Ouro Verde atende com mais 20 leitos de clínica médica

22/05/2012

Autor: Maria Finetto

O Complexo Hospitalar Ouro Verde, na Região Sudoeste, está com 20 novos leitos de clínica médica em funcionamento, conforme anúncio feito nesta segunda-feira, 21 de maio, pelo secretário municipal de Saúde, Fernando Brandão. A oferta de novos leitos ocorre uma semana antes de vencer o prazo de 20 dias dado pela própria Pasta para que fossem disponibilizados à população. Com isso, o Ouro Verde passa a ter 130 leitos com a meta de chegar a 180 neste ano, o que significa atingir 80% da sua capacidade.

Os novos leitos marcam o reinício do processo de expansão do hospital. Eles também ajudarão a aliviar o déficit de leitos em Campinas porque o Ouro Verde dá retaguarda aos PAs (Pronto Atendimento de Saúde) e aos PS (Pronto Socorro) para urgência e emergência com a transferência de pacientes que aguardam por internação hospitalar.

“Esta é uma nova realidade para o Ouro Verde”, disse Brandão, referindo-se à expansão que vem sendo preparada pela Pasta e a SPDM - Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (que administra o hospital em cogestão com a Secretaria de Saúde). A expansão terá início assim que for assinado um Termo Aditivo entre a Secretaria de Saúde e a SPDM. A previsão é que a assinatura ocorra nas próximas semanas.

“A ampliação dos leitos e dos serviços será gradativa”, explica Brandão. Após a assinatura do Termo Aditivo, estão previstos o aumento de consultas de especialidades, de exames de diagnósticos e de procedimentos cirúrgicos. Por exemplo, o hospital passará a fazer 900 mamografias por mês; o número de consultas de ambulatório passará de 8.6 mil para 9,6 mil e, de cirurgias, de 350 para 790 por mês.

“Teremos mais cirurgias ortopédicas, oftalmológicas, as quais têm grande demanda no município”, acrescentou o diretor técnico do Ouro Verde, Gustavo Guth. Com o financiamento do hospital, diz o diretor, poderá ser comprado um microscópio cirúrgico para as cirurgias oftalmológicas, o que hoje é único entrave pois são todas cirurgias ambulatoriais. “O número de cirurgias contratadas para catarata são de 120 por mês, podendo conforme a demanda, que hoje é reprimida no município com uma fila de três anos, serem realizados mutirões e aumentar em muito o volume atual. O total de procedimentos cirúrgicos em oftalmologia é de aproximadamente 500, além de consultas e exames especializados chegando a um total de 3.846 procedimentos nesta especialidade”.

O secretário de Saúde explica que a ampliação do hospital foi possível após uma nova fase de relacionamento entre a Prefeitura e a SPDM, que condicionava a abertura de novos leitos ao acerto de uma dívida por serviços prestados e não pagos pelas administrações anteriores. “O governo atual e SPDM chegaram a um acordo da assinatura de um Termo Aditivo que prevê o repasse de recursos do Ministério da Saúde e a SPDM concordou em dissociar a dívida e entregar um plano de trabalho para a inclusão de novos serviços e leitos”.

A SPDM recebe R$ 4,5 milhões por mês para o Ouro Verde funcionar. O convênio firmado com o Ministério da Saúde liberará R$ 2,5 milhões ao mês para custeios de novos serviços implantados no hospital, segundo o secretário. Brandão lembou que o repasse de recursos e ampliação do Ouro Verde já haviam sido autorizados, mas frente à dívida, a associação restringiu o atendimento. “Desde o começo do ano, estamos conversando com a SPDM quase que todos os dias. O governo atual também foi pagando em dia todos os compromissos e ganhou a confiança da SPDM que abriu a negociação e concordou assinar o Termo Aditivo para a oferta de mais leitos e serviços”.

A SPDM reivindica da Prefeitura o pagamento de uma dívida de R$ 10 milhões, o que é contestado pela Administração. Brandão explica que as discussões sobre a dívida continuam em paralelo e que a Prefeitura está fazendo uma auditoria nas contas do Ouro Verde, enquanto a Secretaria de Saúde busca aliviar o déficit de 77 leitos fechados desde o final do ano passado, 30 da Irmandade de Misericórdia e 47 do Celso Pierro. A situação de déficit e de superlotação levou a diretoria do Hospital Mário Gatti a suspender as cirurgias eletivas ao atingir no último dia 8 de maio a taxa máxima de ocupação de seus 240 leitos.

Na ocasião, o secretário chegou a dizer que a solução passa pelo Ouro Verde com a oferta de mais leitos. “A ampliação de leitos do Ouro Verde é muito importante para ampliar o suporte a urgência e emergência e avançarmos para uma melhora como todo na rede pública de saúde e o aumento paulatino dos serviços de diagnósticos”, disse.

Enfermeiros e técnicos

Para ampliação da totalidade de leitos previsto no Termo Aditivo, a previsão é a contratação de aproximadamente 300 funcionários nos próximos meses. “Por isto que se explica a dificuldade da abertura de todos os leitos e serviços em um período muito curto, mesmo com o financiamento adequado, pois além de contratar, há o período de adaptação e treinamento da equipe para manter a qualidade e segurança do serviço”, explica o diretor técnico do hospital.

Para atender a demanda dos 20 novos leitos, a primeira turma de enfermeiros e técnicos de enfermagem que estão sendo contratados participaram, nesta segunda-feira, de uma oficina de integração onde eles foram acolhidos e informados sobre o hospital, seu funcionamento, valores da empresa, organograma, histórico, normas, regras etc. A oficina continua ao longo da semana.

Daniela Cristina Krutinsky pediu demissão de um hospital privado para ser enfermeira no Ouro Verde. “A condição salarial é melhor e a expectativa de crescimento nesse hospital pesaram na minha decisão”, disse ela que já trabalhou em Centro de Saúde de Campinas e no Hospital Mário Gatti como técnica de enfermagem.

Depois de formada em Enfermagem, soube por meio de amigas, sobre a abertura de novos leitos no Ouro Verde e participou do processo seletivo em janeiro. Daniela participou do primeiro dia da oficina de integração junto com profissionais de Campinas e região.

É o caso de Edivaldo Clarindo da Silva, técnico de enfermagem, que é de Paulínia. Ele já trabalhou no hospital para a SPDM, saiu porque se mudou para Portugal e ao retornar ao Brasil prestou o processo seletivo e foi aprovado e chamado para atender os 20 novos leitos. “Voltei porque aqui, no Ouro Verde, o método adotado ensina a gente trabalhar corretamente”, disse ele.

Kátia Cristina Cezario, diretora de enfermagem, explica que a oficina de integração é o inicio de uma educação permanente dos profissionais do Ouro Verde, um diferencial do hospital. Os enfermeiros e técnicos de enfermagem passam por uma avaliação de desempenho por competência nos 45 dias, são monitorados durante os 90 dias de experiência e após esse período, são submetidos a avaliação anual. “Tudo para ter uma equipe focada na segurança do paciente”, explica ela.

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