Bloqueio químico contra a dengue deve atingir 6,5 mil casas na região sudoeste até sexta-feira

07/05/2007

Campinas inicia nesta segunda-feira, dia 7 de maio, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, bloqueio químico contra a dengue em bairros da região sudoeste, que neste momento é área de maior transmissão da doença no município. A medida integra os trabalhos de intensificação da ofensiva contra o mosquito Aedes aegypti na cidade.

O objetivo é trabalhar, até sexta-feira, dia 11 de maio, 6,5 mil domicílios nos bairros Jardim Novo Campos Elíseos - da rua Cosmópolis até o Residencial Souza Queiroz -, Jardim Santa Amália, Jardim Aerocontinental, Jardim Maria Eugênia, Country Vile, Jardim Márcia, Ocupação do Jardim Ieda, Jardim Capivari e uma outra área do Jardim Novo Campos Elíseos - da rua Piracicaba até a rua Aguinaldo Saturnino.

“É necessário que as pessoas recebam as equipes. Os moradores são informados um dia antes sobre como preparar seu imóvel para a ação”, afirma o médico veterinário Cláudio Luiz Castagna, da Vigilância em Saúde (Visa) Sudoeste.

Cláudio informa que a nebulização de inseticida é uma ação dentro de um conjunto de muitas outras utilizadas no combate à dengue, mas não é uma medida milagrosa. Segundo o veterinário, existe uma expectativa grande da população de que a aplicação de inseticida é definitiva para o controle da dengue.

“Mas este raciocínio é equivocado. A nebulização é utilizada para bloquear a transmissão da doença e não é eficaz quando adotada como medida única e principalmente se as pessoas continuarem a acumular latinhas, potes, garrafas e qualquer outro recipiente que acumule água. Se os criadouros forem mantidos, o mosquito volta a se proliferar em poucos dias após a nebulização. Portanto, inviabilizar e eliminar criadouros é regra de todo dia, mesmo após a nebulização”, diz Cláudio.

Outras medidas. Nesta semana, além da nebulização, acontecem arrastões de criadouros com busca ativa de suspeitos de dengue e ações de comunicação, informação e educação em saúde em todas as regiões da cidade.

Nesta segunda-feira, dia 7, as ações foram desenvolvidas na região leste, na Vila Nova, e na região sul. Amanhã, dia 8, as atividades ocorrem na região noroeste, no Jardim Londres, e na região norte, no Jardim Campineiro e na área do Centro de Saúde Santa Mônica.

Na quarta-feira, serão desenvolvidos trabalhos na região norte, na abrangência dos Centros de Saúde Rosália e Boa Vista e no Núcleo Residencial do Jardim Eulina. Na área do Rosália, vão ser trabalhados três casas e um terreno abandonados.

Na quinta-feira, dia 10, serão promovidos arrastões nas regiões sudoeste - no Jardim Cristina -, sul e noroeste. Na sexta-feira, 11, de novo as equipes atuam nas regiões sul e sudoeste.

Balanço das ações. Na segunda-feira e quarta-feira da semana passada, dias 31 de abril e 2 de maio, com o reforço de 130 homens do Exército e o apoio de outros órgãos municipais, a Secretaria de Saúde visitou 5.231 endereços na Vila Padre Anchieta e no Jardim Eulina, na região norte de Campinas. O trabalho deles foi focado na retirada de criadouros. Os soldados também fizeram manutenção de caixa d´água, com telamento dos reservatórios.

Com o mesmo contingente de soldados, a Secretaria desenvolveu ações na região sul de Campinas, na quinta-feira e na sexta-feira, dias 3 e 4. Os trabalhos atingiram milhares de residências na abrangência dos Centros de Saúde São Domingos, Faria Lima, São Vicente, Santa Odila, Vila Ipê, Carvalho de Moura, Orosimbo Maia e Santa Odila.

Situação da doença. Desde janeiro, Campinas notificou 11.434 casos de dengue, sendo que, deste total, foram processados pelo Instituto Adolfo Lutz pouco mais de 5 mil exames, entre os quais foram confirmados 2.556 casos, sendo 1.922 de residentes de Campinas, 444 de outros municípios e 190 que ainda estão em investigação quanto ao local de moradia.

Entre os casos de moradores de Campinas, foram confirmados dois casos da forma hemorrágica e há outros 17 prováveis entre os quais um óbito. Os casos prováveis são aqueles que estão aguardando confirmação sorológica ou ratificação pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE). Também foram registrados quatro casos de dengue com complicação, além de outros seis que estão em investigação, com um óbito.

Entre os casos de moradores de outros municípios atendidos em Campinas, há dois casos hemorrágicos confirmados, sendo 1 óbito, e nove casos prováveis. Também há três casos de dengue com complicação, entre os quais 1 óbito.

Denize Assis

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