Saúde investiga suspeita de meningite

03/07/2003

Equipes do Distrito de Saúde Norte visitam na manhã desta sexta-feira, 4 de julho, a Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Agostinho Pátaro, em Barão Geraldo, para orientar pais, professores e alunos sobre cuidados com a meningite.

A ação está sendo desencadeada porque um aluno da escola, um menino de cinco anos, contraiu a doença. Ele foi internado na tarde da última quarta-feira, 2 de julho, na Casa de Saúde com dor de cabeça, vômito e febre. O serviço informou que o garoto passa bem, não tem mais febre e não apresenta outros sintomas.

De acordo com a enfermeira Kênnia Linhares, coordenadora da Vigilância em Saúde do Distrito Norte, não há indicação para bloqueio deste caso até momento. Kênnia diz que é importante que as pessoas não fiquem alarmadas com a suspeita. O caso só se tornou público, segundo a enfermeira, porque as pessoas da escola ficaram apavoradas e não seguiram as orientações fornecidas pela vigilância.

Comuns no inverno

As meningites são mais comuns durante o inverno, quando as pessoas ficam agrupadas em locais fechados, sem ventilação. É uma inflamação das meninges, que são membranas que envolvem o cérebro e medula espinhal. Pode ser causada por diferentes micróbios como bactérias, vírus e fungos. A doença atinge, em 70% dos casos, crianças menores de 5 anos.

Algumas formas de meningite são contagiosas. As bactérias são transmitidas pela tosse ou espirro do paciente, através de secreções expelidas pelo trato respiratório (nariz e boca). Para que esta transmissão ocorra, há necessidade de contato direto com a pessoa doente. Dentre as bactérias, o meningococo é comum e tem importância pela possibilidade de causar surtos e epidemias e porque causa morte e seqüelas.

O meningococo não sobrevive no meio ambiente, fora do corpo humano. Nem todos que adquirem o meningococo ficam doentes, pois o organismo se defende com os anticorpos que cria por meio do contato com essa bactéria, adquirindo resistência à doença.

Sinais e sintomas

No início do quadro, a meningite pode não ser de fácil diagnóstico, pois os sintomas podem ser semelhantes aos da gripe. Podem apresentar-se em dois dias, mas às vezes ocorrem em poucas horas.

A orientação, segundo Kênnia, é que os pais e educadores estejam atentos aos sintomas de meningite, principalmente em casos de crianças menores de cinco anos. Os primeiros sinais são febre alta acompanhada de um ou mais sintomas como náusea, vômito, dor de cabeça e rigidez na nuca.

"Em caso de suspeita da doença, deve-se procurar assistência médica imediatamente para que o tratamento ofereça bons resultados", informa Kênnia. Ela orienta responsáveis pela criança que comuniquem o serviço de saúde pública mais próximo se a criança tiver suspeita de meningite. Nestes casos, o serviço adotará as providências e fará bloqueio nas eventuais indicações.

Se houver confirmação da doença, dependendo do agente infeccioso, o tratamento é feito à base de antibióticos. A hospitalização pode ser necessária em alguns casos.

A enfermeira diz ainda que crianças que tiverem meningite não devem ser evitadas e, após recuperação, podem voltar a freqüentar a escola normalmente.

E lembra – "O meningococo não sobrevive no ar ou nos objetos. Portanto, não feche escolas ou creches quando ocorrer um caso de meningite entre os alunos. Objetos de uso individual do doente não devem ser inutilizados. Basta a limpeza normal. No caso da criança conviver em creches e escolas, cada uma deve ter o seu objeto de uso pessoal – como escovas, canecas etc - e a instituição orientar seu uso", diz.

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