A Secretaria
de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa)
Leste e do Centro de Saúde (CS) Centro, iniciou na manhã
desta segunda-feira, dia 4 de junho, vacinação de bloqueio
contra a caxumba no Colégio Ave Maria, onde foram
diagnosticados cinco casos da doença. A meta é vacinar
aproximadamente 500 pessoas entre alunos, professores e
funcionários com a tríplice viral (contra sarampo, caxumba e
rubéola).
Devem receber
a vacina todas as pessoas nascidas a partir de 1960 que não
tiveram a doença e que não comprovem, mediante apresentação
de caderneta de vacinação, duas doses de vacina tríplice
viral com intervalo mínimo de 30 dias. Quem tiver a carteira
de vacinas, deve levá-la. A dose é gratuita.
A vacinação
dos suscetíveis é a medida preconizada pelo Ministério da
Saúde e Organização Mundial de Saúde (OMS) para bloquear a
transmissão e controlar surtos da doença. Além da
imunização, também são indicadas ações de educação em saúde,
informação e mobilização social.
Desde março,
Campinas notificou 15 surtos de caxumba em universidades e
outras escolas públicas e privadas de Campinas, com um total
de 144 casos. Foram aplicadas, até o momento, 32,9 mil doses
da tríplice viral para o controle dos surtos.
A caxumba,
isoladamente, não é doença de notificação obrigatória. No
entanto, a ocorrência de surtos e epidemias deve ser
registrada e acompanhada, para que se conheça melhor o
comportamento da doença.
Segundo a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da
Vigilância Epidemiológica de Campinas, surtos de caxumba
entre escolares ou em outros locais com agrupamento de
adultos e adolescentes têm sido verificados não somente no
Brasil, mas em outros países como Canadá e Espanha.
Em Campinas,
este ano, os primeiros casos foram identificados entre
estudantes da Unicamp. O último surto de caxumba notificado
no município ocorreu em 2002.
“As falhas
primárias são responsáveis pela manutenção da cadeia de
transmissão”, afirma. A enfermeira sanitarista explica que
falha primária ocorre quando a pessoa não responde
adequadamente à vacina. “Por isso, para resgatar possíveis
falhas primárias e evitar a ocorrência de surtos, a partir
de 2004, o Ministério da Saúde introduziu no calendário
vacinal a segunda dose (reforço) da tríplice viral entre 4 e
6 anos de idade”, diz. A primeira dose – que deve ser
aplicada quando a criança completa 1 ano – foi introduzida
na rotina dos centros de saúde em todo Brasil na década de
90 e teve um impacto grande na doença.
Saiba mais.
A caxumba é uma doença aguda, de transmissibilidade alta,
causada por um vírus que provoca febre e inflamação das
glândulas salivares (parotidite). A transmissão se dá pelo
contato direto com uma pessoa infectada. É considerada uma
doença benigna e as complicações – como orquite, meningite
viral e pancreatite – são excepcionais.
Mediante a
situação atual em Campinas, a Coordenadoria de Vigilância em
Saúde (Covisa) informa que todos os serviços de saúde devem
estar atentos à ocorrência de caxumba e informar os casos
para os Centros de Saúde e Vigilâncias em Saúde para que
seja analisada a necessidade de medidas de controle.
Denize Assis
Saiba mais
sobre a caxumba
O que é?
É uma doença infecciosa aguda, transmissível, causada por um
vírus que provoca febre e inflamação da glândula parótida -
parotidite.
Qual o agente
envolvido?
O causador da infecção é o vírus da família Paramyxoviridae,
gênero Rubulavírus.
Quais os sintomas?
Febre, aumento do volume das glândulas salivares localizadas
na região da boca, principalmente, a parótida. Podem estar
presentes outros sintomas como dor no corpo, dor de
cabeça.Em homens adultos, pode ocorrer inflamação nos
testículos (orquite) e, em mulheres acima de 15 anos,
inflamação nos ovários (ooforite). É relativamente comum
também o comprometimento do sistema nervoso central,
conhecido por meningite asséptica, e pancreatite.
Como se transmite?
Pelo contato direto com gotículas de saliva do doente
contendo o vírus.
Como tratar?
Não existe tratamento específico. São indicados repouso, uso
de medicamentos analgésicos e observação de possíveis
complicações. No caso de orquite (inflamação nos
testículos), o repouso e o uso de suspensório escrotal são
fundamentais para o alívio da dor.
Como se prevenir?
A prevenção é feita por meio da aplicação da vacina tríplice
viral (sarampo, rubéola e caxumba), de acordo com o esquema
vacinal preconizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde
do Ministério da Saúde. A caxumba, isoladamente, não é
doença de notificação obrigatória. No entanto, a ocorrência
de surtos e epidemias deve ser registrada e acompanhada,
para que se conheça melhor o comportamento da doença.