Vacinação contra poliomielite termina nesta sexta-feira, dia 17

16/06/2005

Campinas encerra nesta sexta-feira, dia 17 de junho, a primeira etapa da Campanha de Vacinação contra a Paralisia Infantil. Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde informa que todas as crianças menores de 5 anos ainda não vacinadas devem ser levadas aos centros de saúde no horário de funcionamento de cada unidade para receber a gotinha. O responsável deve levar o cartão da criança porque também serão aplicadas as vacinas que estiverem em atraso.

"É importante que toda população seja protegida pela campanha, estratégia que consiste na distribuição de um grande número de doses ao mesmo tempo na comunidade, o que também proporciona a disponibilidade de um grande número de vírus inativados no meio ambiente. Portanto, todos os menores de cinco anos devem ser vacinados, mesmo os que estiverem com febre, tosse ou rinite e mesmo os que já participaram de várias campanhas anteriormente. Quem recebeu a vacina recentemente precisa repetir a dose", diz a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde de Campinas.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o objetivo era vacinar pelo 95% das crianças no sábado, 11 de junho, dia nacional da campanha. No entanto, como esta meta não foi alcançada, a campanha foi prorrogada por toda esta semana. De acordo com o último informe da Vigilância em Saúde (Visa) Municipal, divulgado nesta quinta-feira, 16 de junho, entre sábado e ontem, 60,94 mil crianças foram vacinadas em Campinas, o que corresponde a 81,24% dos cidadãos menores de 5 anos na cidade, que constituem uma população de 75 mil pessoas.

A Secretaria informa que, há vários anos, o município não alcança a meta preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e recomendada pelo Ministério da Saúde. No ano passado, a cobertura vacinal atingiu 85%. A hipótese mais provável para este fato, segundo os técnicos da Visa Municipal, é a de que tanto a população em geral como os profissionais de saúde não valorizam o risco da reintrodução da pólio em nosso meio.

"Esta é uma doença que está controlada há bastante tempo em nosso município, quando o último caso foi em 1980, e no Brasil, que registrou a última ocorrência em 1989. Isso dá uma impressão de que este é um perigo distante, não real, o que diminui o apelo, a importância da estratégia fazendo com que as pessoas considerem a campanha como secundária", diz a enfermeira sanitarista Salma Balista, diretora da Saúde Coletiva de Campinas.

Segundo a OMS, nos últimos dois anos, 16 países sofreram o ressurgimento da pólio. Houve 1.267 casos de pólio em todo mundo em 2004. No ano anterior, haviam sido 784. Além disso, a doença ainda é endêmica em vários países da África e da Ásia, continentes com grande trânsito de pessoas no Brasil.

"A persistência dessa doença no mundo mantém elevado o risco de reintrodução do vírus selvagem em países que já erradicaram a pólio, incluindo o Brasil. A estratégia brasileira, que inclui fortalecer a vigilância epidemiológica e assegurar a vacinação, não só mantém o país livre da poliomielite, como também integra uma rede mundial para a manutenção da erradicação desta doença", reforça a sanitarista Brigina Kemp, da Visa de Campinas.

Denize Assis

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