Autor: Denize Assis
Balanço divulgado na última quinta-feira, dia 25 de junho, pela Vigilância em Saúde de Campinas indica que 83% das crianças campineiras menores de cinco anos já foram vacinadas contra a paralisia infantil desde o início da primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação Infantil de 2009, no sábado, dia 20 de junho. A meta é atingir 95% das 71.143 pessoas nesta faixa etária na cidade.
Portanto, a vacinação continua em todos os Centros de Saúde e todas as crianças menores de cinco anos que ainda não tomaram as gotinhas devem ser vacinadas o quanto antes. O prazo para a vacinação termina na sexta-feira da semana que vem, dia 3 de julho.
O último caso de pólio em Campinas foi registrado no início da década 1980. No Brasil, em 1989. Essa vitória sobre o vírus ocorreu, sobretudo, pelas campanhas e dias de vacinação, realizados desde a década de 80. No entanto, o vírus ainda circula pelo mundo.
“Existem países com surto de poliomielite, principalmente na África, e nós temos a possibilidade grande de crianças não protegidas pela vacina, ao entrar em contato com algumas dessas pessoas contaminadas, serem infectadas e ocorrer a reintrodução do vírus da pólio no Brasil”, afirma a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas.
A menina Elen, de 10 meses, já tomou as gotinhas. A mãe, Jocilene da Silva, moradora do Parque Vista Alegre, região Sudoeste de Campinas, não perde uma campanha de vacinação. “Tem que prevenir. É importante. A carteira dos meus filhos está sempre em dia”, disse Jocilene. Ela levou os filhos Elen e Eric para vacinar no sábado, 1º dia da campanha, no posto de vacinas do Centro de Saúde Santo Antônio.
Sobre a doença. A vacina contra a poliomielite é um serviço básico oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e disponível durante todo o ano nos centros de saúde, na vacinação de rotina. Além do esquema básico (três doses de rotina), a criança de até cinco anos de idade tem de tomar todos os anos as duas doses da campanha.
A poliomielite é uma infecção grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso. As conseqüências mais comuns ocorrem nos membros inferiores, mas o vírus também pode ocasionar uma lesão mais grave em um ou mais membros ou até mesmo levar à morte – por meio de uma tetraparalisia.
No mundo. A transmissão da poliomielite é endêmica (constante) em quatro países: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Outros 15 países têm registro de casos importados: Sudão, Uganda, Quênia, Benim, Angola, Togo, Burkina Faso, Niger, Mali, República Central da África, Chade, Costa do Marfim, Gana, Nepal e República Dominicana do Congo.
São países com os quais o Brasil mantém relações comerciais e com alguns deles há fluxo migratório de pessoas. “Portanto, o fato de a pólio estar erradicada no Brasil não é motivo para descanso. É importante manter a vigilância e imunizar as crianças”, reforça a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde.
Foram notificados 1.660 casos de poliomielite no mundo em 2008, representando um aumento de 26% do número de casos em 2007. Este ano, até maio, foram 436 casos.
A vacina oral contra a poliomielite é considerada pela OMS como a única vacina capaz de viabilizar a erradicação global da poliomielite.