Zé Gotinha divulga campanha contra a paralisia infantil em Campinas

02/06/2006

A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas (SMS), em parceria com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde inicia neste sábado, dia 3 de junho, a divulgação da primeira fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Paralisia Infantil (Poliomielite), que será realizada no dia de 10 de junho, em todo o país.

Com o slogan “O seu filho quer duas gotinhas da sua atenção”, os bonecos Zé Gotinha e Maria Gotinha, personagens criados pelo Ministério da Saúde para divulgar a campanha, estarão às 9 horas deste sábado no Centro de Convivência e das 11h às 15h no Hipermercado Carrefour D. Pedro, orientando pais e crianças para a importância de tomar a gotinha contra a doença. Também serão distribuídos cartazes e folderes da campanha.

A poliomielite é uma doença viral aguda, cujo quadro clínico é caracterizado por febre, mal estar, cefaléia, distúrbio gastrintestinal e rigidez de nuca, acompanhado ou não de paralisa, podendo também levar a morte.

O Ministério da Saúde preconiza que cada município brasileiro vacine 95% das crianças menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Campinas tem uma população estimada de 82 mil crianças com menos de cinco anos.

Para atingir este objetivo, a SMS dispõe de 120 mil doses da vacina. No dia 10 serão mobilizados 1,4 mil servidores municipais para atuar em 277 postos de vacinação, fixos e volantes, espalhados por todas as regiões da cidade. A vacinação vai das 8h às 17h e as doses são gratuitas.

“A idéia é sensibilizar o público para a importância de todos comparecerem aos postos de vacina no próximo sábado”, diz a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de Campinas. Segundo Brigina, os pais e responsáveis pelos menores de cinco anos também poderão atualizar as vacinas. “A recomendação vale para quem deixou atrasar algumas das vacinas indicadas no calendário de vacinação infantil”.

Além da dose contra a paralisia infantil, estarão disponíveis as vacinas BCG, que protege contra formas graves da tuberculose, e a tetravalente, contra difteria, tétano, coqueluche e infecções causadas pelo Haemophilus tipo b. Além dessas duas, também serão aplicadas a tríplice viral, contra sarampo, caxumba e rubéola, e a vacina que protege contra a hepatite B.

Universal

Todos os menores de cinco anos devem ser vacinados, mesmo os que estiverem com tosse, gripe, rinite ou diarréia, e mesmo os que tiverem tomado a dose em várias campanhas anteriores. “A vacinação universal, indiscriminada e em todas as localidades, de todos os menores de cinco anos de idade, é fundamental para preservar a erradicação da paralisia infantil no país”, afirma a enfermeira sanitarista.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda aos estados que atinjam a cobertura mínima de 95% em pelo menos 80% dos municípios. Isso garantirá a homogeneidade da vacinação e evitará o reaparecimento da doença. O último caso verificado no país ocorreu em 1989, no município de Sousa, na Paraíba. A criança acometida pela doença sobreviveu sem seqüelas. No entanto, a poliomielite pode causar paralisias permanentes, principalmente dos membros inferiores, ou até matar.

Na década de 1970, foram mais de 21 mil casos da doença no País. No estado de São Paulo, o último caso foi registrado em 1988, no município de Teodoro Sampaio. Em Campinas, a última ocorrência é de 1980.

A partir de 1980, o Brasil adotou a estratégia de vacinar todas as crianças menores de cinco anos. O resultado foi a redução para 2,8 mil casos na década e a erradicação da doença, certificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1994. Mas é importante que o País continue a manter a boa cobertura vacinal nas campanhas anuais, realizadas em duas fases, pois há risco de a doença ser reintroduzida, já que a pólio ainda é endêmica em vários países da África e da Ásia, continentes com grande trânsito de pessoas no Brasil. Sem a vacinação, o país ficaria vulnerável. A segunda etapa da campanha contra a paralisia infantil ocorre em 26 de agosto.

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