Campanha contra a paralisia infantil é prorrogada

12/06/2006

A Prefeitura Municipal de Campinas, seguindo determinação da Secretaria de Estado da Saúde, prorrogou a Campanha de Vacinação contra a Paralisia Infantil no município até a próxima quarta-feira, dia 14. A intenção é melhorar a cobertura vacinal em todo o Estado. No sábado, 10 de junho, dia nacional da campanha, foram vacinadas 57.940 crianças menores de 5 anos, ou seja, 78,85% da população do município nesta faixa etária. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de vacinar 95%.

Os pais ou responsáveis que ainda não vacinaram seus filhos devem procurar a unidade de saúde mais próxima para imunizá-los contra a paralisia infantil. A “gotinha” não tem nenhum tipo de reação. Crianças que estejam com gripe ou outra doença devem tomar a dose.

A poliomielite é uma doença viral aguda, cujo quadro clínico é caracterizado por febre, mal-estar, cefaléia, distúrbio gastrintestinal e rigidez de nuca, acompanhado ou não de paralisa, podendo também levar a morte.

Além da dose contra a paralisia infantil, estão disponíveis as vacinas BCG, que protege contra formas graves da tuberculose, e a tetravalente, contra difteria, tétano, coqueluche e infecções causadas pelo Haemophilus tipo b. Também serão aplicadas a tríplice viral, contra sarampo, caxumba e rubéola, e a vacina que protege contra a hepatite B.

Abertura

A abertura oficial da campanha contra a paralisia ocorreu às 08h00 de sábado, no Centro de Saúde 31 de Março, com a presença do prefeito Hélio de Oliveira Santos, do Secretário de Saúde José Francisco Saraiva, além de autoridades municipais e profissionais da saúde. O prefeito aplicou a gotinha em Eduarda Roberto Alves, de um ano e 11 meses. Levada pela mãe, Susan Roberto, compareceu logo às 8 horas e tinha a carteira de vacinação em dia.

No sábado, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mobilizou 1,4 mil servidores municipais para trabalhar em 292 postos de vacinação, 187 fixos e 105 volantes, espalhados por todas as regiões da cidade e ofereceu 120 mil doses da vacina.

Histórico 

A poliomielite já paralisou milhares de crianças no decorrer da história. Ainda hoje, são encontrados milhares de casos da síndrome pós-pólio naqueles que algum dia foram acometidos pela infecção. E a gotinha oral contra a poliomielite é a única forma capaz de erradicar mundialmente a doença que ainda ocorre nas regiões da África e Ásia.

Todos os menores de cinco anos devem ser vacinados, mesmo os que estiverem com tosse, gripe, rinite ou diarréia, e mesmo os que tiverem tomado a dose em várias campanhas anteriores. “A vacinação universal, indiscriminada e em todas as localidades, de todos os menores de cinco anos de idade, é fundamental para preservar a erradicação da paralisia infantil no país”, diz a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de Campinas.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda aos estados que atinjam a cobertura mínima de 95% em pelo menos 80% dos municípios. Isso garantirá a homogeneidade da vacinação e evitará o reaparecimento da doença. O último caso verificado no país ocorreu em 1989, no município de Sousa, na Paraíba. A criança acometida pela doença sobreviveu sem seqüelas. No entanto, a poliomielite pode causar paralisias permanentes, principalmente dos membros inferiores, ou até matar.

Na década de 1970, foram mais de 21 mil casos da doença no País. No estado de São Paulo, o último caso foi registrado em 1988, no município de Teodoro Sampaio. Em Campinas, a última ocorrência é de 1980.

A partir de 1980, o Brasil adotou a estratégia de vacinar todas as crianças menores de cinco anos. O resultado foi a redução para 2,8 mil casos na década e a erradicação da doença, certificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1994. Mas é importante que o País continue a manter a boa cobertura vacinal nas campanhas anuais, realizadas em duas fases, pois há risco de a doença ser reintroduzida, já que a pólio ainda é endêmica em vários países da África e da Ásia, continentes com grande trânsito de pessoas no Brasil. Sem a vacinação, o país ficaria vulnerável. A segunda etapa da campanha contra a paralisia infantil ocorre em 26 de agosto.

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