Sesi e Unip recebem bloqueio contra a caxumba

14/06/2007

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa) Sul, inicia nesta sexta-feira, dia 15 de junho, bloqueio vacinal contra a caxumba no Sesi Amoreiras e na Unip da avenida Faria Lima, na região sul de Campinas. A expectativa é vacinar com a tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) a maioria dos alunos, professores e funcionários das suas instituições. São 320 pessoas no Sesi e 990 na Unip.

Na segunda-feira, 18 de junho, a Visa Leste inicia bloqueio no Anglo Taquaral, com a expectativa de vacinar aproximadamente 800 pessoas. Desde março, a Vigilância em Saúde registrou surtos (dois casos ou mais) de caxumba em 21 instituições no município. Outros 10 locais, incluindo escolas, creches e empresas, registraram um caso cada. No total, até o momento, foram notificados 169 casos da doença. Aproximadamente 30 mil doses da tríplice viral foram aplicadas nas ações de bloqueio.

A caxumba, isoladamente, não é de notificação obrigatória. No entanto, a ocorrência de surtos e epidemias deve ser registrada e acompanhada, para que se conheça melhor o comportamento da doença.

Devem receber a vacina todas as pessoas que frequëntam as instituições onde ocorram surtos, nascidas a partir de 1960, que não tiveram a doença e que não comprovem, mediante apresentação de caderneta de vacinação, duas doses de vacina tríplice viral com intervalo mínimo de 30 dias. Além da vacinação, os bloqueios incluem ações de educação em saúde, informação e mobilização social.

Saiba mais. A caxumba é uma doença aguda, de transmissibilidade alta, causada por um vírus que provoca febre e inflamação das glândulas salivares (parotidite). A transmissão se dá pelo contato direto com uma pessoa infectada. É considerada uma doença benigna e as complicações – como orquite, meningite viral e pancreatite – são excepcionais.

Segundo a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde de Campinas, surtos de caxumba entre escolares ou em outros locais com agrupamento de adultos e adolescentes, mesmo com altas coberturas vacinais, têm sido verificados não somente no Brasil, mas em outros países como Canadá e Espanha.

Em Campinas, este ano, os primeiros casos foram identificados entre estudantes da Unicamp. Em 2006 foram registrados dois surtos de caxumba em Campinas.

“As falhas primárias são responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão”, afirma. A enfermeira sanitarista explica que falha primária ocorre quando a pessoa não responde adequadamente à vacina. “Por isso, para resgatar possíveis falhas primárias e evitar a ocorrência de surtos, a partir de 2004, o Ministério da Saúde introduziu no calendário vacinal a segunda dose (reforço) da tríplice viral entre 4 e 6 anos de idade”, diz. A primeira dose – que deve ser aplicada quando a criança completa 1 ano – foi introduzida na rotina dos centros de saúde em todo Brasil na década de 90 e teve um impacto grande na doença.

Mediante a situação atual em Campinas, a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) informa que todos os serviços de saúde devem estar atentos à ocorrência de caxumba e informar os casos para os Centros de Saúde e Vigilâncias em Saúde para que seja analisada a necessidade de medidas de controle.

Denize Assis

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