Equipes de saúde definem ações da internação domiciliar em Campinas

27/05/2008

Autor: Denize Assis

A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas mobilizou cerca de 100 profissionais nesta terça-feira, 27 de maio, no Hotel Nacional Inn, no primeiro dia de trabalhos do Plano de Ações e Metas (PAM) do Serviço de Assistência e Internação Domiciliar (SAID) para o período 2008/2009.

O evento reuniu técnicos e gestores da rede pública municipal de saúde, profissionais dos Hospitais Mário Gatti, Celso Pierro e Hospital de Clínicas (HC) e representantes dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) para definir e pactuar em conjunto ações prioritárias a serem executadas no próximo período.

O secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, ressaltou, durante a abertura do evento, a importância do SAID. “Tenho muito claro a importância deste serviço que humaniza a atenção ao paciente que precisa de cuidados mais complexos e diários, mas sem a necessidade de hospitalização. O SAID é prioridade nesta gestão. A internação domiciliar é um dos componentes da Política Municipal de Atenção ao Idoso e atende à diretriz de fortalecimento da Política Nacional de Atenção ao Idoso”, disse.

O secretário informou que o SAID/Campinas é referência por ser pioneiro no País e por atender 100% do seu território. Além disso, é monitorado pelo Ministério da Saúde como modelo para o Projeto de Implantação de Atenção Domiciliar em todo País. “Portanto, trata-se de um serviço que também gera conhecimento e é modelo de gestão”, afirmou.

Durante o PAM estão sendo discutidos os seguintes eixos temáticos: Organização e gestão do SAID no município de Campinas; Assistência domiciliar no contexto da atenção integral; e Mobilização, participação e controle social.

Segundo a terapeuta ocupacional sanitarista Mônica Macedo Nunes, coordenadora da Atenção Domiciliar da Secretaria de Saúde de Campinas, a expectativa com o PAM é pactuar com todos os envolvidos na assistência e internação domiciliar no sentido de qualificar a assistência, com incremento de recursos humanos e outros; disparar processos não somente de fluxo mas de assistência, estabelecendo redes; e promover o olhar ampliado de rede.

Mônica lembrou que o SAID de Campinas foi tomado como referência pelo Ministério da Saúde para a elaboração da portaria 2529, por ser um dos mais bem estruturados no país. “Os avanços foram muitos em 15 anos. Este PAM, que surgiu de uma decisão da Câmara Técnica do SAID, é um dos êxitos. Estamos discutindo aqui infra-estrutura, recursos humanos, assistência e outros pontos”, disse.

Mônica informou que a Política Nacional de Internação Domiciliar, instituída pela portaria 2529, tem os seguintes efeitos: evita a hospitalização desnecessária, oferta uma alternativa de assistência mais adequada; promove a humanização do cuidado; resgata a autonomia do usuário e da família; permite processos de ‘alta assistida’, reduzindo o tempo de internação hospitalar; propicia o alcance de períodos maiores entre as intercorrências hospitalares em pacientes crônicos; e reduz o sofrimento de forma humanizada em situação de cuidados paliativos.

SAID Modelo. O SAID teve início em Campinas há 15 anos na região Sul da cidade e, atualmente, atende pacientes em todas as regiões da cidade, incluindo casos de maior complexidade. O serviço atende pacientes que precisam de cuidados especializados, mas não da internação hospitalar. Recebem atendimento, portanto, em suas próprias casas.

Além dos idosos, têm prioridade no atendimento domiciliar os portadores de doenças crônico-degenerativas agudizadas e clinicamente estáveis; as pessoas que necessitam de cuidados paliativos; e aquelas com incapacidade funcional provisória ou permanente, com internações prolongadas ou reinternações, que demandem atenção constante.

O objetivo é propiciar atendimento humanizado que melhore a recuperação, permitindo maior autonomia aos pacientes e às famílias durante o tratamento. Com isso, a expectativa é permitir a otimização na utilização dos leitos hospitalares e reduzir o risco de intercorrências e infecções de pacientes em longas internações com cuidados de média complexidade (consultas, exames e alguns procedimentos cirúrgicos).

O atendimento no lar é feito por equipes multidisciplinares composta cada uma por médico, fisioterapeuta, enfermeiro, auxiliar e técnico de enfermagem, nutricionista, assistente social e fonoaudiólogo. As visitas são periódicas e o intervalo entre uma e outra depende do quadro clínico de cada paciente.

A necessidade do atendimento em casa é avaliada pelo hospital ou pela unidade de atendimento de urgência, no momento da alta, pelo Centro de Saúde e, em alguns casos, é realizada triagem.

A próxima etapa do PAM/SAID ocorre no dia 3 de junho também no Nacional Inn, na avenida Benedicto Campos, 35, Jardim do Trevo. Nesta última etapa será discutida a alocação de recursos nas ações e metas estabelecidas.

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