Denize Assis
A
Secretaria de Saúde de Campinas pretende vacinar pelo menos
95% da população com até 5 anos, cerca de 71,3 mil crianças,
no próximo sábado, dia 5 de junho, na primeira etapa da
Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, ou
Paralisia Infantil, que tem o slogan "A gotinha que
vale ouro". Segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), a população da cidade na
faixa etária de 0 a 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) é
de 75,05 mil. A meta do Ministério da Saúde é vacinar, em
parceria com as secretarias municipais e estaduais de Saúde, mais
de 17 milhões em todo País.
Todos os
menores de cinco anos devem ser vacinados, mesmo os que
estiverem com tosse, gripe, rinite ou diarréia, e mesmo os
que tiverem tomado a dose em várias campanhas anteriores.
"A vacinação universal - indiscriminada e em todas as
localidades - de todos os menores de cinco anos de idade é
fundamental para preservar a erradicação da paralisia
infantil no país. Por isso, é preciso mobilizar a
comunidade e todos os profissionais de saúde para que
possamos atingir a meta", afirma a enfermeira
sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde
de Campinas.
A vacinação
vai das 8h da manhã às 5h da tarde. As doses são
gratuitas e as crianças também poderão atualizar o cartão
de vacinas. Serão oferecidas, por exemplo, as vacinas tríplice
viral (sarampo, caxumba e rubéola), tetravalente (difteria,
tétano, coqueluche e Haemophilus influenzae b) e hepatite B
Em
Campinas, cerca de 1,3 mil servidores da saúde serão
mobilizados em 298 postos de vacinação, sendo 131
volantes. Para o transporte das equipes, estarão disponíveis
116 automóveis. Tais números fazem desta campanha a maior
mobilização já promovida na cidade para vacinação em
massa de crianças.
Para a
primeira etapa da campanha, o Ministério da Saúde investiu
R$ 23,1 milhões. Desse montante, R$ 10,9 milhões foram
aplicados na compra de 26,6 milhões de doses da vacina.
Campinas recebeu 108 mil doses.
Outros 6,2
milhões foram destinados ao repasse, fundo a fundo, para
estados e municípios se prepararem para a mobilização.
Para a campanha de publicidade, foram alocados R$ 6 milhões
para a produção de cartazes, folderes, outdoors, busdoors,
além da mídia de rádio e televisão.
Cobertura.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a
cobertura vacinal contra pólio deve abranger 95% das crianças
menores de cinco anos. Já o Programa Nacional de Imunizações
(PNI) recomenda aos estados que atinjam a cobertura mínima
de 95% em pelo menos 80% dos municípios. Isso garantirá a
homogeneidade da vacinação e evitará o reaparecimento da
doença.
Em 2004, a
estratégia contra a poliomielite no Brasil completa 24 anos
de existência. O último caso da doença verificado no país
foi em 1989. No estado de São Paulo, o último caso foi
registrado em 1988, no município de Teodoro Sampaio. Em
Campinas, a última ocorrência é de 1980.
Em 1994, o
Continente Americano recebeu da OMS o reconhecimento pela
erradicação da transmissão autóctone – quando ocorre
no território em que a pessoa mora - da doença. Os países
do Pacífico Ocidental receberam o reconhecimento em 2000 e
a Europa, em 2002.
Restam no
mundo três regiões que ainda não receberam a certificação
de erradicação da pólio: África, Sudeste da Ásia e
Mediterrâneo. Nos últimos três anos, 12 países dessas
regiões registraram casos da doença: Angola, Etiópia,
Madagascar, Mauritânia, Niger, Nigéria, Índia, Afeganistão,
Egito, Paquistão, Somália e Sudão.
"A
persistência dessa doença no mundo, apesar da redução em
sua incidência, mantém elevado o risco de reintrodução
do vírus selvagem em países que já erradicaram a pólio.
A estratégia brasileira, que inclui fortalecer a vigilância
epidemiológica e assegurar a vacinação, não só mantém
o país livre da poliomielite, como também integra uma rede
mundial para a manutenção da erradicação desta doença",
diz a sanitarista Carmo Ferreira.
A segunda
etapa da campanha contra a paralisia infantil ocorre em 21
de agosto, quando também será realizada a campanha de
seguimento contra o sarampo.