Programa DST/Aids de Campinas inicia comunicação aos usuários do Centro de Referência para substituição do anti-retroviral nelfinavir

08/06/2007

Medida está em acordo com orientação do Programa Nacional de DST/Aids
do Ministério da Saúde que orienta para uso de outros remédios do coquetel

O Centro de Referência (CR) do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PM-DST/Aids) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Prefeitura de Campinas iniciou na manhã desta sexta-feira, 8 de junho de 2007, a comunicação aos usuários da unidade para substituição do medicamento anti-retroviral Mesilato de Nelfinavir.

Cerca de 30 pessoas vivendo com hiv/aids (PVHA) que fazem tratamento no CR começaram ser chamados através de profissionais do Tratamento Supervisionado do Centro de Referência DST/Aids para que venham à unidade. A substituição será feita através do Núcleo de Assistência do CR. O remédio será substituído por outros medicamentos, conforme orientação do Programa Nacional de DST/Aids (PN-DST/Aids) do Ministério da Saúde.

O anti-retroviral compõe o "coquetel" de medicamentos anti-retrovirais utilizados no tratamento às pessoas que vivem com hiv/aids. No Brasil o tratamento à aids é oferecido gratuitamente através do SUS (Sistema Único de Saúde).

O Programa Municipal de DST/Aids de Campinas também comunicou as outras unidades dispensadoras localizadas na cidade, Centro Corsini, Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP) da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), exceto o Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) pois a instituição está fechada devido ao prolongamento do feriado de Corpus Christi.

A enfermeira sanitarista Cristina Ilario, coordenadora do Programa DST/Aids de Campinas explica que a medida é necessária e preventiva, dadas as constatações que levaram o laboratório produtor do medicamento retirá-lo do mercado e o Programa Brasileiro de DST/Aids a decidir por suspender a dispensação do anti-retroviral.

"É melhor fazer essa substituição deste medicamento por outros remédios disponíveis que permitir que as pessoas vivendo com hiv/aids em tratamento corram riscos devido à ingestão dessa formulação", diz a coordenadora. Em Campinas, cerca de 1,5 mil pessoas fazem tratamento à aids no Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids, maior serviço municipal de assistência às pessoas vivendo com hiv/aids.

Confira a nota de esclarecimento do PN-DST/Aids do MS acerca recolhimento do nelfinavir:

Nota de esclarecimento

07/06/07 

NOTA DE ESCLARECIMENTO:

AVISO DE RECOLHIMENTO DO NELFINAVIR PELO LABORATÓRIO ROCHE

Na tarde do dia 6 de junho de 2007, o laboratório Roche divulgou nota informando que recolherá, nos próximos dias, na Europa e em outras regiões do mundo, incluindo o Brasil, todos os lotes do Mesilato de Nelfinavir em pó e em comprimido.

Segundo informações do laboratório produtor, ocorreram relatos de que alguns lotes de comprimidos de Mesilato de Nelfinavir 250mg apresentaram um odor alterado. Análises químicas detalhadas demonstraram a presença de   uma  impureza no princípio ativo, chamada ácido etil éster metanosulfônico.

A medida de recolhimento aplica-se, neste momento, de forma preventiva, a todos os lotes do medicamento, apesar da suspeita de contaminação referir-se a dois lotes, sendo que um deles deu entrada no almoxarifado do Ministério da Saúde no dia 29/05 e estava em fase inicial de distribuição.

O Nelfinavir é um Inibidor da Protease, distribuído no Brasil e no mundo desde 1998, nas apresentações de comprimidos de 250 mg e pó para solução oral (pediátrico), sendo usado por aproximadamente 9 mil pacientes adultos e 250 crianças no país.

Solicitamos a todos os serviços de saúde que entrem em contato com os pacientes em uso do Nelfinavir, para substituição por outro anti-retroviral, conforme as recomendações abaixo descritas:

I - ADULTOS:

. Para pacientes em esquema empírico, substituir, conforme as orientações das "Recomendações para Terapia Anti-Retroviral em Adultos e Adolescentes Infectados pelo HIV" de 2006, por um dos seguintes Inibidores de Protease: Lopinavir/ritonavir, Amprenavir ou Saquinavir; ou, ainda, para virgens de Inibidores da Transcriptase Reversa Não Análogos aos Nucleosídeos, por Efavirenz ou Nevirapina.

. Para pacientes com esquema orientado por genotipagem, identificar um Inibidor de Protease ou um Inibidor da Transcriptase Reversa Não Análogo aos Nucleosídeos que apresente sensibilidade.

II – GESTANTES

. Para gestantes, substituir por outro Inibidor da Protease ou Nevirapina, respeitando-se as orientações das "Recomendações para Profilaxia da Transmissão Vertical do HIV e Terapia Anti-retroviral em Gestantes", de 2006. Importante lembrar que o Indinavir é contra-indicado na gestação.

III. CRIANÇAS

O Nelfinavir pó para solução oral deverá ser substituído:

. Por Amprenavir/ritonavir ou Lopinavir/ritonavir, nos casos de terapia instituída empiricamente; ou, ainda, em casos de crianças virgens de Inibidores da Transcriptase Reversa Não Análogos aos Nucleosídeos, por Nevirapina ou Efavirenz, para maiores de 3 anos, ou Nevirapina, para menores de 3 anos.

. Para crianças com esquema orientado por genotipagem, identificar um Inibidor de Protease ou Inibidor da Transcriptase Reversa Não Análogo aos Nucleosídeos que apresente sensibilidade, respeitando-se a faixa etária.

Recomendamos, ainda, que todos os pacientes que usam Nelfinavir procurem o serviço de saúde no qual são acompanhados, para orientações e substituição do medicamento.

Solicita-se, ainda, aos médicos prescritores que informem, caso sejam observados, eventos adversos em pacientes em uso do Nelfinavir:

1. à ANVISA, no link http://www8.anvisa.gov.br/notivisa/frmCadastro.asp

2. ao laboratório Roche, pelo telefone 0800 7720 292 ou pelo e-mail brasil.farmacovigilancia@roche.com

Frente ao exposto, o Programa Nacional de DST e Aids solicita que as Unidades Distribuidoras de Medicamentos anti-retrovirais que suspendam a distribuição, a partir da data de hoje, do Nelfinavir compridos de 250 mg ou pó para solução oral.

As orientações detalhadas para o recolhimento serão repassadas, posteriormente, pelo laboratório Roche.

Brasília, 7 de junho de 2007.

Mariângela Simão
Diretora do Programa Nacional de DST e Aids

Orival Silveira
Unidade de Assistência e Tratamento – UAT

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