Debates buscam redução da mortalidade materna

28/05/2009

Autor: Bruno Sgambato

Devido à comemoração do Dia Nacional da Mortalidade Materna, 28 de maio, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) se reúne na manhã desta quinta-feira, com a direção dos hospitais públicos e privados, com a Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas e com a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo para estabelecer estratégias conjuntas para o enfrentamento do problema.

O encontro será realizado das 9h às 12h, nas dependências da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas, localizada à rua Dr.Delfino Cintra, 63, Centro.

A mortalidade materna é uma realidade no mundo inteiro. Nos países desenvolvidos, por exemplo, para cada 100 mil nascidos vivos 20 mulheres vem a óbito. No Brasil, este índice está estagnado em torno de 150 mortes para 100 mil nascidos vivos. Já em Campinas são 27,7 mortes para 100 mil nascidos vivos.

De acordo com o coordenador da saúde da mulher e médico mastologista, Fernando Brandão, esse índice é considerado moderado para a Organização Mundial de Saúde (OMS). “O foro de debates vai ser realizado justamente para melhorar esse índice”, disse.

A OMS considera aceitável o índice de 20 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos; entre 20 e 49 mortes, o índice é considerado médio; entre 50 e 149 mortes é alto e, acima de 150, muito alto.

Para Brandão, só as ações com as mulheres atendidas pela rede pública não bastam para reduzir o índice de mortalidade materna em Campinas, pois cerca de 50% da população tem convênio médico, o que dificulta um acompanhamento das mulheres durante as gestações.

Causas

Há oito anos foi criado em Campinas um Comitê Municipal de Mortalidade Materna que realiza um trabalho de busca em relação ao óbito de mulheres. A morte materna é causada por problemas relacionados à gravidez ou ao parto ocorrido até 42 dias depois e, segundo a OMS, mais de meio milhão de mulheres morrem a cada ano.

As principais causas da mortalidade materna são a hipertensão arterial, a hemorragia, as complicações decorrentes do aborto realizado em condições inseguras, a infecção pós-parto e as doenças do aparelho respiratório. A realização de exames simples pode prevenir complicações para a gestante e para o bebê. Por vezes, as mulheres correm riscos porque não se sabe que elas têm pressão alta ou diabetes.

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