Preocupação
maior é com a malária e a febre amarela, mas existem
outras doenças que podem retornar na bagagem do viajante
Nesse período
de férias escolares, quem for viajar deve ter cuidado com
doenças típicas das diversas regiões do Brasil e do
mundo. O alerta é da Secretaria de Saúde de Campinas. O
município acaba de reforçar a orientação a todos os
serviços de saúde da rede pública da cidade para que
estejam atentos aos sintomas da malária. A Secretaria também
orienta a vacina contra a febre amarela para cidadãos que
forem se deslocar para áreas de transmissão.
Um informe
sobre as duas doenças está sendo divulgado também aos
proprietários do comércio específico para caça e pesca e
a caminhoneiros e empresas rodoviárias que realizam
transporte para a região amazônica.
Febre
amarela
De acordo
com a Sucen (Superintendência do Controle de Endemias), a
febre amarela é mais comum na Amazônia, mas existe até no
interior de São Paulo. O vírus da doença – vírus amarílico
– circula nas áreas de mata em todos os estados da Região
Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e
Tocantis) e Centro-Oeste (Distrito federal, Goiás, Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul), além do Maranhão, na Região
Nordeste.
No estado
de São Paulo, especial atenção deve ser dada aos municípios
ribeirinhos ao Rio Grande, na fronteira com Minas Gerais.
A vacina
também é recomendada para as pessoas que pretendam viajar
para os municípios de Serro, Alvorada, Sabinópolis,
Senhora do Porto, E Serra Azul de Minas.
No município
de Santo Antônio, no Vale do Jequitinhonha, em Minas
Gerais, foi confirmado um surto de febre amarela silvestre
que teve início em dezembro de 2002.
No estado
do Rio Grande do Sul, os cuidados servem para os municípios
de Jaguari, Mata, Santiago, Nova Esperança do Sul, São
Francisco de Assis, São Vicente do Sul, Toropi, São Pedro
do Sul e Jaú, região onde foi encontrado vírus em
macacos.
A vacina
está disponível, em Campinas, em qualquer época do ano,
no Centro de Saúde Faria Lima, às quartas-feiras, das 9h
às 13h e sextas-feiras, das 14h às 18h, no Centro de Saúde
do Balão do Laranja, às quintas-feiras, das 14h às 18h,
no Centro de Saúde de Barão Geraldo, às segundas e
quartas, das 8h às 18h, no Aeroporto de Viracopos, de
segunda a sexta, das 8h às 16h, e no Cecom às terças de
manhã e quartas à tarde.
As doses são
gratuitas e devem ser aplicadas pelo menos 10 dias antes da
viagem. A imunização vale por 10 anos. No ano passado,
foram aplicadas 5.370 doses contra a febre amarela em
Campinas. Este ano, até junho foram 2007.
O último
caso de febre amarela registrado em Campinas é de 2000. Um
estudante, na época com 22 anos, desenvolveu a doença
depois de uma viagem de férias para a Chapada dos
Veadeiros, no Estado de Goiás. Após o registro, foi
desencadeada campanha de vacinação em Campinas e Região.
Em 2001, a Secretaria de Saúde de Campinas investigou 13
casos suspeitos da doença. Em 2002, foram 4 e, em 2003,
apenas um. Todos foram descartados.
A febre
amarela é causada por um vírus que circula em regiões
tropicais e subtropicais da África e América. É uma doença
grave, transmitida ao homem pela picada do mosquito Aedes
aegypti infectado pelo vírus amarílico. Os sintomas são
febre alta, dor de cabeça e no corpo, enjôo, vômitos,
prostração e irritabilidade.
Malária
A malária
não é prevenível por vacina. Porém, de acordo com a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância
Epidemiológica de Campinas, com diagnóstico precoce e
tratamento específico, evolui para cura.
Por isso,
Brigina orienta que as pessoas que estiverem de retorno da
região amazônica e que apresentarem sintomas como febre,
calafrios e dor de cabeça, devem procurar o Centro de Saúde.
Se confirmada a suspeita, o serviço encaminha a pessoa para
diagnóstico e tratamento no Hospital de Clínicas da
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Os Estados
de Mato Grosso, Pará, Rondônia e Amazonas são responsáveis
por 95% dos casos de malária notificados em Campinas. De
1998 a junho de 2003, foram registrados 51 casos suspeitos
da doença na cidade. Do total, 24 foram confirmados, 14
descartados e 13 estão em investigação.
Dengue
Além da
malária e da febre amarela, muitas outras doenças podem
voltar na bagagem dos viajantes. O litoral brasileiro todo,
além de várias cidades da Bahia e de outros estados do
Nordeste, Rio de Janeiro e São Paulo constituem área de
transmissão de dengue.
Dos 445
casos da doença registrados este ano em Campinas, 68 são
de pessoas que contraíram o vírus em viagens para fora da
cidade. Após período de férias ou Carnaval e outras datas
festivas, a Vigilância Epidemiológica de Campinas registra
um aumento no número de casos de dengue. Contra a dengue
também não existe vacina.
Cuidados
Segundo o médico
infectologista Rodrigo Nogueira, alguns cuidados podem ser
adotados em relação à dengue, febre amarela e malária.
"Os viajantes devem usar repelentes, roupas que cubram
todo o corpo e lançar mão de mosquiteiros", orienta.
Rodrigo
também orienta que ao retornar de viagem, até 30 dias após
a chegada, caso apresente sintomas como febre e/ou lesões
na pele, sangramento pelo nariz e gengivas e quadros
respiratórios ou de diarréia prolongada, a pessoa procure
o serviço de saúde.
"E é
importante referir os locais para onde se deslocou nos últimos
30 dias e que tipo de exposição se teve", afirma.