Campinas alerta para maior gravidade da dengue

21/05/2010

Autor: Denize Assis

Conforme a Secretaria Municipal de Saúde já havia alertado, Campinas enfrenta neste ano de 2010 uma epidemia de dengue com casos mais graves do que em anos anteriores. Esta situação epidemiológica já era esperada devido à circulação concomitante de mais de um sorotipo e a epidemias subseqüentes com alternância de sorotipos.

“Está havendo circulação dos sorotipos DEN-1 e DEN-2 e o município já enfrentou três epidemias, em 1998, 2002 e 2007, com alternância de sorotipos e há um contingente grande de pessoas anteriormente expostas. Este conjunto de fatores aumenta a capacidade de propagação do vírus na comunidade e também predispõe à ocorrência de casos graves. Neste contexto, é esperado o aumento de casos com maior severidade, inclusive com possibilidade das formas hemorrágicas”, diz o médico sanitarista da Vigilância em Saúde André Ricardo Ribas Freitas, coordenador do Programa Municipal de Controle da Dengue.

Diante deste quadro é fundamental qualificar o atendimento para os profissionais de saúde estarem mais sensíveis, mais atentos e conhecerem todos os sinais de alerta. “Avaliação clínica adequada, incluindo aferição de pressão em duas posições, e exames simples como hemograma e dosagem de albumina possibilitam identificar sinais de gravidade com precocidade, tratar e acompanhar o paciente reduzindo a letalidade da dengue”, diz André.

Segundo o sanitarista, dentro desta linha de trabalho, nesta sexta-feira, 21 de maio, às 13h30, no Salão Vermelho da Prefeitura, ocorre mais um evento com o objetivo de discutir a qualificação da assistência aos pacientes com suspeita da doença. O público alvo são os diretores clínicos e coordenadores de plantão das instituições públicas e privadas de saúde.

“É necessário definir estratégias de qualificação da rede pública e privada para enfrentamento da dengue. Nossa expectativa é de uma grande adesão”, diz André.

Profissionais de saúde que quiserem consultar o protocolo de assistência ao paciente com dengue podem acessar o site www.campinas.sp.gov.br/saude

Situação epidemiológica. Este ano, em Campinas, foram confirmados 1.320 casos de pessoas que adoeceram com dengue na cidade. Deste total, doze foram de dengue com complicações e quatro de febre hemorrágica, sendo três autóctones e um importado da Bahia.

Entre os três casos autóctones da forma hemorrágica, duas pessoas morreram, sendo que um caso foi confirmado nesta quinta-feira, dia 20 de maio. Trata-se de uma mulher de 34 anos que residia na região sudoeste da cidade. Ela recebeu atendimento no sistema privado de saúde e morreu dia 14 de maio.

O primeiro óbito ocorreu em 4 de abril e refere-se a um homem de 66 anos, morador da região noroeste de Campinas. Ele tinha hipertensão e diabetes (fatores de risco para gravidade).

Também está em investigação um terceiro óbito com sintomas sugestivos de dengue. Trata-se de um homem adulto que morava na região sudoeste da cidade e morreu dia 9 de abril.

Volta ao índice de notícias