Campinas participa do IV Encontro sobre Tuberculose no Rio de Janeiro

25/05/2010

Autor: Marco Aurélio Capitão

Maria Alice Satto, enfermeira sanitarista do Programa de Tuberculose da Secretaria Municipal de Saúde, vai representar Campinas no IV Encontro Nacional de Tuberculose, que acontece entre os dias 26 e 29 de maio no Rio de Janeiro. “Os desafios do Brasil na luta contra tuberculose” é o tema desse encontro que acontece a cada dois anos, desde 2004. Segundo Dráurio Barreira, coordenador do Programa Nacional Contra a Tuberculose (PNCT), o evento vai discutir políticas públicas de combate à doença, que ainda atinge milhares de brasileiros por ano.

Segundo Maria Alice Satto, Campinas tem avançado na luta contra a doença. Ela lembra que este ano, o Laboratório Municipal de Análises Clínicas de Campinas foi premiado como a instituição que mais realizou exames de escarro no estado. Também merece destaque o trabalho desenvolvido pelo Programa Municipal de DST/Aids que, por meio de programas de incentivo, tem conseguido reduzir o índice de abandono do tratamento.

De acordo com o último relatório divulgado pela Vigilância em Saúde de Campinas, em números absolutos, Campinas tem registrado uma média de 300 novos casos de tuberculose anualmente. Com base no ano de 2008, 36% dos pacientes receberam tratamento supervisionado – quando o profissional de saúde vê a pessoa tomar a medicação ou em casa ou no serviço de saúde -, sendo que neste grupo a cura foi de 84% enquanto que a taxa de cura do total de pacientes não supervisionados foi de 74%. A taxa de abandono do tratamento está em 9%.

Mais sobre a doença. A tuberculose é uma doença infecciosa, de evolução crônica, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que ataca o pulmão e outros órgãos. Tosse seca ou com catarro por mais de três semanas, emagrecimento, dor no peito, falta de ar, falta de apetite, febre baixa no fim do dia, suores noturnos devem ser investigados, sob pena de a doença deixar seqüelas e, sem tratamento, continuar a ser transmitida. A interrupção na transmissão só se dá entre 15 dias e 30 dias depois de iniciado o tratamento. Até lá, um indivíduo com tuberculose pode infectar entre 10 e 15 pessoas por ano.

A doença é transmitida pelas vias respiratórias. O contágio se dá pelas gotículas de escarro eliminadas pelo enfermo quando tosse ou espirra – e até mesmo pela poeira gerada pelo escarro expelido. A tosse prolongada por mais de três semanas, mesmo sem febre, é o primeiro indício da infecção. O teste de baciloscopia de escarro é o exame adequado para confirmar ou descartar a doença.

O tratamento, à base de antibióticos gratuitamente distribuídos nos centros de saúde, é 100% eficaz. O abandono, porém, é o maior problema: a cura leva seis meses, e muitas vezes o paciente, sem os devidos esclarecimentos, acaba desistindo antes do tempo.

Apesar da desinformação que ainda existe sobre a doença, a tuberculose pode ser curada. O importante é que o diagnóstico seja rápido. Os principais sintomas são: tosse prolongada (por mais de 3 semanas), emagrecimento rápido, cansaço, suor noturno e falta de apetite. O tratamento dura no mínimo seis meses, e não pode ser abandonado pelo paciente de forma alguma.

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