Fórum sobre obesidade na infância reúne mais de 200 pessoas

21/06/2007

Mais de 200 pessoas estiveram reunidas nesta quinta-feira, dia 21 de junho, em Campinas durante o Fórum Municipal de Atenção à Obesidade na Infância e na Adolescência. O evento, que consiste em etapa preparatória para a implantação do Programa Municipal de Atenção e Prevenção à Obesidade na Infância e na Adolescência, reuniu gestores e servidores da saúde, representantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puc-Campinas), técnicos das Secretarias Municipais de Educação, de Cultura e Lazer, de Esportes e da Ceasa.

O Fórum discutiu a situação da obesidade entre crianças e adolescentes em Campinas e no Brasil, as experiências exitosas desenvolvidas por cinco Centros de Saúde de Campinas com este público e o protocolo de atenção e prevenção à obesidade na infância e adolescência a ser implantado no município.

“Foi a primeira grande discussão envolvendo equipes de saúde, universidades e setores que atuam com a abordagem nutricional e com a atividade física, sobre um tema importantíssimo, que muito tem nos preocupado e que demanda ações intersetoriais e prioritárias nas políticas públicas”, disse o secretário municipal de saúde José Francisco Kerr Saraiva, que abriu o Fórum.

Durante o evento, o médico pediatra Antônio de Azevedo Barros Filho, professor doutor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, apresentou estudo que aponta que, em Campinas, a obesidade atinge 15,3% dos alunos da rede pública na faixa etária de 6 e 10 anos e 20% dos alunos da rede privada nesta mesma faixa etária.

Barros Filho informou, durante sua conferência no Fórum, que a obesidade entre crianças e adolescentes é um problema que vem acontecendo de forma mais intensa nos últimos anos, atinge todas as camadas sociais e tem crescido em todos os lugares do mundo, sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) problema de saúde pública tão importante quanto a desnutrição. No Brasil, entre adolescentes de 10 a 19 anos, 16,7% sofrem de excesso de peso.

Segundo os técnicos e gestores presentes no evento, esta situação aponta para grandes problemas já que a obesidade infantil é um fator precoce de determinação de obesidade na vida adulta e relaciona-se com maior incidência de hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, doenças da vesícula biliar, apnéia do sono, problemas ortopédicos e hipertrofia do ventrículo esquerdo entre outros. Além disso, eleva o risco relativo de mortalidade de doença coronariana (2,3 maior), por Acidente Vascular Cerebral (13,2 mais) e por câncer coloretal (9,1 mais).

“Temos cada vez mais crianças muito pesadas e adultos muito gordos. Esta é uma situação de risco muito séria. A população vai morrer em conseqüência deste problema e vai morrer muito cedo”, disse Barros Filho.

O Secretário de Saúde disse que, por considerar todas estas questões e o fato de que a prevenção se constitui na melhor forma de abordagem para a obesidade infantil é que Campinas está iniciando o trabalho de forma mais enfática com a questão da obesidade na infância.

“A partir deste fórum, pretendemos desencadear uma série de ações para tratar a prevenir a obesidade na infância e adolescência. É um trabalho longo, grande, que necessita de ações intersetoriais e multidisciplinares e que, repito, precisam ser viabilizadas como políticas públicas. Ou caminhamos nesta direção ou teremos um desastre epidemiológico”, disse.

O Programa Municipal de Atenção e Prevenção à Obesidade na Infância e na Adolescência deve ser implementado em Campinas em agosto.

Denize Assis

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