Campinas prorroga vacinação contra paralisia infantil

07/06/2004

Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas prorrogou a vacinação contra a poliomielite (paralisia infantil) no município com o objetivo de melhorar a cobertura vacinal. No sábado, 5 de junho, dia nacional da campanha foram vacinadas 60,1 mil crianças menores de 5 anos, ou 80,1% da população da cidade nesta faixa etária. A meta é vacinar 95% deste público.

"Os pais que não puderam comparecer por algum motivo no sábado, devem procurar os Centros de Saúde e Módulos Paidéia de Saúde da Família. As doses são gratuitas e o responsável deve levar a carteira de vacinação porque também serão aplicadas as vacinas contra outras doenças que estiverem em atraso", informa a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Saúde Coletiva de Campinas.

A sanitarista afirma que a vacina não tem contra-indicação e não provoca nenhum efeito colateral. "Mesmo as crianças com febre ou diarréia devem tomar as gotinhas", diz. Segundo Brigina, é necessário que toda criança com menos de cinco anos repita a dose contra a paralisia infantil anualmente e nas duas fases da Campanha. A segunda etapa da campanha contra a poliomielite acontece em 21 de agosto, quando também será realizada a campanha de seguimento contra o sarampo.

Cobertura. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cobertura vacinal contra pólio deve abranger 95% das crianças menores de cinco anos. Já o Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda aos estados que atinjam a cobertura mínima de 95% em pelo menos 80% dos municípios. Isso garantirá a homogeneidade da vacinação e evitará o reaparecimento da doença.

Em 2004, a estratégia contra a poliomielite no Brasil completa 24 anos de existência. O último caso da doença verificado no país foi em 1989. No estado de São Paulo, o último caso foi registrado em 1988, no município de Teodoro Sampaio. Em Campinas, a última ocorrência é de 1980.

Em 1994, o Continente Americano recebeu da OMS o reconhecimento pela erradicação da transmissão autóctone – quando ocorre no território em que a pessoa mora - da doença. Os países do Pacífico Ocidental receberam o reconhecimento em 2000 e a Europa, em 2002.

Restam no mundo três regiões que ainda não receberam a certificação de erradicação da pólio: África, Sudeste da Ásia e Mediterrâneo. Nos últimos três anos, 12 países dessas regiões registraram casos da doença: Angola, Etiópia, Madagascar, Mauritânia, Niger, Nigéria, Índia, Afeganistão, Egito, Paquistão, Somália e Sudão.

"A persistência dessa doença no mundo, apesar da redução em sua incidência, mantém elevado o risco de reintrodução do vírus selvagem em países que já erradicaram a pólio. A estratégia brasileira, que inclui fortalecer a vigilância epidemiológica e assegurar a vacinação, não só mantém o país livre da poliomielite, como também integra uma rede mundial para a manutenção da erradicação desta doença", diz a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde de Campinas.

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