A
Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da
Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), notificou
na última terça-feira, 15 de maio, casos de caxumba nos
campus 1 e campus central da Pontifícia Universidade
Católica (Puc-Campinas). Foram registrados dois e quatro
casos, respectivamente.
Para
bloquear a transmissão, a Secretaria, por meio da
Vigilância em Saúde (Visa) Leste, vai promover no campus
1, nas próximas terça-feira, quarta-feira e
quinta-feira, dias 22, 23 e 24 de maio, vacinação com a
tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) de
todos alunos, professores e funcionários considerados
suscetíveis.
São
considerados suscetíveis todas as pessoas maiores de 7
anos e adultos nascidos a partir de 1960 que não
comprovem, mediante apresentação de caderneta de
vacinação, duas doses de vacina tríplice viral com
intervalo mínimo de 30 dias. Além da vacinação, também
serão desencadeadas ações de educação em saúde,
informação e mobilização social.
A
vacinação vai ocorrer na praça de alimentação e na
Faculdade de Educação Física, das 7h30 às 13h30 e das
18h30 às 21h30. A expectativa é vacinar a maioria dos 14
mil integrantes da comunidade do campus 1. Quem tiver a
carteira de vacinas, deve levá-la.
Para o
bloqueio, foram solicitadas 14 mil doses da vacina ao
Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) XVII da
Secretaria de Estado da Saúde. A Secretaria de Saúde vai
mobilizar 10 servidores para a ação, que vai contar com
a colaboração da Universidade, por meio da Faculdade de
Enfermagem. A Pró-reitoria de Administração vai apoiar a
ação com a divulgação das informações entre a comunidade
acadêmica.
No campus
central, a medida ainda está sendo planejada já que
depende da notificação de casos recentes. “A indicação
de bloqueio vacinal é para a ocorrência de casos nos
últimos 21 dias e os quatro casos registrados no local
ocorreram há mais de três semanas, embora tenham chegado
ao conhecimento da Vigilância em Saúde esta semana”, diz
a enfermeira sanitarista Thaís Fernanda Tegan Klemz, da
Visa Leste.
Thaís
informa que a caxumba, isoladamente, não é de
notificação compulsória. “No entanto, a ocorrência de
surtos e epidemias deve ser devidamente registrada e
acompanhada para que se conheça melhor o comportamento
da doença”, afirma.
A
enfermeira orienta alunos, professores e funcionários
que estejam com caxumba ou que tenham tido a doença
recentemente e que têm amigos doentes ou que tenham
adoecido de caxumba que informem os ambulatórios
instalados nos campi da universidade. A orientação vale
para outras instituições universitárias, que devem
informar a Vigilância em Saúde da ocorrência de casos
para as devidas providências.
Outras
ocorrências. Nos últimos dias, a Secretaria de Saúde
notificou surtos de caxumba na Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) e na Faculdade de Campinas (Facamp),
onde foram registrados 46 e 12 casos, respectivamente.
As medidas de bloqueio nos dois locais já foram
desencadeadas. Na Unicamp, devido à amplitude da
instituição, a medida foi reforçada a partir de hoje,
dia 16, com mais postos e equipes de vacinação. Somente
hoje, foram aplicadas 500 doses de vacina. No total, já
foram vacinados mais de 5 mil pessoas.
O reforço
vai até dia 22, com exceção do sábado e domingo. Neste
período, vão ser disponibilizados dois postos de
vacinação nos dois restaurantes instalados no campus.
Até então,
a vacina estava disponível no Centro de Atendimento da
Comunidade (Cecom/Unicamp) e no Centro de Saúde (CS) de
Barão Geraldo. Também será disponibilizado um posto de
vacinação no sábado, dia 19, das 10h às 15h, na moradia
da universidade.
Na Facamp,
o bloqueio já foi encerrado e foram aplicadas 1.386
doses da tríplice viral.
Saiba
mais. A caxumba é uma doença aguda, de
transmissibilidade alta, causada por um vírus que
provoca febre e inflamação das glândulas salivares
(parotidite). A transmissão se dá pelo contato direto
com uma pessoa infectada. É considerada uma doença
benigna e as complicações – como orquite, meningite
viral e pancreatite – são excepcionais.
Segundo a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da
Vigilância Epidemiológica de Campinas, surtos de caxumba
entre escolares ou em outros locais com agrupamento de
adultos e adolescentes, mesmo com altas coberturas
vacinais, têm sido verificados não somente no Brasil,
mas em outros países.
“As falhas
primárias são responsáveis pela manutenção da cadeia de
transmissão”, afirma. A enfermeira sanitarista explica
que falha primária ocorre quando a pessoa não responde
adequadamente à vacina. “Por isso, para resgatar
possíveis falhas primárias e evitar a ocorrência de
surtos, a partir de 2004, o Ministério da Saúde
introduziu no calendário vacinal a segunda dose
(reforço) da tríplice viral entre 4 e 6 anos de idade”,
diz. A primeira dose – que deve ser aplicada quando a
criança completa 1 ano – foi introduzida na rotina dos
centros de saúde em todo Brasil na década de 90.
O último
surto de caxumba notificado em Campinas foi em 2002.
Denize
Assis