Autor: Denize Assis
A Secretaria de Saúde de Campinas capacitou nesta terça-feira, dia 23 de junho, mais de 350 servidores entre médicos, profissionais de enfermagem e agentes comunitários de saúde para abordagem e avaliação de pacientes em relação aos fatores de risco para doença cardiovascular.
O evento é etapa preparatória para o Mutirão do Coração que ocorre a partir deste dia 27 junho e vai até 4 de julho em todos os centros de saúde com o objetivo de identificar pessoas com potencial de risco para doença cardiovascular, infarto do miocárdio (ataque cardíaco) e derrame cerebral (acidente vascular cerebral).
A avaliação se dá através da aplicação de uma tabela – universalmente aceita – de medida da pressão arterial, identificação do peso, da altura e da medida da circunferência abdominal e de uma entrevista sobre hábitos de vida. A partir daí a pessoa será identificada como baixo, médio ou alto risco e, a partir deste risco, a pessoa vai procurar seu médico na atenção básica para que este profissional possa fazer a devida avaliação e acompanhamento.
O paciente também vai receber uma cartilha com orientação sobre bons hábitos. Os exames, gratuitos, serão feitos no horário de funcionamento dos centros de saúde até dia 4 de julho. No sábado, dia 27, primeiro dia do mutirão, todos os centros de saúde de Campinas vão estar abertos das 9h às 17h para este fim. A meta é atingir pelo menos 20 mil campineiros a partir dos 12 anos de idade. Para participar basta procurar a unidade de saúde.
Este mutirão é inédito no País. “Campinas, junto com a cidade de São Paulo, pela primeira vez no Brasil, vai fazer um trabalho de massa para avaliar o risco cardiovascular da população. Isto é muito importante porque permite identificar casos que não estão sendo acompanhados, ao mesmo tempo em que oferece a oportunidade aos pacientes para que façam o diagnóstico mais apropriado e assim possam fazer a prevenção”, informa o secretário de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva.
A doença cardiovascular representa a maior causa de morte na região e no Brasil. Hoje, em Campinas e na Região Metropolitana, vão morrer cerca de 10 pessoas de doença cardiovascular. Isto significa 3 mil mortes por ano. “E nós não podemos fugir desta responsabilidade de avaliar o risco cardiovascular desta população e através desta avaliação dar os devidos encaminhamentos e tratamento”, diz.
Segundo o secretário, o resultado deste trabalho também é importante para direcionar políticas de prevenção e controle do risco cardiovascular que dá-se por meio da atividade física, da redução do peso e do controle do tabagismo.
“Muitos dos nossos pacientes que não sentem nada estão expostos aí ao risco de 20% a 25% de uma doença do coração nos próximos 10 anos o que significa uma epidemia. No Brasil somente nesta terça-feira vão morrer por volta de 1 mil pessoas com doença cardiovascular o que significa 360 mil mortes por ano, uma epidemia mundial em que nós temos que agir de forma muito agressiva porque esta epidemia não só mata como compromete a qualidade de vida da população.”, afirma José Francisco Saraiva.
Outro objetivo, segundo o secretário de Saúde de Campinas, é levar esta metodologia ao Governo do Estado e ao Ministério da Saúde para que esta avaliação possa ser aplicada em outros municípios brasileiros.
O Mutirão, que será iniciado dia 27 porque nesta data é celebrado o Dia Estadual do Coração, trata-se de um trabalho conjunto entre Secretaria Estadual de Saúde, Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) e Secretarias de Saúde das prefeituras de Campinas e de São Paulo.