A
Prefeitura Municipal de Campinas, por meio da Secretaria
Municipal de Saúde (SMS), está mobilizando suas equipes
para realizar no próximo sábado, dia 10, em parceria com
o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde,
a primeira fase da Campanha Nacional de Vacinação contra
a Paralisia Infantil (Poliomielite).
Serão
mobilizados 1,4 mil servidores municipais para atuar em
277 postos de vacinação, fixos e volantes, espalhados
por todas as regiões da cidade. A vacinação vai das 8h
às 17h e é gratuita. A SMS dispõe de 120 mil doses da
vacina
O objetivo
da campanha é vacinar 95% das crianças menores de 5 anos
(4 anos, 11 meses e 29 dias) residentes em Campinas. De
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o município tem uma população
estimada de 82 mil crianças com menos de cinco anos.
A
poliomielite é uma doença viral aguda, cujo quadro
clínico é caracterizado por febre, mal estar, cefaléia,
distúrbio gastrintestinal e rigidez de nuca, acompanhado
ou não de paralisa, podendo também levar a morte.
“A idéia
é sensibilizar o público para a importância de todos
comparecerem aos postos de vacina no próximo sábado”,
diz a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da
Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de
Campinas. Os pais e responsáveis pelos menores de cinco
anos também poderão atualizar as vacinas das crianças.
Além da
dose contra a paralisia infantil, estarão disponíveis as
vacinas BCG, que protege contra formas graves da
tuberculose, e a tetravalente, contra difteria, tétano,
coqueluche e infecções causadas pelo Haemophilus tipo b.
Também serão aplicadas a tríplice viral, contra sarampo,
caxumba e rubéola, e a vacina que protege contra a
hepatite B.
Universal
Todos os menores de cinco anos devem ser
vacinados, mesmo os que estiverem com tosse, gripe,
rinite ou diarréia, e mesmo os que tiverem tomado a dose
em várias campanhas anteriores. “A vacinação universal,
indiscriminada e em todas as localidades, de todos os
menores de cinco anos de idade, é fundamental para
preservar a erradicação da paralisia infantil no país”,
afirma a enfermeira sanitarista.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI)
recomenda aos estados que atinjam a cobertura mínima de
95% em pelo menos 80% dos municípios. Isso garantirá a
homogeneidade da vacinação e evitará o reaparecimento da
doença. O último caso verificado no país ocorreu em
1989, no município de Sousa, na Paraíba. A criança
acometida pela doença sobreviveu sem seqüelas. No
entanto, a poliomielite pode causar paralisias
permanentes, principalmente dos membros inferiores, ou
até matar.
Na década
de 1970, foram mais de 21 mil casos da doença no País.
No estado de São Paulo, o último caso foi registrado em
1988, no município de Teodoro Sampaio. Em Campinas, a
última ocorrência é de 1980.
A partir
de 1980, o Brasil adotou a estratégia de vacinar todas
as crianças menores de cinco anos. O resultado foi a
redução para 2,8 mil casos na década e a erradicação da
doença, certificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
em 1994. Mas é importante que o País continue a manter a
boa cobertura vacinal nas campanhas anuais, realizadas
em duas fases, pois há risco de a doença ser
reintroduzida, já que a pólio ainda é endêmica em vários
países da África e da Ásia, continentes com grande
trânsito de pessoas no Brasil. Sem a vacinação, o país
ficaria vulnerável. A segunda etapa da campanha contra a
paralisia infantil ocorre em 26 de agosto.