Campinas confirma novos casos de Influenza A e revê estrutura de atendimento

24/06/2009

Autor: Denize Assis

A Secretaria Municipal de Saúde informa nesta segunda-feira, dia 22 de junho, que mais três casos de infecção pelo vírus Influenza A relativos a moradores de Campinas foram confirmados. Na sexta-feira já haviam sido confirmados dois. Com isto, a Vigilância em Saúde Municipal soma agora cinco casos da doença na cidade. Todos os pacientes viajaram para a Argentina, ou seja: são importados. Os casos não estão relacionados. Todos os acometidos passam bem e estão em isolamento domiciliar.

Imediatamente após cada notificação, a Vigilância em Saúde de Campinas adotou todas as medidas indicadas. Para cada um foi promovida busca ativa de outros suspeitos. Contatos próximos foram identificados e orientados a permanecer em quarentena e a procurar o serviço de saúde se apresentarem sintomas. Este monitoramento continua até o período máximo de incubação da doença.

A Influenza A (H1N1) é uma doença respiratória aguda (gripe), causada pelo vírus Influenza A (H1N1). Esse novo subtipo do vírus da influenza, assim como o da gripe comum, é transmitido de pessoa a pessoa principalmente por meio de tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. Os sintomas são: febre de maneira repentina e tosse podendo estar acompanhadas de dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dificuldade respiratória e dor de garganta.

Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica, já era esperada a ocorrência de casos no Brasil a partir do momento em que se observou a ampliação dos países atingidos.

“A situação epidemiológica no Brasil está mudando pela proximidade com outros países latino-americanos, como Argentina e Chile, em que a ocorrência da doença está aumentando. Também é preciso levar em conta o período de férias, que se aproxima, e o inverno, que favorece a velocidade de propagação. O Brasil já vinha se preparando para isto e, conseqüentemente, Campinas também. Era esperado que em algum momento a doença fosse detectada aqui e na região. Essas confirmações trazem para nós uma mudança no cenário epidemiológico da Influenza A. Neste momento trabalhamos com a possibilidade de confirmação de outros casos”, diz Brigina.

Segundo Brigina, Campinas está preparada para enfrentar esta situação. Ela informa que, na maior parte das vezes, esta doença se manifesta de forma branda, leve, mas casos graves podem ocorrer principalmente entre os grupos mais vulneráveis que são idosos e crianças e pessoas portadoras de alguma doença.

“Estamos preparados para novos casos. No entanto, apesar da possibilidade de confirmação de casos, temos que lembrar que esta situação é considerada moderada do ponto de vista da gravidade pela Organização Mundial de Saúde (OMS) - a mortalidade tem sido em média de 0,4%. Estamos preocupados, mas ao mesmo tempo tranqüilos e seguros de que tomamos todas as medidas necessárias para poder enfrentar esta situação”, afirma.

A coordenadora informa que a estrutura montada no município tem funcionado bem, com participação grande de toda a rede de saúde, tanto pública como privada. Segundo Brigina, os hospitais têm detectado casos e encaminhado e até agora tá correndo tudo tranqüilamente.

Estrutura de atendimento. No entanto, frente a este novo cenário, a Secretaria de Saúde vai fazer uma revisão na rede de assistência e investigação e, provavelmente, fará adequações na estrutura de atendimento nos próximos dias. Entre elas, a ampliação de outros locais para poder atender casos, além do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, e o reforço e reorganização do plantão 24 horas da Vigilância para receber, dar orientações e identificar contatos próximos. “Tudo isto para continuarmos preparados para uma situação de confirmação de outros casos. É neste sentido que estamos revendo nossa estrutura”, diz.

Outra medida que vem sendo ampliada é a comunicação social, para informação e educação em saúde da comunidade. Setores estratégicos da sociedade, como escolas, setor hoteleiro, associações de comércio, viajantes vêm sendo orientados sobre a situação e medidas de prevenção e proteção individual que neste momento são as mais importantes para reduzir o risco da propagação da doença no País e em Campinas.

As medidas são:

- Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável.

- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar.

- Evitar locais fechados com aglomeração de pessoas.

- Evitar o contato direto com pessoas doentes.

- Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.

- Evitar tocar olhos, nariz ou boca.

- Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história de contato com doentes ou/e roteiro de viagens recentes.

- Não usar medicamentos sem orientação médica.

- Pessoas que estão voltando de outros países, principalmente Estados Unidos, México, Argentina e Chile e apresentarem alguns dos sintomas em até 10 dias após saírem destes países devem: procurar assistência médica no serviço de saúde público ou privado onde costuma ser atendido e informar ao profissional de saúde o seu roteiro de viagem e os sintomas.

A Vigilância em Saúde de Campinas reforça a necessidade dos viajantes estarem atentos, procurarem os serviços de saúde no caso de apresentarem sintomas e seguirem as orientações da Vigilância em relação às medidas de precaução para evitar que a doença se propague para seus contatos e para a comunidade.

Situação no mundo. Até o momento, 92 países têm casos confirmados e divulgados da doença, de acordo com informações dos governos ou da OMS.

Do total de países, 35 têm casos autóctones: Europa (Áustria, Bélgica, Dinamarca, Estônia, França, Alemanha, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Holanda, Noruega, Polônia, Portugal, Romênia, Eslováquia, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido); Américas (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guatemala, México, Panamá, Peru e Uruguai); Ásia (Japão); África (Egito) e Oceania (Austrália).

Segundo a OMS, México, EUA, Canadá e Austrália são considerados os países com transmissão sustentada da Influenza A (H1N1).

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