Saúde promove conscientização nesta Segunda-feira no Dia Mundial sem Tabaco

31/05/2010

Autor: Marco Aurélio Capitão

Usuários e funcionários dos Centros de Saúde de Campinas que estão há mais de seis meses sem fumar receberão diplomas de honra ao mérito nesta segunda-feira, 31 de maio, na Praça Ruy Barbosa (praça localizada atrás da Catedral Metropolitana), centro da cidade. A diplomação integra as atividades em Campinas do Dia Mundial sem Tabaco de 2010, que acontecem das 13h às 17h. Nesse período, no entorno da Praça, também serão distribuídos 1,5 mil folderes sobre tabagismo passivo e sobre a abordagem do Sistema Único de Saúde (SUS) às pessoas que desejam deixar fumar.

O tema da OMS para 2010 será “Mulher como alvo da indústria de tabaco”. Além disso, em Campinas as ações vão focar o slogan: O seu ambiente de trabalho já é livre detabaco... e a sua casa? Também vão ser realizados na Praça Ruy Barbosa testes de Fregenström que, em menos de um minuto, por meio de seis perguntas, consegue analisar o grau de dependência de nicotina e é utilizado por médicos do mundo todo. O resultado varia de 0 a 10 pontos e é conferido no final do questionário. Também será aplicado teste que revela a idade do pulmão, conforme parâmetros universais.

Ainda dentro das atividades, professores da Faculdade de Medicina da PUC - Campinas, com o apoio da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia - Regional Campinas e da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, realizarão uma ação de orientação às pessoas sobre as doenças causadas pelo tabaco, com distribuição de material informativo e mensagens sobre as vantagens de deixar de fumar.

“As pessoas interessadas serão orientadas sobre como a medicina pode ajudar a abandonar o vício e, se necessário, direcionadas ao tratamento profissional na rede pública”, afirma a pneumologista do Hospital da PUC, Mônica Corso.

O trabalho de conscientização será reforçado pelos médicos, professores e 15 alunos da Faculdade de Medicina da PUC, que terão o apoio da Unicamp e da Sociedade de Medicina e Cirurgia.

Rodoviária - Também numa atividade que integra o Dia Mundial sem Tabaco, Secretaria Municipal de Saúde e PUC se juntaram nesta sexta-feira, dia 28, desta vez na Rodoviária de Campinas. Das 16h às 19h, cerca de trinta alunos de Medicina da PUC, sob a coordenação da médica cardiologista do Hospital Celso Pierro, Flávia Mothé, estarão na Rodoviária distribuindo folhetos fornecidos pela Prefeitura e prescrevendo o teste de Fagerström.

Flavia Mothé explica que também serão realizadas ações contra o tabaco dentro da PUC. Na segunda-feira, das 8h às 17h, em frente ao Ambulatório de Especialidades do Celso Pierro, funcionários do Serviço de Cardiologia e da Medicina do Trabalho promovem orientações aos pacientes sobre os malefícios do tabagismo. “Essa campanha tem o objetivo de sensibilizar e mobilizar a população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais ocasionados pelo tabaco”, explica a cardiologista da PUC.

Programas municipais - Além das atividades para marcar as datas nacionais e mundiais de combate ao fumo, a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas desenvolve durante todo ano o Programa Municipal de Tabagismo. Seu objetivo é reduzir a prevalência de fumantes e as conseqüências da morbimortalidade neste grupo.

Além das ações em escolas, unidades de saúde e ambientes de trabalho, o município vem se empenhando na ampliação da estratégia de abordagem e tratamento do tabagismo no Sistema Único de Saúde (SUS), e conta com profissionais aptos no atendimento em 15 unidades de saúde.

Segundo a Secretaria de Saúde, o objetivo é garantir que o tabagista tenha como buscar tratamento na saúde da família, nas unidades básicas de saúde, ambulatórios e hospitais. Em Campinas, o tratamento pode ser acessado nas seguintes unidades de saúde: Caps AD Reviver, Centro de Saúde Centro, Centro de Saúde Costa e Silva e Centro de Saúde São Quirino (Distrito de Saúde Leste); Centro de Saúde Integração (Distrito de Saúde Noroeste); Centro de Saúde Barão Geraldo e Centro de Saúde Jardim Aurélia (Distrito de Saúde Norte); Complexo Hospitalar Ouro Verde, Centro de Saúde Jardim Aeroporto e Centro de Saúde Vista Alegre (Distrito de Saúde Sudoeste); Centro de Saúde Parque da Figueira, Centro de Saúde Paranapanema, Centro de Saúde Santa Odila, Centro de Saúde São José e Vila Rica (Distrito de Saúde Sul).

