Após confirmar um caso em morcego, Saúde promove bloqueio contra a raiva no Taquaral

18/06/2009

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas promoveu esta semana bloqueio de foco de raiva na rua Jaime Sequier, no Taquaral, região leste da cidade. A ação foi desencadeada após confirmação de um caso positivo da doença em morcego insetívoro. O exame foi processado pelo Instituto Pasteur, referência para este agravo no Estado de São Paulo.

Durante o bloqueio, na segunda-feira e terça-feira, dias 15 e 16 de junho, as equipes visitaram mais de 60 endereços em cinco quarteirões, num raio de 500 metros onde foi encontrado o animal doente. A ação incluiu atividades de educação em saúde, informação e mobilização social. Também foram atualizadas as vacinas dos animais com doses em atraso.

Os trabalhos foram desenvolvidos em conjunto pelas equipes do Centro de Saúde Taquaral, da Vigilância em Saúde Leste e do Centro de Controle de Zoonoses.

Este foi o segundo caso de raiva em morcego em Campinas em 2009. O primeiro também foi registrado no Taquaral.

Segundo o médico veterinário Ricardo Conde Alves Rodrigues, do CCZ, durante o trabalho de bloqueio é fundamental promover a educação em saúde, utilizando todas as formas possíveis de divulgar, entre a população, informações sobre a raiva, cuidados a serem adotados ao encontrar morcegos e o risco que estes animais representam na transmissão da doença.

Além disso, segundo o Ricardo, é necessário divulgar a importância de manter gatos e cães vacinados, uma vez que, se estes bichos não estiverem protegidos, aumenta muito o risco de serem registrados casos em outros animais e em humanos. A transmissão ocorre quando o vírus da raiva existente na saliva do mamífero infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo necessariamente agressão.

Portanto, a transmissão pode ocorrer diretamente do morcego para o ser humano, do morcego para o animal e do animal infectado para o homem. Segundo o Instituto Pasteur, no Brasil, em espaços urbanos, o principal transmissor da raiva para o homem é o cão, seguido do gato. Em espaços rurais é o morcego.

A Secretaria de Saúde reforça que é importante que a população se empenhe para vacinar os gatos. A ênfase vale tanto para as ações de bloqueio como para as campanhas de vacinação. Os gatos são caçadores naturais, além de serem curiosos e brincalhões, por isso estão mais sujeitos a terem contato com um morcego doente, se infectarem e passarem a ser transmissores da raiva para as pessoas e para outros animais.

A raiva é uma doença que atinge todos os mamíferos, inclusive o homem, e não tem cura. Em todos os casos, a doença evolui para a morte.

Este ano a Campanha de Vacinação contra a Raiva em Cães e Gatos em Campinas acontece dias 19 e 20, 26 e 27 de setembro.

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