A
Prefeitura de Campinas, em conjunto com Cetesb (órgão
responsável pelo meio ambiente no Estado de São Paulo),
Defesa Civil e Polícia Militar, Ministério Público e
Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral),
trabalha desde a última quarta-feira (18 de julho) para
promover o manejo e a destinação ambientalmente corretos
de uma carga de BHC. O produto foi "desovado"
numa praça do Jardim Itatinga, localizado na região
Sudoeste de Campinas.
A desova
do produto químico é crime ambiental grave e foi
detectada pela Defesa Civil no último dia 18. Para a
agricultura e saúde pública também há crime porque o
produto tem a sua produção, comercialização e utilização
proibida no Brasil desde 1985.
A incineração,
que deverá ser realizada o mais rápido possível, é a
solução ambientalmente correta para o caso. De maneira
alguma, o BHC pode ser disposto no meio ambiente. Por
isso, o produto será acondicionado em tambores de ferro,
de forma segura, que serão guardados em contêineres até
a incineração. Os tambores foram providenciados pela
Coar (Coordenadoria das Administrações Regionais).
A Polícia
e o Ministério Público devem apurar a responsabilidade
pelo crime. Nas embalagens encontradas no local, havia o
endereço de uma empresa chamada Cocito, de Cajamar. Porém,
a Cetesb foi até o local e constatou que a empresa não
existe mais. Há possibilidade do produto ter sido
produzido já há alguns anos, mas não se pode descartar
produção clandestina mais recente, o que demandaria o
desbaratamento da rede responsável.
Até a próxima
quarta-feira (25), quando já se espera ter a fonte dos
recursos para a incineração, o produto ficará guardado
em local coberto num galpão de um dos prédios do 35º
BPM (Batalhão da Polícia Militar) de Campinas. A carga
estava disposta em três caminhões de 5 metros cúbicos
cada um e está sendo transportada para os tambores desde
sábado. Os trabalhadores que fazem o transporte trabalham
devidamente orientados e equipados para a atividade, com
luvas, botas, máscaras e óculos.
O BHC é
um inseticida fitossanitário – organoclorado denominado
hexaclorociclo-hexano (C6H6Cl6) - cuja produção,
comercialização e utilização é proibida no Brasil e
no mundo. A desova deste produto, que é um veneno mortífero,
consiste em crime grave contra a saúde pública e contra
o meio ambiente. Não pode haver dispersão deste
inseticida no meio ambiente porque ele é um produto
persistente na natureza, que contamina o solo e o lençol
freático, e que se mantém por bio-acumulação na cadeia
alimentar, ou seja: se acumula nos tecidos. O BHC consta
na lista dos 12 "dirthys" – sujos. Os "dirthys"
são produtos relacionados como os mais perigosos no
mundo.