Campinas pretende vacinar 71 mil crianças na 1ª etapa contra a pólio

06/06/2005

Denize Assis

A Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, pretende vacinar pelo menos 95% da população com até 5 anos, cerca de 71 mil crianças, no próximo sábado, dia 11 de junho, na primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, ou Paralisia Infantil, que este ano adotou o slogan "Vence mais uma, Brasil". Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população da cidade na faixa etária de 0 a 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) é de aproximadamente 75 mil. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 17,3 milhões em todo País.

Para alcançar a meta da campanha, a Prefeitura adotou algumas estratégias além da divulgação pelos meios de comunicação e pelas próprias unidades de saúde. Está sendo promovida a divulgação nas Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) e Centros de Educação Municipal de Educação Infantil (Cemeis) e nas igrejas. Nesta segunda-feira, dia 6 de junho, as Cemeis Catarina Milani Manarine e Irmã Dulce, na abrangência do Jardim Bandeira II, Região Sul, receberam a visita do Zé Gotinha e da Maria Gotinha.

Na terça-feira, dia 7, 60 crianças vão entrar em campo no estádio Brinco de Ouro, antes do início da partida entre Guarani e Náutico, vestidas com a camiseta que traz a frase No campo da vacinação cada vez mais só dá Brasil campeão e a imagem do Zé Gotinha.

"A idéia é sensibilizar o público para a importância de todos comparecerem aos postos de vacinas no sábado", diz a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas. Segundo Brigina, os pais e responsáveis pelos menores de cinco anos também poderão atualizar o cartão de vacinas, caso seja necessário. "A recomendação vale para quem deixou atrasar alguma das vacinas indicadas no calendário de vacinação infantil", afirma a sanitarista.

Desta forma, estarão disponíveis, além da dose contra a paralisia infantil, as vacinas BCG, que protege contra formas graves da tuberculose, e a tetravalente, contra difteria, tétano, coqueluche e infecções causadas pelo Haemophilus tipo b. Além dessas duas, também serão aplicadas a tríplice viral, contra sarampo, caxumba e rubéola, e a vacina que protege contra a hepatite B. A vacinação vai das 8h da manhã às 5h da tarde e as doses são gratuitas.

Universal. Todos os menores de cinco anos devem ser vacinados, mesmo os que estiverem com tosse, gripe, rinite ou diarréia, e mesmo os que tiverem tomado a dose em várias campanhas anteriores. "A vacinação universal - indiscriminada e em todas as localidades - de todos os menores de cinco anos de idade é fundamental para preservar a erradicação da paralisia infantil no país. Por isso, é preciso mobilizar a comunidade e todos os profissionais de saúde para que possamos atingir a meta", afirma a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Visa.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cobertura vacinal contra pólio deve abranger 95% das crianças menores de cinco anos. Já o Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda aos estados que atinjam a cobertura mínima de 95% em pelo menos 80% dos municípios. Isso garantirá a homogeneidade da vacinação e evitará o reaparecimento da doença.

Em 2005, a estratégia contra a poliomielite no Brasil completa 25 anos de existência. O último caso da doença verificado no país foi em 1989, no município de Sousa, na Paraíba. A criança acometida pela doença sobreviveu sem seqüelas. No entanto, a poliomielite pode causar paralisias permanentes, principalmente dos membros inferiores, ou até matar. Na década de 1970, foram mais de 21 mil casos da doença no País. No estado de São Paulo, o último caso foi registrado em 1988, no município de Teodoro Sampaio. Em Campinas, a última ocorrência é de 1980.

A partir de 1980, o Brasil adotou a estratégia de vacinar todas as crianças menores de cinco anos. O resultado foi a redução para 2,8 mil casos na década e a erradicação da doença, certificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1994. Mas é importante que o País continue a manter a boa cobertura vacinal nas campanhas anuais, realizadas em duas fases, pois há risco de a doença ser reintroduzida, já que a pólio ainda é endêmica em vários países da África e da Ásia, continentes com grande trânsito de pessoas no Brasil. Sem a vacinação, o país ficaria vulnerável.

"A persistência dessa doença no mundo, apesar da redução em sua incidência, mantém elevado o risco de reintrodução do vírus selvagem em países que já erradicaram a pólio. A estratégia brasileira, que inclui fortalecer a vigilância epidemiológica e assegurar a vacinação, não só mantém o país livre da poliomielite, como também integra uma rede mundial para a manutenção da erradicação desta doença", reforça a sanitarista Carmo Ferreira. A segunda etapa da campanha contra a paralisia infantil ocorre em 20 de agosto.

Denize Assis

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