Governo Federal e Prefeitura de Campinas Inauguram Complexo Hospitalar Ouro Verde

11/06/2008

Autor: Denize Assis

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos, e o secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva inauguraram na tarde desta terça-feira, dia 10 de junho de 2008, o Complexo Hospitalar Ouro Verde, na região sudoeste da cidade.

Mais de 3 mil compareceram à solenidade de inauguração, segundo a organização do evento. Entre a multidão, estavam secretários municipais e outras autoridades; representantes dos gestores e servidores da Saúde; integrantes dos conselhos de saúde; usuários e prestadores do SUS; representantes da sociedade civil organizada; autoridades militares e eclesiásticas, entre outras.

O complexo, que vai ficar sob gestão da Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina/Universidade Federal Paulista (SPDM/Unifesp), começa a funcionar amanhã e vai ampliar em 25% a capacidade de internação pela rede pública municipal de saúde na cidade, passando de 858 leitos para 1.077 – este número não considera leitos sob gestão do Estado que, se somados, totalizam 1.706 leitos SUS.

O investimento para colocar o complexo hospitalar em funcionamento foi de R$ 60 milhões – R$ 40 em obras e R$ 20 em equipamentos -, sendo R$ 40 milhões do Ministério da Saúde e R$ 20 milhões da Prefeitura. O custeio está previsto em torno de R$ 5 milhões por mês.

“Este hospital é um sonho de 20 anos. Sua implementação estava entre nossas prioridades e se tornou possível com apoio do Governo Federal e do Ministério da Saúde. Foram R$ 60 milhões de investimentos num equipamento que vai acrescentar um ‘Q’ de qualidade ao SUS Campinas”, disse o prefeito Hélio de Oliveira Santos, durante a cerimônia.

O complexo vai ampliar o atendimento e garantir maior acesso médico-hospitalar no município, beneficiando diretamente aproximadamente 400 mil habitantes das regiões sudoeste, noroeste e sul, que constituem uma população totalmente SUS dependente.

Além de minimizar o déficit na assistência pública hospitalar, o Ouro Verde vai sanar a desigualdade regional e garantir a eqüidade no município. E a unidade não vai funcionar isoladamente, mas integrada com os outros hospitais públicos e prontos-socorros e prontos atendimentos municipais.

Segundo dr. Hélio, o novo complexo hospitalar tem características regionais, e vai dar retaguarda aos 19 municípios da região Metropolitana de Campinas onde residem mais de 3,5 milhões de habitantes. “Também vai atender a interesses nacionais, já que vai servir de modelo para implantação de projetos e programas do Ministério da Saúde, entre os quais capacitação de equipes de transplantes; de inovação tecnológica. Também vai cumprir papel importante na área de reabilitação. E o mais importante: tudo essencialmente atendendo o SUS, dentro do conceito nacional de rede”, disse.

O prefeito disse ainda que o Ouro Verde inicia um novo capítulo da história da saúde pública brasileira, que começa com a letra ‘Q’ de qualidade. Parabéns ao presidente Lula, ao ministro Temporão e a todos que aqui estão”, afirmou.

Para o secretário de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, a inauguração do Ouro Verde trata-se de um grande momento na história da saúde pública de Campinas. Segundo ele, o hospital nasceu de muitos argumentos: para atender a uma população de mais de 400 mil pessoas, 90% delas SUS dependentes.

“Campinas cresceu, está ficando mais velha, localiza-se num grande entroncamento rodoviário. Além disso, tem entre 100 e 150 pacientes em macas todos os dias e a Secretaria agora dá mais um passo para mudar este cenário. Este hospital também vem para capacitar profissionais do SUS. Vai realizar cerca de 800 cirurgias por mês. Agradeço ao presidente, ao ministro da Saúde, aos nossos parceiros, a todos trabalhadores do SUS. Muito obrigado dr. Hélio”, disse emocionado o secretário de Saúde.

Totalmente informatizado e com equipamentos de última geração, o Ouro Verde foi construído de acordo com conceitos de humanização no atendimento e acessibilidade e a partir dos mais avançados princípios ambientais e sanitários.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que fazia questão de uma reflexão junto com o público acerca do que viu após a visita ao hospital. “Tem uma concepção arquitetônica bonita. É um hospital agradável, que usa cores, tem ambientes largos, amplos, decorados, itens que atendem aos conceitos de humanização. Inova no modelo de gestão, ao estabelecer parceria com a Unifesp. Tem uma filosofia voltada para o ensino, uma função pedagógica. Parabéns dr. Hélio. Parabéns pela fibra, determinação, pelo apoio dos cidadãos. Parabéns a todos”, disse.

