Equipes de Saúde são capacitadas para campanha de vacinação contra a rubéola

27/06/2008

Autor: Denize Assis

A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), mobilizou coordenadores de unidades básicas, distritos de saúde e enfermeiros da rede na tarde desta quinta-feira, 26 de junho, na Associação dos Cirurgiões Dentistas de Campinas (ACDC), para discutir um assunto de extrema importância: a Campanha Nacional de Vacinação para a Eliminação da Rubéola, que ocorre entre 9 de agosto e 12 setembro.

A campanha é indiscriminada, para homens e mulheres de 20 a 35 anos, e o objetivo é atingir pelo menos 95% dos 361.468 campineiros nesta faixa etária. Isto significa que todos os cidadãos nestas idades, independente de terem tomado doses anteriormente ou de terem tido ou não a doença, devem tomar a dose.

No evento, foi colocado o compromisso do Brasil de eliminação da transmissão da rubéola/Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) até 2.010. Isto significa interromper a transmissão endêmica do vírus em todo o país por mais de 12 meses e o não registro de casos de SRC associada à transmissão endêmica.

Também foram discutidas estratégias de controle e incidência anual da rubéola do Brasil, evolução dos surtos, faixa etária atingida, porcentagem de pessoas vacinadas por idade e sexo.

“O Brasil tem registrado surtos de rubéola desde 2007, que se iniciaram nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e Belo Horizonte e espalharam-se para todo território nacional. A faixa etária mais acometida é de 20 a 39 anos e os homens são a maioria. No Estado de São Paulo e em Campinas, o perfil é o mesmo. No nosso município foram 17 casos de rubéola em 2007 e sete em 2008”, informou a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora municipal da Vigilância Epidemiológica.

A sanitarista disse que, além da meta de eliminação até 2.010 e dos surtos ocorridos no País, outros motivos que levaram à decisão do Ministério da Saúde pela Campanha são: a gravidade da rubéola em gestantes, com a possibilidade de abortos e natimortos e de seqüelas irreversíveis.

Ela explicou ainda que a campanha será indiscriminada porque existe uma coorte de homens e mulheres não vacinados que constituem uma população suscetível; trata-se de uma estratégia de eliminação, para captar os não vacinados; pela dificuldade de identificar pessoas vacinadas previamente; e porque uma dose adicional prevê outra oportunidade para alcançar imunidade na população.

O Ministério da Saúde montou um Comitê Nacional da Campanha, integrado por representação de instituições governamentais e não governamentais como forma de promover um maior envolvimento da sociedade civil nessa empreitada. Também existem competências e atribuições nas esferas municipal e estadual. Estão sendo planejadas estratégias como vacinação em trânsito e em lugares de alta concentração de pessoas; na população institucionalizada; pós-parto e pós-aborto; entre outras.

“A campanha é de todos os setores da saúde e da sociedade. Trata-se de um pacto assumido pelos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil tem uma experiência acumulada na realização de operações dessa natureza, sendo exemplo para outros países. Este é também um compromisso do nosso País com outros países da América Latina, estabelecido na 44ª Reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)”, disse Brigina.

Mais sobre a rubéola. A rubéola e a SRC constituem graves problemas de saúde pública na atualidade, com implicações severas sobre a saúde da população e custos significativos para o SUS. As crianças nascidas de mães infectadas, principalmente, podem apresentar seqüelas como cegueira, surdez, retardo mental, malformações congênitas, entre outras, e o custo do tratamento de uma criança com SRC fica em torno de U$ 160 mil a U$ 200 mil.

Surtos da doença vêm sendo registrados de forma dispersa por todo o país, nos últimos dois anos, colocando em risco a população que ainda não foi vacinada, principalmente, as mulheres grávidas e, conseqüentemente, seus filhos. A vacinação para homens e mulheres é a única forma de eliminar o risco da ocorrência de casos e surtos pela doença e suas conseqüências para as crianças brasileiras.

Programação. O início da campanha será no dia 9 de agosto, concomitante à segunda etapa da campanha nacional de vacinação contra a poliomielite. A idéia é aproveitar a mobilização e a organização desse dia, além do fato dos menores de cinco anos irem receber “as gotinhas” acompanhados de pais e responsáveis muitos dos quais dentro da faixa de idade da vacinação contra a rubéola. Com isso, será dado um enfoque da vacinação da família.

A vacinação ocorrerá ao longo de cinco semanas e, para assegurar o êxito da campanha, a organização e a programação detalhada são fundamentais, além de outros determinantes, a exemplo do apoio político e da organização por níveis de gestão, a microprogramação local com estratégias diferenciadas de captação da população (em estabelecimentos públicos e privados, transeunte, concentrada e casa a casa), o desenvolvimento de uma estratégia de mobilização e de comunicação social que sensibilize e informe à população alvo, a garantia de vacinação segura e de respostas rápidas a situações inusitadas, o desenvolvimento de sistemas de informação oportunos e o monitoramento e avaliação final de coberturas em todos os municípios.

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