A
prefeitura Municipal de Campinas, por meio da Secretaria
de Saúde, realiza nesta quinta-feira, dia 8, o I
Seminário Municipal de Hepatites Virais, onde serão
discutidos os aspectos epidemiológicos, clínicos,
diagnóstico laboratorial e fluxo, e notificação e
controle.
As
hepatites são a terceira causa de mortes por doenças
infecciosas em Campinas, perdendo apenas para a Aids e a
Doença de Chagas. Em média são registrados 20 óbitos por
ano causados pelas hepatites.
É
considerada hepatite qualquer degeneração do fígado por
causas diversas, sendo as mais freqüentes as infecções
pelos vírus tipo A, B e C e o abuso do consumo de álcool
ou outras substâncias tóxicas.
A mais
conhecida e comum das hepatites é a do tipo A.
Transmitida por água e alimentos contaminados ou de uma
pessoa para outra, a doença fica incubada entre dez e 50
dias. A infecção normalmente não causa sintomas, porém
quando presentes, os mais comuns são febre, pele e olhos
amarelados, náusea e vômitos, mal-estar, desconforto
abdominal, falta de apetite, urina com cor de coca-cola
e fezes esbranquiçadas.
A detecção
se faz por exame de sangue e não há tratamento
específico, esperando-se o paciente reagir sozinho
contra a doença - a letalidade não ultrapassa 0,1%. A
melhor maneira de evitá-la se dá pelo saneamento básico,
tratamento adequado da água, alimentos bem cozidos e
pelo ato de lavar sempre as mãos antes das refeições.
Os vírus
da hepatite tipo B e C são transmitidos, sobretudo por
meio do sangue. Usuários de drogas injetáveis e
pacientes submetidos a material cirúrgico contaminado e
não-descartável estão entre as maiores vítimas, daí o
cuidado que se deve ter nas transfusões sangüíneas, no
dentista, em sessões de depilação ou tatuagem. Com
letalidade em torno de 1%, o vírus da hepatite B pode
ser passado pelo contato sexual, reforçando a
necessidade do uso de camisinha.
Freqüentemente, os sinais das hepatites B e C podem não
aparecer e grande parte dos infectados só descobre que
tem a doença após anos e muitas vezes por acaso em
testes para esses vírus. Quando aparecem, os sintomas
são muito similares ao da hepatite A, mas ao contrário
desta, a B e a C podem evoluir para um quadro crônico e
então para uma cirrose ou até câncer de fígado, isso vai
depender muito do perfil de cada pessoa.
De acordo
com médico da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa)
André Ribas Freitas, o seminário tem por objetivo
discutir o diagnóstico, notificação e controle das
hepatites virais e organizar o sistema de atendimento na
rede básica de saúde. Freitas falará sobre os aspectos
epidemiológicos das hepatites virais.
Também
participam do seminário a médica infectologista Valéria
Correia de Almeida, do Centro de Referência DST/Aids, a
médica infectologista do Grupo de Hepatites Virais da
Universidade de Campinas (Unicamp), Dra. Aline Gonzales
Vigiani, que falará sobre Diagnóstico Laboratorial e
Fluxo, e a enfermeira Brigina Kemp, coordenadora da
Vigilância Epidemiológica da SMS, que falará sobre
notificação e controle.
O
seminário é organizado pela Coordenação de Vigilância em
Saúde (Covisa), CR-DST/Aids e Departamento de Saúde da
SMS e será realizado das 08h00 às 13h00, no Hotel Blue
Tree Tower, centro de Campinas.