Seminário de hepatites reuniu mais de 280 profissionais

26/06/2008

Autor: Denize Assis

Mais de 280 profissionais da rede pública municipal de Saúde participaram nesta terça-feira, dia 23 de junho, na Associação dos Cirurgiões Dentistas (ACDC), do II Seminário Municipal de Hepatites Virais promovido pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde de Campinas (Covisa).

As hepatites virais são as doenças infecto-contagiosas que mais matam em Campinas, depois da Aids, e estão numa curva ascendente de mortalidade. A estimativa é que entre 1% e 3% da população sejam portadores dos vírus das hepatites B e C.

O seminário teve como objetivo capacitar as equipes para diagnóstico, assistência, controle e prevenção dessas doenças e melhorar a notificação dos casos. E abordou os seguintes temas: Aspectos epidemiológicos e medidas de controle; Aspectos clínicos e evolução natural; Diagnóstico laboratorial e marcadores; e Retaguarda especializada de atenção ao paciente. O conteúdo está disponível no endereço www.campinas.sp.gov.br/saude

“Temos que ter em mente que as hepatites têm uma mortalidade importante e são doenças ainda negligenciadas. É necessário conscientizar profissionais de saúde e população para diagnóstico, controle e encaminhamento e evitar a manutenção da transmissão”, disse o médico sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, que organizou o seminário.

O sanitarista informou que, diferente da Aids, que todos sabem a importância de tratamento, as hepatites não conseguiram sensibilizar para a necessidade de adesão ao tratamento.

Segundo André, as hepatites B e C levam à cronificação, à cirrose. O tratamento é sofisticado e demanda medicação de alto custo, distribuída gratuitamente. No entanto, pode ser curada, retardadas complicações reduzida a possibilidade de transmissão para contatos sexuais e entes queridos.

Saiba sobre a hepatite. A hepatite é uma inflamação do fígado e pode ser causada por vírus ou por alguma reação do corpo a substâncias como álcool e remédios. Os vírus mais comuns são o A, o B e o C. As hepatites B e C podem cronificar, originar cirrose e até mesmo câncer de fígado em adultos. Na fase inicial, não existem sintomas.

De acordo com o Ministério da Saúde, as hepatites mais graves, dos tipos B e C, matam mais de 20 mil brasileiros por ano. São responsáveis pela metade dos transplantes de fígado e o contágio é muito fácil. O número de portadores crônicos das hepatites B e C no Brasil representa quase oito vezes mais o número de portadores de HIV

Imunização. A vacinação contra a hepatite B em crianças menores de 1 ano, com aplicação da dose nas primeiras 12 horas de vida da criança, é norma do Ministério da Saúde desde 1998.

Em 2001, a faixa etária para a vacinação contra hepatite B foi estendida para até 20 anos com o objetivo de prevenir a transmissão sexual da doença, antes da idade de início da atividade sexual na adolescência.

Para as pessoas de risco acrescido de se contaminar com o vírus do tipo B, como imunodeprimidos, portadores de hepatite C, profissionais das áreas da saúde, profissionais do sexo e pessoas que compartilham agulhas e seringas no uso de drogas injetáveis, a vacina contra a hepatite B está disponível para qualquer faixa etária.

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