Hepatite viral é tema de seminário na Saúde

05/06/2006

A prefeitura Municipal de Campinas, por meio da Secretaria de Saúde, realiza nesta quinta-feira, dia 8, o I Seminário Municipal de Hepatites Virais, onde serão discutidos os aspectos epidemiológicos, clínicos, diagnóstico laboratorial e fluxo, e notificação e controle.

As hepatites são a terceira causa de mortes por doenças infecciosas em Campinas, perdendo apenas para a Aids e a Doença de Chagas. Em média são registrados 20 óbitos por ano causados pelas hepatites.

É considerada hepatite qualquer degeneração do fígado por causas diversas, sendo as mais freqüentes as infecções pelos vírus tipo A, B e C e o abuso do consumo de álcool ou outras substâncias tóxicas.

A mais conhecida e comum das hepatites é a do tipo A. Transmitida por água e alimentos contaminados ou de uma pessoa para outra, a doença fica incubada entre dez e 50 dias. A infecção normalmente não causa sintomas, porém quando presentes, os mais comuns são febre, pele e olhos amarelados, náusea e vômitos, mal-estar, desconforto abdominal, falta de apetite, urina com cor de coca-cola e fezes esbranquiçadas.

A detecção se faz por exame de sangue e não há tratamento específico, esperando-se o paciente reagir sozinho contra a doença - a letalidade não ultrapassa 0,1%. A melhor maneira de evitá-la se dá pelo saneamento básico, tratamento adequado da água, alimentos bem cozidos e pelo ato de lavar sempre as mãos antes das refeições.

Os vírus da hepatite tipo B e C são transmitidos, sobretudo por meio do sangue. Usuários de drogas injetáveis e pacientes submetidos a material cirúrgico contaminado e não-descartável estão entre as maiores vítimas, daí o cuidado que se deve ter nas transfusões sangüíneas, no dentista, em sessões de depilação ou tatuagem. Com letalidade em torno de 1%, o vírus da hepatite B pode ser passado pelo contato sexual, reforçando a necessidade do uso de camisinha.

Freqüentemente, os sinais das hepatites B e C podem não aparecer e grande parte dos infectados só descobre que tem a doença após anos e muitas vezes por acaso em testes para esses vírus. Quando aparecem, os sintomas são muito similares ao da hepatite A, mas ao contrário desta, a B e a C podem evoluir para um quadro crônico e então para uma cirrose ou até câncer de fígado, isso vai depender muito do perfil de cada pessoa.

De acordo com médico da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) André Ribas Freitas, o seminário tem por objetivo discutir o diagnóstico, notificação e controle das hepatites virais e organizar o sistema de atendimento na rede básica de saúde. Freitas falará sobre os aspectos epidemiológicos das hepatites virais.

Também participam do seminário a médica infectologista Valéria Correia de Almeida, do Centro de Referência DST/Aids, a médica infectologista do Grupo de Hepatites Virais da Universidade de Campinas (Unicamp), Dra. Aline Gonzales Vigiani, que falará sobre Diagnóstico Laboratorial e Fluxo, e a enfermeira Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da SMS, que falará sobre notificação e controle.

O seminário é organizado pela Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa), CR-DST/Aids e Departamento de Saúde da SMS e será realizado das 08h00 às 13h00, no Hotel Blue Tree Tower, centro de Campinas.

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