A Secretaria de Saúde de
Campinas informou na tarde desta segunda-feira, 18 de junho,
que 57.179 crianças menores de cinco anos foram vacinadas na
primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação Infantil de
2007, realizada no último sábado, dia 16 de junho. Esse dado
representa uma cobertura de 82,17% da população nesta faixa
etária.
A meta era vacinar 95%
das crianças com até cinco anos. Por isso, a Campanha foi
prorrogada pelo menos até sexta-feira, dia 22. A prorrogação
foi recomendada pelo Ministério da Saúde e reforçada pelo
Grupo de Vigilância Epidemiológica de Campinas (GVE XVII)
para todos os municípios que não conseguiram atingir a meta.
Na Região Metropolitana de Campinas, a maioria dos
municípios prorrogou a vacinação. Entre as 42 cidades na
abrangência do GVE XVII, 23 não alcançaram a meta de 95% e
tiveram que prorrogar a campanha.
Segundo a Coordenadoria de
Vigilância em Saúde (Covisa), os números alcançados por
Campinas este ano ficaram acima do balanço do mesmo período
da primeira etapa da campanha de 2006, quando a cobertura
foi de 78,85%. De acordo com técnicos da Covisa, o resultado
foi bom. “Embora não tenhamos atingido a meta, vacinamos
mais que nos anos anteriores, o que demonstra que o
município tem trabalhado no caminho correto em busca de
estratégias que aumentem a adesão da população à campanha,
como as parcerias com a Unimed, a Sociedade de Medicina e
Cirurgia de Campinas e o Sindicato dos Médicos”, afirma a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da
Vigilância Epidemiológica da Covisa.
Segundo o Secretário de Saúde
de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, não existe uma
pesquisa que aponte os fatores que levam Campinas a não
atingir a meta de 95% de cobertura vacinal estipulada pelo
Ministério da Saúde. Mas os técnicos da Secretaria têm
inferido, entre outras explicações, que as pessoas ainda não
compreenderam a importância da vacina.
“Muitas vezes elas usam o
raciocínio, incorreto, de que por terem participado de
várias campanhas anteriores e já terem recebido a dose na
rotina, não é necessário mais uma dose. Mas este raciocínio
é equivocado”, diz Francisco Saraiva.
Além disso, segundo o
secretário, outra explicação é o fato de alguns pais levarem
seus filhos para tomar vacina em clínicas particulares e não
levarem nas campanhas, o que também é equivocado, uma vez
que a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade
Brasileira de Imunização indicam a vacina oral contra a
poliomielite nas campanhas nacionais.
“É necessário que os
pediatras indiquem a vacinação nas campanhas e que, junto
com os pais, participem desta ação de saúde em busca da
manutenção da erradicação da pólio. Falhas nesta estratégia,
aumentam o risco do Brasil voltar a ter casos desta doença
que ainda ocorre no mundo”, afirma.
Uma outra questão apontada
por Saraiva é o fato do país não registrar mais casos de
poliomielite há mais de duas décadas. Segundo o secretário,
isto também influencia, já que as pessoas passam a acreditar
que este é um risco muito distante.
Segundo a OMS, a poliomielite
é uma doença que ainda persiste no mundo, o que mantém
elevado o risco de reintrodução do vírus selvagem em países
que já erradicaram a pólio.
O vírus da pólio ainda
circula em países da África e da Ásia e causou mais de dois
mil casos em 2006. Em 2007, foram registrados 111 casos até
o mês de abril. “Isto reforça mais uma vez que é preciso
manter a estratégia que garantiu ao Brasil a erradicação da
pólio, que inclui fortalecer a vigilância epidemiológica de
todos os casos de paralisia flácida em menores de 15 anos e
assegurar a vacinação na rotina e nas campanhas em massa. A
ação, que é uma das mais importantes de saúde pública, não
só mantém o país livre da poliomielite, como também integra
uma rede mundial em busca da erradicação desta doença”, diz
a enfermeira sanitarista Brigina Kemp.
Portanto, informa Brigina,
até dia 22, os pais ou responsáveis devem levar as crianças
menores de cinco anos que ainda não receberam a vacina ao
Centro de Saúde mais próximo no horário de funcionamento da
unidade. A dose é gratuita e mesmo aqueles que já tomaram
várias doses anteriormente devem ser vacinados. Na
oportunidade, a criança pode receber também doses de outras
vacinas que estiveram em atraso. Para isto, é necessário
levar o cartão da criança. A dose contra a pólio será
aplicada mesmo sem o cartão.
A segunda fase da Campanha de
Vacinação Infantil acontece em 25 de agosto.
Denize Assis