Campus 1 da Puc recebe bloqueio contra caxumba

22/05/2007

Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde há 52 casos notificados da doença,
o bloqueio vacinal - que terminaria hoje - vai ser prorrogado até sexta-feira, dia 25 de maio

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa) Leste, iniciou na manhã desta terça-feira, dia 22 de maio, vacinação de bloqueio contra a caxumba no campus 1 da Pontifícia Universidade Estadual de Campinas (Puc-Campinas), onde foram diagnosticados dois casos da doença. A ação conta com apoio de alunos da Faculdade de Enfermagem da universidade.

A vacinação acontece hoje, amanhã e quinta-feira, dias 22, 23 e 24 de maio, em dois locais, na praça de alimentação e na Faculdade de Educação Física. Os postos vão funcionar das 7h30 às 13h30 e das 18h30 às 21h30.

A expectativa é vacinar com a tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) a maioria das 14 mil pessoas que freqüentam o campus. No total a comunidade acadêmica do campus 1 é composta por 14 mil pessoas entre alunos, professores e funcionários. Quem tiver a carteira de vacinas, deve levá-la. A dose é gratuita.

Devem receber a vacina todas as pessoas nascidas a partir de 1960 que não tiveram a doença e que não comprovem, mediante apresentação de caderneta de vacinação, duas doses de vacina tríplice viral com intervalo mínimo de 30 dias. Além da vacinação, também estão sendo desencadeadas ações de educação em saúde, informação e mobilização social.

Campus central. A Secretaria de Saúde também vai promover bloqueio vacinal contra a caxumba no Campus Central da Puc-Campinas nos dias 29 e 30 de maio. No local, foram registrados quatro casos da doença. A vacinação vai ocorrer das 8h às 12h e das 18h30 às 21h30, no ambulatório. A comunidade do campus central é composta por 2.850 alunos, professores e funcionários.

Unicamp. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde há 52 casos notificados de caxumba, o bloqueio vacinal - que terminaria hoje - vai ser prorrogado até sexta-feira, dia 25 de maio. O objetivo é aumentar o número de pessoas vacinadas já que, segundo o último balanço, aproximadamente 7 mil pessoas receberam a vacina no campus.

Para ampliar o acesso do público alvo, a Visa Norte e o Centro de Atendimento da Comunidade (Cecom/Unicamp) ampliaram de três para sete os pontos de vacinação. Os postos estão nos dois restaurantes da universidade, no Ciclo Básico, na Faculdade de Educação Física e nas duas entradas do Hospital das Clínicas (F1 e F2), além de um posto volante que está percorrendo locais mais distantes.

Também estão sendo distribuídos folhetos com informações sobre a doença e a necessidade de vacinação no campus.

Saiba mais. A caxumba é uma doença aguda, de transmissibilidade alta, causada por um vírus que provoca febre e inflamação das glândulas salivares (parotidite). A transmissão se dá pelo contato direto com uma pessoa infectada. É considerada uma doença benigna e as complicações – como orquite, meningite viral e pancreatite – são excepcionais.

Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, surtos de caxumba entre escolares ou em outros locais com agrupamento de adultos e adolescentes, mesmo com altas coberturas vacinais, têm sido verificados não somente no Brasil, mas em outros países como Canadá e Espanha.

Em Campinas, este ano, os primeiros casos foram identificados entre estudantes da Unicamp. O último surto de caxumba notificado no município ocorreu em 2002.

“As falhas primárias são responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão”, afirma. A enfermeira sanitarista explica que falha primária ocorre quando a pessoa não responde adequadamente à vacina. “Por isso, para resgatar possíveis falhas primárias e evitar a ocorrência de surtos, a partir de 2004, o Ministério da Saúde introduziu no calendário vacinal a segunda dose (reforço) da tríplice viral entre 4 e 6 anos de idade”, diz. A primeira dose – que deve ser aplicada quando a criança completa 1 ano – foi introduzida na rotina dos centros de saúde em todo Brasil na década de 90 e teve um impacto grande na doença.

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) informa que todas as unidades de saúde devem estar atentas à ocorrência de caxumba e registrar e notificar os casos para que as medidas de controle sejam desencadeadas rapidamente.

Denize Assis

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