Denize Assis
As notificações
de pacientes que apresentaram suspeita de infecção
bacteriana após terem se submetido a cirurgias plásticas
para implantes mamários de silicone subiu para 40 segundo
informou a Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas nesta
sexta-feira, 4 de junho. Até o momento, foi confirmada a
presença de Mycobacterium não tuberculosis,
que causa infecção localizada, em 12 mulheres. Outros dois
casos prováveis aguardam conclusão de exames
laboratoriais.
Além
deles, há 10 casos considerados possíveis, com quadro clínico
compatível, porém sem comprovação laboratorial. Ainda
foram registrados seis casos de infecção por outros
agentes infecciosos bacterianos, quatro casos de complicações
pós-cirúrgicas não infecciosas e seis que ainda estão
com avaliação inconclusiva porque os dados ainda estão
sendo coletados.
As
cirurgias foram realizadas em clínicas e hospitais de
Campinas, entre fevereiro de 2003 e abril de 2004. O surto
foi notificado em abril deste ano. "Os registros
continuam a ocorrer em função do nosso trabalho de busca
ativa de casos", afirma o médico sanitarista Vicente
Pisani Neto, responsável pela Vigilância em Saúde de
Campinas.
Para
descobrir a fonte de contaminação que causou o surto, a
Secretaria de Saúde investiga prontuários médicos das
pacientes submetidas ao implante mamário, documentos de
controle de infecção hospitalar e técnicas de esterilização
das clínicas e hospitais e os produtos utilizados (próteses
e medidores).
A Vigilância
de Campinas informa que não está descartada a
possibilidade de que a fonte da contaminação seja o
medidor. O medidor é um molde usado para simular o
resultado estético da cirurgia. Depois de checar o tamanho
adequado, o medidor é retirado e esterilizado e pode ser
utilizado em outra cirurgia. Amostras dos medidores estão
sendo avaliadas pelo Instituto Adolfo Lutz.
Logo após
a notificação do surto, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) interditou o uso de medidores em
cirurgias de implante mamário em todo País. A Vigilância
de Campinas interditou o distribuidor de uma das três
marcas de prótese utilizadas nas cirurgias e recolheu todos
os medidores de clínicas e hospitais da cidade.
A
Secretaria de Saúde de Campinas, em parceria com a
Secretaria de Estado da Saúde e com a Anvisa, prossegue com
a investigação criteriosa sobre o fato. As autoridades
sanitárias estão investigando prontuários médicos de
novos suspeitos e aguardam resultados de exames.