A Secretaria
de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa)
Sul, inicia nesta sexta-feira, dia 15 de junho, bloqueio
vacinal contra a caxumba no Sesi Amoreiras e na Unip da
avenida Faria Lima, na região sul de Campinas. A expectativa
é vacinar com a tríplice viral (contra sarampo, caxumba e
rubéola) a maioria dos alunos, professores e funcionários
das suas instituições. São 320 pessoas no Sesi e 990 na Unip.
Na
segunda-feira, 18 de junho, a Visa Leste inicia bloqueio no
Anglo Taquaral, com a expectativa de vacinar aproximadamente
800 pessoas. Desde março, a Vigilância em Saúde registrou
surtos (dois casos ou mais) de caxumba em 21 instituições no
município. Outros 10 locais, incluindo escolas, creches e
empresas, registraram um caso cada. No total, até o momento,
foram notificados 169 casos da doença. Aproximadamente 30
mil doses da tríplice viral foram aplicadas nas ações de
bloqueio.
A caxumba,
isoladamente, não é de notificação obrigatória. No entanto,
a ocorrência de surtos e epidemias deve ser registrada e
acompanhada, para que se conheça melhor o comportamento da
doença.
Devem receber
a vacina todas as pessoas que frequëntam as instituições
onde ocorram surtos, nascidas a partir de 1960, que não
tiveram a doença e que não comprovem, mediante apresentação
de caderneta de vacinação, duas doses de vacina tríplice
viral com intervalo mínimo de 30 dias. Além da vacinação, os
bloqueios incluem ações de educação em saúde, informação e
mobilização social.
Saiba mais.
A caxumba é uma doença aguda, de transmissibilidade alta,
causada por um vírus que provoca febre e inflamação das
glândulas salivares (parotidite). A transmissão se dá pelo
contato direto com uma pessoa infectada. É considerada uma
doença benigna e as complicações – como orquite, meningite
viral e pancreatite – são excepcionais.
Segundo a
enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da
Vigilância em Saúde de Campinas, surtos de caxumba entre
escolares ou em outros locais com agrupamento de adultos e
adolescentes, mesmo com altas coberturas vacinais, têm sido
verificados não somente no Brasil, mas em outros países como
Canadá e Espanha.
Em Campinas,
este ano, os primeiros casos foram identificados entre
estudantes da Unicamp. Em 2006 foram registrados dois surtos
de caxumba em Campinas.
“As falhas
primárias são responsáveis pela manutenção da cadeia de
transmissão”, afirma. A enfermeira sanitarista explica que
falha primária ocorre quando a pessoa não responde
adequadamente à vacina. “Por isso, para resgatar possíveis
falhas primárias e evitar a ocorrência de surtos, a partir
de 2004, o Ministério da Saúde introduziu no calendário
vacinal a segunda dose (reforço) da tríplice viral entre 4 e
6 anos de idade”, diz. A primeira dose – que deve ser
aplicada quando a criança completa 1 ano – foi introduzida
na rotina dos centros de saúde em todo Brasil na década de
90 e teve um impacto grande na doença.
Mediante a
situação atual em Campinas, a Coordenadoria de Vigilância em
Saúde (Covisa) informa que todos os serviços de saúde devem
estar atentos à ocorrência de caxumba e informar os casos
para os Centros de Saúde e Vigilâncias em Saúde para que
seja analisada a necessidade de medidas de controle.
Denize Assis