Seminário prepara equipes para diagnosticar, tratar e controlar hepatites

20/06/2008

Autor: Denize Assis

Evento será na terça-feira, dia 24. Inscrições terminam nesta sexta-feira, dia 20 de junho

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa), promove na próxima terça-feira, dia 24 de junho, o II Seminário Municipal de Hepatites Virais. O evento ocorre no auditório da Associação dos Cirurgiões Dentistas (ACDC), em dois períodos, de manhã e à tarde, com o mesmo conteúdo.

O público-alvo são médicos, profissionais de enfermagem, coordenadores de unidades, apoiadores e profissionais das Vigilâncias em Saúde (Visas). As inscrições devem ser feitas até esta sexta-feira, dia 20 de junho, nas Visas. Estão disponíveis entre 3 e 4 vagas por unidade.

“As hepatites virais são as doenças transmissíveis que mais matam em Campinas, depois da Aids, e estão numa curva ascendente. O objetivo do seminário é promover uma rede competente de diagnóstico, assistência, controle e prevenção dessas doenças e melhorar a notificação dos casos”, informa o médico sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Visa, responsável pela organização do evento.

No seminário serão abordados os seguintes temas: Aspectos epidemiológicos e medidas de controle; Aspectos clínicos e evolução natural; Diagnóstico laboratorial e marcadores; e Retaguarda especializada de atenção ao paciente.

Os palestrantes serão os médicos André Ricardo Ribas de Freitas; Raquel Tozzo, infectologista do Centro de Referência de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (CR-DST/Aids); Aline Gonzales Vigani, infectologista do Grupo de Hepatites Virais da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do CR-DST/Aids; Valéria Vendramini, coordenadora municipal de Especialidades da Secretaria Municipal de Saúde.

Saiba mais. As hepatites são doenças infecciosas que levam à inflamação do fígado, podendo causar a morte. A distribuição da doença é mundial, sendo que a ocorrência dos diferentes tipos varia de região para região. Para os tipos que mais preocupam as autoridades sanitárias, a estimativa é que, atualmente, entre 1% a 3% da população de Campinas sejam portadores crônicos das hepatites B e C, a maioria sem saber que está com a doença. No Brasil, o número de portadores crônicos das hepatites B e C representa quase oito vezes mais o número de portadores de HIV.

Ao contrário do que muita gente pensa, nem sempre a pessoa que está com hepatite apresenta sintomas como pele amarela, urina escura e fezes brancas. Em muitos casos, ela é ‘silenciosa’. Quando é diagnosticada, o fígado já está comprometido, dificultando a recuperação do paciente e podendo levar ao óbito.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 2 bilhões de pessoas já tiveram contato com o vírus da hepatite B. Dessas, 325 milhões tornaram-se portadoras crônicas da doença. Apesar de haver a possibilidade de eliminação natural do vírus, a hepatite B representa um grave problema para a saúde pública, pois a enfermidade pode evoluir para cirrose ou câncer de fígado em uma porcentagem dos casos.

Com relação à hepatite C, dados da OMS indicam cerca de 170 milhões de portadores, o equivalente à população brasileira. Para o organismo internacional, esta é a doença crônica infecciosa mais importante hoje no mundo.

Programa. Pela importância que as hepatites ocupam atualmente na agenda da saúde pública, o Ministério da Saúde criou, em 2001, o Programa Nacional de Hepatites Virais (PNHV), da Secretaria de Vigilância em Saúde. Mais recentemente, Campinas também estabeleceu seu programa, que segue as diretrizes do PNHV.

O objetivo é aprimorar ações de controle e de prevenção dessas doenças, por intermédio do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). É neste sentido que Campinas realiza o II Seminário de Hepatites Virais na próxima semana.

Desenvolver ações de prevenção e promoção à saúde, estimular e garantir as ações de vigilância epidemiológica e sanitária, bem como garantir o diagnóstico e tratamento das hepatites, são algumas das atribuições do programa no âmbito da Vigilância em Saúde.

Além disso, o Programa Municipal desenvolve ações articuladas com outras áreas da Secretaria de Saúde e com os prestadores do SUS municipal para ampliar o acesso aos serviços e melhorar a qualidade e a capacidade em atender os pacientes em todos os seus níveis de complexidade. Outras atribuições são organizar, regulamentar, acompanhar e avaliar o conjunto das ações desenvolvidas.

Imunização. A vacinação contra a hepatite B em crianças menores de 1 ano, com aplicação da dose nas primeiras 12 horas de vida da criança, é norma do Ministério da Saúde desde 1998.

Em 2001, a faixa etária para a vacinação contra hepatite B foi estendida para até 20 anos com o objetivo de prevenir a transmissão sexual da doença, antes da idade de início da atividade sexual na adolescência.

Para as pessoas de risco acrescido de se contaminar com o vírus do tipo B, como imunodeprimidos, portadores de hepatite C, profissionais das áreas da saúde, profissionais do sexo e pessoas que compartilham agulhas e seringas no uso de drogas injetáveis, a vacina contra a hepatite B está disponível para qualquer faixa etária.

Volta ao índice de notícias