Colégio Ave Maria recebe bloqueio contra caxumba

04/06/2007

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa) Leste e do Centro de Saúde (CS) Centro, iniciou na manhã desta segunda-feira, dia 4 de junho, vacinação de bloqueio contra a caxumba no Colégio Ave Maria, onde foram diagnosticados cinco casos da doença. A meta é vacinar aproximadamente 500 pessoas entre alunos, professores e funcionários com a tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola).

Devem receber a vacina todas as pessoas nascidas a partir de 1960 que não tiveram a doença e que não comprovem, mediante apresentação de caderneta de vacinação, duas doses de vacina tríplice viral com intervalo mínimo de 30 dias. Quem tiver a carteira de vacinas, deve levá-la. A dose é gratuita.

A vacinação dos suscetíveis é a medida preconizada pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde (OMS) para bloquear a transmissão e controlar surtos da doença. Além da imunização, também são indicadas ações de educação em saúde, informação e mobilização social.

Desde março, Campinas notificou 15 surtos de caxumba em universidades e outras escolas públicas e privadas de Campinas, com um total de 144 casos. Foram aplicadas, até o momento, 32,9 mil doses da tríplice viral para o controle dos surtos.

A caxumba, isoladamente, não é doença de notificação obrigatória. No entanto, a ocorrência de surtos e epidemias deve ser registrada e acompanhada, para que se conheça melhor o comportamento da doença.

Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, surtos de caxumba entre escolares ou em outros locais com agrupamento de adultos e adolescentes têm sido verificados não somente no Brasil, mas em outros países como Canadá e Espanha.

Em Campinas, este ano, os primeiros casos foram identificados entre estudantes da Unicamp. O último surto de caxumba notificado no município ocorreu em 2002.

“As falhas primárias são responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão”, afirma. A enfermeira sanitarista explica que falha primária ocorre quando a pessoa não responde adequadamente à vacina. “Por isso, para resgatar possíveis falhas primárias e evitar a ocorrência de surtos, a partir de 2004, o Ministério da Saúde introduziu no calendário vacinal a segunda dose (reforço) da tríplice viral entre 4 e 6 anos de idade”, diz. A primeira dose – que deve ser aplicada quando a criança completa 1 ano – foi introduzida na rotina dos centros de saúde em todo Brasil na década de 90 e teve um impacto grande na doença.

Saiba mais. A caxumba é uma doença aguda, de transmissibilidade alta, causada por um vírus que provoca febre e inflamação das glândulas salivares (parotidite). A transmissão se dá pelo contato direto com uma pessoa infectada. É considerada uma doença benigna e as complicações – como orquite, meningite viral e pancreatite – são excepcionais.

Mediante a situação atual em Campinas, a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) informa que todos os serviços de saúde devem estar atentos à ocorrência de caxumba e informar os casos para os Centros de Saúde e Vigilâncias em Saúde para que seja analisada a necessidade de medidas de controle.

Denize Assis

Saiba mais sobre a caxumba

O que é?
É uma doença infecciosa aguda, transmissível, causada por um vírus que provoca febre e inflamação da glândula parótida - parotidite.

Qual o agente envolvido?
O causador da infecção é o vírus da família Paramyxoviridae, gênero Rubulavírus.

Quais os sintomas?
Febre, aumento do volume das glândulas salivares localizadas na região da boca, principalmente, a parótida. Podem estar presentes outros sintomas como dor no corpo, dor de cabeça.Em homens adultos, pode ocorrer inflamação nos testículos (orquite) e, em mulheres acima de 15 anos, inflamação nos ovários (ooforite). É relativamente comum também o comprometimento do sistema nervoso central, conhecido por meningite asséptica, e pancreatite.

Como se transmite?
Pelo contato direto com gotículas de saliva do doente contendo o vírus.

Como tratar?
Não existe tratamento específico. São indicados repouso, uso de medicamentos analgésicos e observação de possíveis complicações. No caso de orquite (inflamação nos testículos), o repouso e o uso de suspensório escrotal são fundamentais para o alívio da dor.

Como se prevenir?
A prevenção é feita por meio da aplicação da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), de acordo com o esquema vacinal preconizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. A caxumba, isoladamente, não é doença de notificação obrigatória. No entanto, a ocorrência de surtos e epidemias deve ser registrada e acompanhada, para que se conheça melhor o comportamento da doença.

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