, o portal www.aids.gov.br , do Programa Nacional de DST/Aids também oferece informações sobre doenças sexualmente transmissíveis e aids. Para saber mais sobre aids e sobre o Centro de Referência de DST/Aids de Campinas o telefone é o (19) 3234 – 5000.

Situação epidemiológica

De acordo com dados divulgados no dia 30 de novembro de 2006, pelo Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria de Saúde, Campinas tem 4.763 casos de aids notificados no município desde a década de 80, início da epidemia até o final de novembro do ano passado.

A epidemia de aids se apresenta estável no município, com declínio para algumas categorias –como usuários de drogas injetáveis (udi). A letalidade é considerada bastante reduzida no município, e está atualmente em 7%.

Dentro desta estabilidade existem movimentações importantes, como o crescimento persistente entre as mulheres –a feminilização da epidemia– em que a principal categoria de exposição (a forma de transmissão) é por relações heterossexuais. Esta tendência também é verificada nas demais regiões do Brasil.

Além disso, nos últimos anos, começaram a aparecer casos entre pessoas acima de 50 anos numa velocidade pelo menos 2,5 vezes maior que nas outras faixas etárias e ainda mais velozmente entre as mulheres acima de 50 anos.

Segundo a enfermeira sanitarista Maria Cristina Ilario, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas, de acordo com dados epidemiológicos dos últimos cinco anos, a epidemia voltou a intensificar –ou seja: recrudesceu– entre homens homossexuais jovens.

Em relação à distribuição por sexo, no início da epidemia havia uma predominância grande de casos no sexo masculino sobre os casos no sexo feminino. Em 1987, para cada 11 homens com Aids havia uma mulher (11/1). Atualmente, a razão é de 1,5/1. Quase um por um. "Isto mostra o quanto a epidemia cresce mais rapidamente entre mulheres", disse Cristina Ilario.

Segundo a sanitarista, a análise dos dados é fundamental no sentido de incrementar as ações educativas e de prevenção. "A Aids, como toda doença, tem uma epidemiologia dinâmica em função das mudanças tecnológicas, culturais, demográficas entre outras. É importante estarmos atentos para estas mudanças para que possamos ser mais efetivos nas medidas de controle que incluem também e principalmente orientação à população e priorização de grupamentos sociais para enfocar medidas de prevenção", afirma Maria Cristina.

Para saber mais sobre a tendência da epidemia em Campinas, profissionais de saúde, estudantes, jornalistas e a população que tiver acesso à internet deve consultar o Boletim Epidemiológico de março de 2006, onde a análise da epidemia continua atual, apesar de   trazer dados somente até 2005.

O Boletim Epidemiológico pode ser acessado através deste link [clique aqui] ou https://saude.campinas.sp.gov.br/boletins/boletim_epidem_mar06.pdf .

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