Campinas pretende vacinar 65 mil crianças contra a poliomielite

12/06/2008

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas promove no sábado, dia 14 de junho, em parceria com Ministério da Saúde e Secretaria de Estado da Saúde, a primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, que este ano vacinará cerca de 65 mil crianças campineiras menores de cinco anos. A meta corresponde a 95% das 68.797 pessoas nessa faixa etária no município.

Para a realização desta 1ª fase, estarão mobilizados, em todas as regiões de Campinas, mais de 1,3 mil servidores, em 292 postos de vacinação – são 201 fixo e 91 volantes. O transporte será assegurado por 100 automóveis. O slogan desta etapa é “Tem que vacinar, não pode bobear”.

A vacinação acontece das 8h da manhã às 5h da tarde. Quem tiver, deve levar o cartão de vacinas. A vacina é um direito. Todas as crianças devem tomar, mesmo as que já foram vacinadas várias vezes na rotina e nas campanhas anteriores.

As campanhas têm por objetivo garantir a manutenção da erradicação da poliomielite no Brasil. Embora a doença não ocorra há muitos anos no nosso país, o vírus da pólio ainda circula em países da África e da Ásia e, com isto, existe o risco de sua reintrodução entre a nossa população.

“A campanha de vacinação contra a paralisia infantil, iniciada nos anos 80, derrotou a doença no Brasil. Para continuar assim, não podemos nos descuidar. Por isso, é muito importante que os responsáveis pelos menores de cinco anos levem as crianças para que tomem as gotinhas que protegem contra a pólio nas duas etapas da campanha todos os anos”, afirma o secretário de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva.

O secretário informa que no início da década de 80, a poliomielite atingia anualmente cerca de três mil pessoas no nosso país. Segundo ele, o último registro da pólio em Campinas é de 1980. No estado de São Paulo, o último caso foi registrado em 1988, no município de Teodoro Sampaio. No Brasil, ocorreu em 1989. Em 1994, a Organização Mundial de Saúde concedeu ao Brasil o certificado de erradicação da doença.

A segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite será realizada no dia 9 de agosto.

Pólio no mundo. Segundo dados da OMS, o panorama atual da doença aponta um total de 1.313 casos em 13 países no ano de 2007. São quatro países considerados pólio-endêmicos: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Além desses, outros nove países tiveram casos confirmados de poliomielite importados: Angola, Camarões, Chad, República Democrática do Congo, Sudão, Myanmar, Niger, Somália e Nepal.

Em 2008, até 3 de junho, foram confirmados 522 casos de poliomielite no mundo, representando um aumento significativo quando comparado ao mesmo período de 2007 com registro de 190 casos.

PNI. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde obteve conquistas importantes para a saúde brasileira em seus 35 anos de existência. Entre elas, a erradicação de doenças como a poliomielite e a varíola. Hoje, o PNI é um dos programas de saúde pública mais bem sucedidos do mundo. Uma das primeiras vitórias do PNI aconteceu em 1975, quando o Brasil recebeu da Organização Mundial de Saúde (OMS) o certificado de erradicação da varíola.

Reconhecimento. De acordo com o consultor da área de imunizações da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) no Brasil, Brendan Flannery, o programa brasileiro de imunizações figura entre os melhores do mundo.

Neste contexto, Campinas consta entre os municípios com melhor programa de imunização no País. Inquérito vacinal realizado em 2007 apontou coberturas acima de 93% para todas as vacinas do calendário oficial do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde – contra tuberculose (97%), hepatite B (93,5%), poliomielite (98,8%), tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola 94%), DPT (coqueluche, difteria e tétano 97,7%) e haemóphilus influenzae B (94,9%).

“A pesquisa mostra que Campinas tem um programa de imunização universal, de acesso a toda população”, afirma a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica Municipal.

O estudo, realizado nas cinco regiões do município no final de 2007, segue um padrão de pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS). O Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (Cealag) coordenou as pesquisas.

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