BHC está acondicionado em tambores de ferro

30/07/2001

A carga de BHC encontrada na última semana em Campinas já está acondicionada em 75 tambores de ferro. Os recipientes ficarão guardados em local coberto num galpão dos prédio do 35º BPM (Batalhão da Polícia Militar) até que o Ministério Público e a Polícia decidam um destino para a carga. A incineração é a solução ambientalmente correta para o caso. Porém, é preciso buscar recursos financeiros para o processo, que tem um custo alto.

Segundo técnicos do Coar (Coordenadoria das Administrações Regionais), o custo da incineração dos quase 15 mil quilos do pesticida está estimado em cerca de U$ 75 mil. O produto foi transportado para os tambores por funcionários devidamente treinados, equipados e monitorados por profissionais de segurança e saúde. Depois que o transporte foi finalizado, o Corpo de Bombeiros fez uma limpeza no local para remover qualquer vestígio ambiental. As investigações sobre a responsabilidade dessa "desova" ficam, agora, a cargo da Polícia Civil. Já foi constatado, por meio das inscrições nas embalagens, a localização da empresa responsável pela fabricação, que já foi extinta.

Os tambores foram providenciados pela Coar e as vestimentas pela Secretaria de Saúde. O manejo e a destinação corretos do produto estão sendo efetuados pela Prefeitura de Campinas, em conjunto com Cetesb (órgão responsável por fiscalizar o meio ambiente no Estado de São Paulo), Defesa Civil e Polícia Militar,  Ministério Público e CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral).

O BHC foi "desovado" numa praça pública do Jardim Itatinga, na região Sudoeste de Campinas e foi detectado pela Defesa Civil na última quarta-feira. O BHC é um inseticida fitossanitário – organoclorado denominado hexaclorociclo-hexano (C6H6Cl6) - cuja produção, comercialização e utilização é proibida no Brasil e no mundo (vide protocolo de Estocolmo 22/05/2001).

A desova deste produto, que é um veneno mortífero, consiste em crime grave contra a saúde pública e contra o meio ambiente. Não pode haver dispersão deste inseticida no meio ambiente porque ele é um produto persistente na natureza, que contamina o solo e o lençol freático, e que se mantém por bio-acumulação na cadeia alimentar, ou seja: se acumula nos tecidos. O BHC consta na lista dos "dirty dozen" – doze sujos. Os "dirty" são produtos relacionados como os mais perigosos no mundo e que devem ser banidos da produção e comercialização.

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