O arquiteto responsável pelo projeto do Complexo Hospitalar Ouro Verde foi o Carlos Ianase. O engenheiro foi Arnaldo Faustini Filho.

O presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um discurso descontraído. “O hospital tá novinho, de primeiríssima qualidade. Dá até vontade de ficar doente, os profissionais são jovens, bonitos, as camas novinhas”, brincou. Disse que é necessário cuidar do hospital como se cuida da própria saúde. Ele lembrou que é preciso aliar assistência com prevenção e recomendou que todos façam caminhada.

“É um orgulho estar aqui. Dr. Hélio dedicou seu sonho a construir este hospital”, disse. E lembrou que, numa cidade como Campinas, dividida por duas grandes estradas, normalmente a parte antiga já tem tudo. “A parte que nasceu depois torna-se uma cidade de segunda classe. Este hospital torna o povo de Campinas mais igual. Boa sorte e que Deus abençoe o povo de Campinas”, disse.

Com uma área de construção civil de 22 mil metros quadrados, quando estiver na sua plena capacidade – a unidade começa a funcionar com 20% de sua capacidade -, o hospital Ouro Verde vai disponibilizar 219 leitos distribuídos em seis unidades de internação nas áreas de Saúde Mental, Reabilitação, Ortopedia, Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Pediatria e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) adulto e infantil. Também vai contar com um centro de captação de órgãos.

A unidade terá, inclusive, uma referência em fisioterapia, para proporcionar continuidade ao tratamento quando necessário. Também vai incorporar o ambulatório que funciona atualmente no Complexo Ouro Verde. E o Pronto-Socorro (PS) do Ouro Verde, que já funciona no local, foi adequado à nova planta para ser integrado também ao hospital. Com isto, vai poder atender a casos de maior complexidade, o que vai otimizar a resposta aos casos graves, melhorando assim o sistema de urgência e emergência do município como um todo.

O Ouro Verde será o segundo hospital municipal de Campinas. O município já conta com o Hospital Municipal Mário Gatti. O Complexo Hospitalar Ouro Verde fica na avenida Ruy Rodrigues, 3.434, Jardim Santa Letícia, na região sudoeste da cidade.

Campinas saudável. Com a diretriz de promover uma Campinas saudável, segura e humana, a Administração se preocupou também em fazer com que o hospital atenda a um conceito ambientalmente adequado.

A unidade foi construída de forma que possa economizar energia elétrica, já que conta com iluminação da luz solar, inclusive nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o que possibilita ainda que o paciente tenha noção do tempo, saiba quando é dia e noite, e diminui as chances de depressão, comum nestes pacientes.

O uso racional da água também foi projetado. A unidade conta com dispositivos de economia do produto por meio de torneiras e válvulas de descarga automáticas. Também conta com estação de tratamento de esgoto, que vai tratar todo efluente gerado. E tem um grupo de gestão de resíduos de saúde, com o objetivo de um gerenciamento adequado.

Acessibilidade. Para garantir o acesso, o hospital foi projetado com duas entradas em duas alças de acesso e uma passarela para portadores de necessidades especiais interligada ao terminal de ônibus. O Ouro Verde conta ainda com estacionamento com 260 vagas e heliponto com um raio de 12 metros.

Como será o atendimento. O hospital vai estar vinculado ao Pronto-Socorro e atuar integrado em rede com todo sistema de saúde público municipal. Vão ser realizadas internações de urgência e emergência e internações eletivas.

Na primeira fase, prevista para ser concluída em 150 dias, serão implementados 130 leitos da seguinte maneira: inicialmente 30 leitos de clínica médica e 10 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto; depois, 10 de pediatria e 10 de UTI pediátrica; na seqüência, 30 leitos de clínica cirúrgica e 20 de ortopedia e o centro cirúrgico com duas salas de urgência e cinco eletivas. Na seqüência serão ativados mais 10 leitos de clínica médica.

Na conclusão desta fase, o hospital vai contar com uma equipe de 650 profissionais, que estão sendo contratados de forma gradativa, conforme ativação dos leitos.

A expectativa é que, com estes primeiros 120 leitos acionados, o Pronto-Socorro do Ouro Verde tenha um aumento de 30% na demanda. O Complexo Hospitalar vai realizar, então, 700 internações por mês, 8,5 mil por ano. Quando a totalidade de leitos - os 219 - estiver em atividade, em 2009, a capacidade do Ouro Verde vai dobrar, atingindo 1,4 mil internações por mês, 17 mil por ano.

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