Nebulização contra a dengue atingiu 19,4 mil domicílios em Campinas

01/06/2007

A Secretaria de Saúde de Campinas, num trabalho coordenado pelas Vigilâncias em Saúde (Visas), realizou bloqueio químico – nebulização com veneno - contra o Aedes aegypti, mosquito que transmite o vírus da dengue, em 19.437 imóveis em dezenas de bairros nas cinco regiões da cidade nos últimos dois meses. A medida integra o conjunto de ações para intensificação da ofensiva contra a doença na cidade, deflagrada em abril.

A partir de segunda-feira, dia 4 de junho, o bloqueio químico acontece na região leste, nos bairros Jardim Conceição, Boa Esperança, Parque Brasília e Jardim Madalena, na abrangência do Centro de Saúde (CS) Conceição. A expectativa é atingir mais de 2 mil domicílios até quarta-feira, dia 6, se as condições climáticas forem favoráveis - a chuva e o vento impedem a ação.

Antes do bloqueio químico, os profissionais de saúde visitam os domicílios para remoção e inviabilização de criadouros do mosquito. As equipes também verificam se há pacientes com sintomas da doença, orientam e encaminham os suspeitos. Além disso, desencadeiam ações de educação em saúde, comunicação e mobilização social. As famílias também são orientadas sobre como preparar a residência para a aplicação química.

A nebulização não é feita na cidade inteira, indiscriminadamente. A escolha das áreas é feita com base em critérios técnicos. “Avaliamos o risco em comparação com outros lugares, considerando áreas com transmissão e o coeficiente de incidência do local. A escolha das áreas é feita quase que dia-a-dia, a partir da análise da ocorrência de casos. O objetivo é bloquear a transmissão”, diz a enfermeira sanitarista Salma Rodrigues Balista, diretora da Coordenadoria de Vigilância em Saúde de Campinas (Covisa).

A Secretaria de Saúde informa que a nebulização não é uma ‘ação milagrosa’ e que o mosquito volta a se proliferar em uma semana nas áreas nebulizadas se as pessoas repuserem criadouros.

Segundo os técnicos a medida mais eficaz no combate à dengue é a eliminação dos objetos que acumulam água, que podem servir de criadouros para o mosquito transmissor. “O combate à dengue exige o envolvimento da população na remoção diária de criadouros, senão qualquer ação se torna pouco eficaz”, afirma Salma.

A nebulização é feita com Malation, um produto da classe dos organofosforados, na proporção de 30%. A ação é realizada com base em critérios técnicos rigorosos e, até o momento, não foi registrado nenhum caso de intoxicação de pessoas ou de animais.

Situação da doença. Desde janeiro de 2007, Campinas notificou 17.921 casos de dengue. Deste total, foram confirmados 3.763, sendo 3.065 de residentes de Campinas, 560 de moradores de outros municípios e 139 estão em investigação quanto ao local de moradia.

Foram notificados 21 casos de dengue hemorrágica e 14 de dengue com complicação entre moradores de Campinas. A Vigilância em Saúde também registrou 18 casos da forma hemorrágica e 4 casos de dengue com complicação de pacientes oriundos de municípios vizinhos.

Os sintomas mais comuns da dengue são febre, dor no corpo, dor atrás dos olhos e perda de apetite. A pessoa com dengue também pode apresentar dor nas juntas e manchas vermelhas na pele. Ao manifestar um ou mais destes sintomas, a pessoa deve procurar rapidamente o centro de saúde para avaliação da equipe de saúde.

Denize Assis

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