Saúde prepara campanha contra a paralisia infantil

06/06/2006

A Prefeitura Municipal de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), está mobilizando suas equipes para realizar no próximo sábado, dia 10, em parceria com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde, a primeira fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Paralisia Infantil (Poliomielite). 

Serão mobilizados 1,4 mil servidores municipais para atuar em 277 postos de vacinação, fixos e volantes, espalhados por todas as regiões da cidade. A vacinação vai das 8h às 17h e é gratuita. A SMS dispõe de 120 mil doses da vacina

O objetivo da campanha é vacinar 95% das crianças menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) residentes em Campinas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município tem uma população estimada de 82 mil crianças com menos de cinco anos.

A poliomielite é uma doença viral aguda, cujo quadro clínico é caracterizado por febre, mal estar, cefaléia, distúrbio gastrintestinal e rigidez de nuca, acompanhado ou não de paralisa, podendo também levar a morte.

 “A idéia é sensibilizar o público para a importância de todos comparecerem aos postos de vacina no próximo sábado”, diz a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de Campinas. Os pais e responsáveis pelos menores de cinco anos também poderão atualizar as vacinas das crianças.

Além da dose contra a paralisia infantil, estarão disponíveis as vacinas BCG, que protege contra formas graves da tuberculose, e a tetravalente, contra difteria, tétano, coqueluche e infecções causadas pelo Haemophilus tipo b. Também serão aplicadas a tríplice viral, contra sarampo, caxumba e rubéola, e a vacina que protege contra a hepatite B.

Universal

Todos os menores de cinco anos devem ser vacinados, mesmo os que estiverem com tosse, gripe, rinite ou diarréia, e mesmo os que tiverem tomado a dose em várias campanhas anteriores. “A vacinação universal, indiscriminada e em todas as localidades, de todos os menores de cinco anos de idade, é fundamental para preservar a erradicação da paralisia infantil no país”, afirma a enfermeira sanitarista.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda aos estados que atinjam a cobertura mínima de 95% em pelo menos 80% dos municípios. Isso garantirá a homogeneidade da vacinação e evitará o reaparecimento da doença. O último caso verificado no país ocorreu em 1989, no município de Sousa, na Paraíba. A criança acometida pela doença sobreviveu sem seqüelas. No entanto, a poliomielite pode causar paralisias permanentes, principalmente dos membros inferiores, ou até matar.

Na década de 1970, foram mais de 21 mil casos da doença no País. No estado de São Paulo, o último caso foi registrado em 1988, no município de Teodoro Sampaio. Em Campinas, a última ocorrência é de 1980.

A partir de 1980, o Brasil adotou a estratégia de vacinar todas as crianças menores de cinco anos. O resultado foi a redução para 2,8 mil casos na década e a erradicação da doença, certificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1994. Mas é importante que o País continue a manter a boa cobertura vacinal nas campanhas anuais, realizadas em duas fases, pois há risco de a doença ser reintroduzida, já que a pólio ainda é endêmica em vários países da África e da Ásia, continentes com grande trânsito de pessoas no Brasil. Sem a vacinação, o país ficaria vulnerável. A segunda etapa da campanha contra a paralisia infantil ocorre em 26 de agosto.

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