A Secretaria de Saúde
de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa) Leste,
iniciou na manhã desta terça-feira, dia 22 de maio,
vacinação de bloqueio contra a caxumba no campus 1 da
Pontifícia Universidade Estadual de Campinas (Puc-Campinas),
onde foram diagnosticados dois casos da doença. A ação conta
com apoio de alunos da Faculdade de Enfermagem da
universidade.
A vacinação acontece
hoje, amanhã e quinta-feira, dias 22, 23 e 24 de maio, em
dois locais, na praça de alimentação e na Faculdade de
Educação Física. Os postos vão funcionar das 7h30 às 13h30 e
das 18h30 às 21h30.
A expectativa é vacinar
com a tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) a
maioria das 14 mil pessoas que freqüentam o campus. No total
a comunidade acadêmica do campus 1 é composta por 14 mil
pessoas entre alunos, professores e funcionários. Quem tiver
a carteira de vacinas, deve levá-la. A dose é gratuita.
Devem receber a vacina
todas as pessoas nascidas a partir de 1960 que não tiveram a
doença e que não comprovem, mediante apresentação de
caderneta de vacinação, duas doses de vacina tríplice viral
com intervalo mínimo de 30 dias. Além da vacinação, também
estão sendo desencadeadas ações de educação em saúde,
informação e mobilização social.
Campus central.
A Secretaria de Saúde também vai promover bloqueio vacinal
contra a caxumba no Campus Central da Puc-Campinas nos dias
29 e 30 de maio. No local, foram registrados quatro casos da
doença. A vacinação vai ocorrer das 8h às 12h e das 18h30 às
21h30, no ambulatório. A comunidade do campus central é
composta por 2.850 alunos, professores e funcionários.
Unicamp. Na
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde há 52
casos notificados de caxumba, o bloqueio vacinal - que
terminaria hoje - vai ser prorrogado até sexta-feira, dia 25
de maio. O objetivo é aumentar o número de pessoas vacinadas
já que, segundo o último balanço, aproximadamente 7 mil
pessoas receberam a vacina no campus.
Para ampliar o acesso
do público alvo, a Visa Norte e o Centro de Atendimento da
Comunidade (Cecom/Unicamp) ampliaram de três para sete os
pontos de vacinação. Os postos estão nos dois restaurantes
da universidade, no Ciclo Básico, na Faculdade de Educação
Física e nas duas entradas do Hospital das Clínicas (F1 e
F2), além de um posto volante que está percorrendo locais
mais distantes.
Também estão sendo
distribuídos folhetos com informações sobre a doença e a
necessidade de vacinação no campus.
Saiba mais. A
caxumba é uma doença aguda, de transmissibilidade alta,
causada por um vírus que provoca febre e inflamação das
glândulas salivares (parotidite). A transmissão se dá pelo
contato direto com uma pessoa infectada. É considerada uma
doença benigna e as complicações – como orquite, meningite
viral e pancreatite – são excepcionais.
Segundo a enfermeira
sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância
Epidemiológica de Campinas, surtos de caxumba entre
escolares ou em outros locais com agrupamento de adultos e
adolescentes, mesmo com altas coberturas vacinais, têm sido
verificados não somente no Brasil, mas em outros países como
Canadá e Espanha.
Em Campinas, este ano,
os primeiros casos foram identificados entre estudantes da
Unicamp. O último surto de caxumba notificado no município
ocorreu em 2002.
“As falhas primárias
são responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão”,
afirma. A enfermeira sanitarista explica que falha primária
ocorre quando a pessoa não responde adequadamente à vacina.
“Por isso, para resgatar possíveis falhas primárias e evitar
a ocorrência de surtos, a partir de 2004, o Ministério da
Saúde introduziu no calendário vacinal a segunda dose
(reforço) da tríplice viral entre 4 e 6 anos de idade”, diz.
A primeira dose – que deve ser aplicada quando a criança
completa 1 ano – foi introduzida na rotina dos centros de
saúde em todo Brasil na década de 90 e teve um impacto
grande na doença.
A Coordenadoria de
Vigilância em Saúde (Covisa) informa que todas as unidades
de saúde devem estar atentas à ocorrência de caxumba e
registrar e notificar os casos para que as medidas de
controle sejam desencadeadas rapidamente.
Denize Assis