A Secretaria
de Saúde de Campinas, num trabalho coordenado pelas
Vigilâncias em Saúde (Visas), realizou bloqueio químico –
nebulização com veneno - contra o Aedes aegypti,
mosquito que transmite o vírus da dengue, em 19.437 imóveis
em dezenas de bairros nas cinco regiões da cidade nos
últimos dois meses. A medida integra o conjunto de ações
para intensificação da ofensiva contra a doença na cidade,
deflagrada em abril.
A partir de
segunda-feira, dia 4 de junho, o bloqueio químico acontece
na região leste, nos bairros Jardim Conceição, Boa
Esperança, Parque Brasília e Jardim Madalena, na abrangência
do Centro de Saúde (CS) Conceição. A expectativa é atingir
mais de 2 mil domicílios até quarta-feira, dia 6, se as
condições climáticas forem favoráveis - a chuva e o vento
impedem a ação.
Antes do
bloqueio químico, os profissionais de saúde visitam os
domicílios para remoção e inviabilização de criadouros do
mosquito. As equipes também verificam se há pacientes com
sintomas da doença, orientam e encaminham os suspeitos. Além
disso, desencadeiam ações de educação em saúde, comunicação
e mobilização social. As famílias também são orientadas
sobre como preparar a residência para a aplicação química.
A nebulização
não é feita na cidade inteira, indiscriminadamente. A
escolha das áreas é feita com base em critérios técnicos.
“Avaliamos o risco em comparação com outros lugares,
considerando áreas com transmissão e o coeficiente de
incidência do local. A escolha das áreas é feita quase que
dia-a-dia, a partir da análise da ocorrência de casos. O
objetivo é bloquear a transmissão”, diz a enfermeira
sanitarista Salma Rodrigues Balista, diretora da
Coordenadoria de Vigilância em Saúde de Campinas (Covisa).
A Secretaria
de Saúde informa que a nebulização não é uma ‘ação
milagrosa’ e que o mosquito volta a se proliferar em uma
semana nas áreas nebulizadas se as pessoas repuserem
criadouros.
Segundo os
técnicos a medida mais eficaz no combate à dengue é a
eliminação dos objetos que acumulam água, que podem servir
de criadouros para o mosquito transmissor. “O combate à
dengue exige o envolvimento da população na remoção diária
de criadouros, senão qualquer ação se torna pouco eficaz”,
afirma Salma.
A nebulização
é feita com Malation, um produto da classe dos
organofosforados, na proporção de 30%. A ação é realizada
com base em critérios técnicos rigorosos e, até o momento,
não foi registrado nenhum caso de intoxicação de pessoas ou
de animais.
Situação da
doença. Desde janeiro de 2007, Campinas notificou 17.921
casos de dengue. Deste total, foram confirmados 3.763, sendo
3.065 de residentes de Campinas, 560 de moradores de outros
municípios e 139 estão em investigação quanto ao local de
moradia.
Foram
notificados 21 casos de dengue hemorrágica e 14 de dengue
com complicação entre moradores de Campinas. A Vigilância em
Saúde também registrou 18 casos da forma hemorrágica e 4
casos de dengue com complicação de pacientes oriundos de
municípios vizinhos.
Os sintomas
mais comuns da dengue são febre, dor no corpo, dor atrás dos
olhos e perda de apetite. A pessoa com dengue também pode
apresentar dor nas juntas e manchas vermelhas na pele. Ao
manifestar um ou mais destes sintomas, a pessoa deve
procurar rapidamente o centro de saúde para avaliação da
equipe de saúde.
Denize Assis