Campinas pretende vacinar 66 mil crianças na 1ª etapa da campanha de vacinação infantil

11/06/2007

A Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, pretende vacinar pelo menos 95% da população com até 5 anos, cerca de 66 mil crianças, no próximo sábado, dia 16 de junho, na primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação Infantil de 2007. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população da cidade na faixa etária de 0 a 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) é de 69,5 mil. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 16,3 milhões em todo País.

Para alcançar a meta da campanha, a Prefeitura desencadeou estratégias além da divulgação pelos meios de comunicação, pelas próprias unidades de saúde e através de faixas, cartazes e carros de som. Amanhã, dia 12, das 19h às 21h, a Secretaria de Saúde em parceria com a Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) promove o encontro ‘Campanhas nacionais contra poliomielite. Ainda uma necessidade’.

O evento acontece no auditório da SMCC e é dirigido a pediatras e enfermeiros. Os palestrantes serão a enfermeira sanitarista Brigina Kemp e o médico infectologista Luiz Jacintho da Silva. Não é necessário se inscrever antes.

O objetivo é sensibilizar os profissionais sobre a importância de aplicar em massa a Vacina Oral contra a Poliomielite, estratégia adotada pelo Brasil desde 1980, quando foi realizado pela primeira vez o Dia Nacional de Vacinação contra a Poliomielite.

“A vacina oral contra a poliomielite, aplicada em campanhas, produz extensa disseminação do vírus vacinal, capaz de competir com a circulação do vírus selvagem, interrompendo abruptamente a cadeia de transmissão da doença”, afirma a médica pediatra Maria Fernanda Haddad, coordenadora municipal de Saúde da Criança em Campinas.

Segundo Maria Fernanda, a vacinação universal - indiscriminada e em todas as localidades - de todos os menores de cinco anos de idade ao mesmo tempo é fundamental para preservar a erradicação da paralisia infantil no país. “Por isso, é preciso mobilizar a comunidade e todos os profissionais de saúde para que possamos atingir a meta”, diz.

Estratégia. Em 2005, a estratégia contra a poliomielite no Brasil completa 25 anos de existência. O último caso da doença verificado no país foi em 1989, no município de Sousa, na Paraíba. A criança acometida pela doença sobreviveu sem seqüelas. No entanto, a poliomielite pode causar paralisias permanentes, principalmente dos membros inferiores, ou até matar. Na década de 1970, foram mais de 21 mil casos da doença no País. No estado de São Paulo, o último caso foi registrado em 1988, no município de Teodoro Sampaio. Em Campinas, a última ocorrência é de 1980.

A partir de 1980, o Brasil adotou a estratégia de vacinar todas as crianças menores de cinco anos. O resultado foi a redução para 2,8 mil casos na década e a erradicação da doença, certificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1994. Mas é importante que o País continue a manter a boa cobertura vacinal nas campanhas anuais, realizadas em duas fases, pois há risco de a doença ser reintroduzida, já que a pólio ainda é endêmica em vários países da África e da Ásia, continentes com grande trânsito de pessoas no Brasil. Sem a vacinação, o país ficaria vulnerável.

“A persistência dessa doença no mundo, apesar da redução em sua incidência, mantém elevado o risco de reintrodução do vírus selvagem em países que já erradicaram a pólio. A estratégia brasileira, que inclui fortalecer a vigilância epidemiológica e assegurar a vacinação, não só mantém o país livre da poliomielite, como também integra uma rede mundial para a manutenção da erradicação desta doença”, reforça o secretário de Saúde José Francisco Kerr Saraiva.

A vacinação acontece das 8h da manhã às 5h da tarde. Quem tiver, deve levar o cartão de vacinas. A dose é gratuita. Todas as crianças devem tomar, mesmo as que já foram vacinadas várias vezes na rotina e nas campanhas anteriores. A segunda etapa da campanha contra a paralisia infantil ocorre em 25 de agosto.

Denize Assis

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