Histórico - Em 1988, a Assembléia da Organização Mundial de Saude (OMS) aprovou a resolução WHA42.19 determinando que a celebração do Dia Mundial sem Tabaco acontecesse anualmente no dia 31 de maio. Desde então, a OMS articula em todo o mundo a comemoração e define um tema correlato ao tabagismo que deve ser abordado pelos seus 192 países-membros.

Males - O tabagismo é uma das principais causas de mortalidade precoce por doenças isquêmicas do coração, doença cerebrovascular e doença pulmonar obstrutiva crônica.

“A Secretaria de Saúde de Campinas está muito atenta a esta situação e estabeleceu como prioridade a implementação do Programa de Tabagismo. Uma das ações deste trabalho é promover o acesso à informação e estimular mudanças de comportamento relacionadas ao tabaco direcionadas a todos os segmentos da população. É com esta diretriz que ocorrem as ações deste 31 de maio”, diz o secretário de Saúde de Campinas José Francisco Kerr Saraiva.

O secretário ressalta que, a cada ano, o cigarro mata quase 5 milhões de pessoas em todo o mundo, 200 mil, somente no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a dependência está associada a 90% dos casos de câncer de pulmão, 85% dos óbitos por enfisema pulmonar, 40% dos derrames cerebrais e 25% dos infartos fatais.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, cerca de 200 mil pessoas morrem por ano devido ao tabagismo.

“Esses números são muito preocupantes, pois o tabaco é mais letal que a maioria das epidemias que enfrentamos. Para se ter uma idéia, a cada hora, no Brasil, 23 pessoas morrem devido a alguma doença agravada pela nicotina”, adverte o secretário de Saúde. Estima-se que, em 2020, de cada dez mortes atribuídas ao tabaco sete acontecerão nos países em desenvolvimento onde o nível de informação da população sobre os riscos do consumo de tabaco é baixo. No Brasil, mais de 20% da população adulta é fumante.

Dia Mundial sem Tabaco faz alerta às mulheres

A Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu como tema para o Dia Mundial sem Tabaco de 2010 “Gênero e tabaco com ênfase no marketing para mulheres”. O objetivo é alertar sobre as estratégias que a indústria do tabaco utiliza para atingir o público feminino e os males que o cigarro causa à saúde e ao meio ambiente.

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) desenvolveu peças promocionais para uma campanha com o slogan “Mulher, você merece algo melhor que o cigarro!”. As peças trazem a imagem de flores como um contraponto ao cigarro: as flores representam proteção ao meio ambiente, beleza e qualidade de vida, contrastando com o cigarro, sinônimo de desmatamento, envelhecimento precoce e problemas de saúde.

O INCA estima que o tabagismo seja responsável por 40% dos óbitos nas mulheres com menos de 65 anos e por 10% das mortes por doença coronariana nas mulheres com mais de 65 anos de idade. Uma vez abandonado o cigarro, o risco da doença cardíaca começa a decair – após um ano, reduz-se à metade e, após dez anos, atinge o mesmo nível de quem nunca fumou.

Entre as mulheres que convivem com fumantes, principalmente seus maridos, há um risco 30% maior de desenvolver câncer de pulmão em relação àquelas cujos maridos não fumam. Além disso, o risco de infarto do miocárdio, embolia pulmonar e tromboflebite em mulheres jovens que usam anticoncepcionais orais e fumam chega a ser dez vezes maior que o das que não fumam e usam esse método contraceptivo.

As gestantes também devem ficar alertas. Abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos, complicações com a placenta e episódios de hemorragia ocorrem mais frequentemente quando a mulher grávida fuma. Tais problemas se devem, principalmente, aos efeitos do monóxido de carbono e da nicotina exercidos sobre o feto, após a absorção pelo organismo materno.

Os riscos para a gravidez, o parto e a criança não decorrem somente do hábito de fumar da gestante. Quando é obrigada a viver em ambiente poluído pela fumaça do cigarro, ela absorve as substâncias tóxicas, que, pelo sangue, passa para o feto. Quando a mãe fuma durante a amamentação, a nicotina passa pelo leite e é absorvida pela criança.

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