Campinas reforça medidas de controle da caxumba

14/05/2007

Campinas vai reforçar as medidas de controle do surto de caxumba na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde foram notificados 45 casos da doença desde meados de março. A partir da próxima quarta-feira, dia 16 de maio, e até dia 22 vão ser disponibilizados mais dois postos de vacinação, nos dois restaurantes instalados no campus.

Até então, a vacina estava disponível no Centro de Atendimento da Comunidade (Cecom/Unicamp) e no Centro de Saúde (CS) de Barão Geraldo. Também será disponibilizado um posto de vacinação no sábado, dia 19, das 10h às 15h, na moradia da universidade.

A estratégia foi decidida em reunião na última sexta-feira, dia 11, após avaliação de técnicos da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), da Vigilância em Saúde (Visa) Norte, do Centro de Saúde de Barão Geraldo, do Cecom/Unicamp e do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) XVII da Secretaria de Estado da Saúde.

O objetivo é vacinar toda a comunidade acadêmica, entre estudantes, funcionários e professores. A expectativa é de que 10 mil pessoas recebam a tríplice viral – contra caxumba, rubéola e sarampo. Até o dia 8, foram aplicadas 4,7 mil doses.

“Nosso objetivo é vacinar um número grande de pessoas num curto espaço de tempo”, afirma a enfermeira sanitarista Brigina kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Covisa.

Devem receber a vacina todas as pessoas maiores de 7 anos e adultos nascidos a partir de 1960 que não comprovem, mediante apresentação de caderneta de vacinação, duas doses de vacina tríplice viral com intervalo mínimo de 30 dias.

Faccamp. Após a notificação do surto na Unicamp, a Covisa notificou um outro surto de caxumba, na Faculdade de Campinas (Faccamp), onde foram registrados 9 casos da doença. Imediatamente após a notificação, as autoridades sanitárias desencadearam no campus vacinação de bloqueio aos comunicantes. Foram aplicadas 1.386 doses da tríplice viral.

Além da vacinação, as medidas de controle dos surtos nas duas universidades incluem ações de educação em saúde, informação e mobilização social. Como decisão da reunião de última sexta-feira, as Vigilâncias em Saúde (Visas) também vão promover busca ativa de casos de caxumba em outras universidades de Campinas.

Saiba mais. A caxumba é uma doença aguda, de transmissibilidade alta, causada por um vírus que provoca febre e inflamação das glândulas salivares (parotidite). A transmissão se dá pelo contato direto com uma pessoa infectada. É considerada uma doença benigna e as complicações – como orquite, meningite viral e pancreatite – são excepcionais.

A caxumba, isoladamente, não é de notificação compulsória. No entanto, a ocorrência de surtos e epidemias deve ser devidamente registrada e acompanhada para que se conheça melhor o comportamento da doença.

Segundo Brigina Kemp, surtos de caxumba entre escolares ou em outros locais com agrupamento de adultos e adolescentes, mesmo com altas coberturas vacinais, têm sido verificados não somente no Brasil, mas em outros países.

“As falhas primárias são responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão”, afirma. A enfermeira sanitarista explica que falha primária ocorre quando a pessoa não responde adequadamente à vacina. “Por isso, para resgatar possíveis falhas primárias e evitar a ocorrência de surtos, a partir de 2004, o Ministério da Saúde introduziu no calendário vacinal a segunda dose (reforço) da tríplice viral entre 4 e 6 anos de idade”, diz. A primeira dose – que deve ser aplicada quando a criança completa 1 ano – foi introduzida na rotina dos centros de saúde em todo Brasil na década de 90.

O último surto de caxumba notificado em Campinas foi em 2002.

Denize Assis

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