Saúde apreende queijo adulterado

25/06/2003

Produto estava sendo preparado para ser vendido ralado. Prática constitui em crime contra a saúde pública. Proprietário é reincidente

A Visa (Vigilância de Saúde) Noroeste de Campinas apreendeu, na manhã desta quarta-feira, 25 de junho, aproximadamente 1,5 tonelada de queijo adulterado e sem procedência em uma residência na rua Paulo Provenza Sobrinho, 1.029, no Jardim Novo Campos Elíseos.

A ação, que teve início às 8h, contou com a parceria da Secretaria de Serviços Públicos, de técnicos do Ministério da Agricultura e da Polícia Civil, por meio do delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior, do 2o Distrito Policial.

O proprietário do local, José de Lucca dos Santos, também conhecido como Tim, fugiu e está com prisão preventiva decretada. A prática é considerada crime contra a saúde pública, como consta no artigo 272 do código penal.

José de Lucca é reincidente, já que esta é a quarta vez, desde 2000, que ele pratica o mesmo delito. Nas três primeiras ocorrências, ele atuava em endereços diferentes. Duas pessoas que estavam trabalhando no local - uma delas é a esposa de Tim e outra se identificou como associado do proprietário - foram autuadas e levadas para o 2o Distrito Policial.

O queijo apreendido pelas equipes da Secretaria de Saúde está sendo inutilizado e será encaminhado para o aterro sanitário. A ação deve prosseguir durante todo dia. Os equipamentos encontrados no local foram interditados (lacrados).

A Vigilância Sanitária constatou que o produto, com datas de validade vencida e em estado de decomposição, estava sendo armazenado em condições de higiene precária. Também comprovou que havia no local embalagens das marcas Triunfo e Fiapo, todas com registros falsificados no SISP (Serviço de Inspeção do Estado de São Paulo) e SIF. E verificou que o produto é comercializado também com embalagens das marcas Tim, Floresta e Rovigo.

A Secretaria de Saúde deve publicar no Diário Oficial do Município nota informando sobre a apreensão. A Vigilância Sanitária, nas inspeções de rotina, vai procurar saber onde tem o produto. Neste primeiro momento, foi constatado que o produto só é vendido fora de Campinas.

De acordo com o médico sanitarista Vicente Pisani Neto, coordenador da Vigilância Sanitária de Campinas, o queijo nestas condições pode estar contaminado com micróbios, principalmente fungos, que causam danos à saúde como problemas gastrointestinais.

A enfermeira sanitarista Eloísa Cristina dos Santos Costa, coordenadora da Visa Noroeste, orienta que, ao adquirir queijos em pedaço, fatiado ou ralado, o consumidor verifique se o produto está em condições adequadas de refrigeração, confira a data de validade e se a embalagem traz registro no SIF ou SISP.

"Ao adquirir o queijo fatiado ou ralado, de preferência, o consumidor deve exigir que o produto seja ralado ou fatiado na sua presença", diz Eloísa. Se houver dúvida, o consumidor deve entrar em contato com a Vigilância Sanitária Municipal.

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