Trabalho
é desenvolvido em parceria com a Superintendência do
Controle de Endemias
A
Secretaria de Saúde iniciou nesta quinta-feira, 10, na abrangência
do Centro de Saúde Santa Mônica, uma operação
intensificada de combate à dengue. A área, localizada na
Região Norte de Campinas, recebe cuidado especial porque é lá
que a doença tem atacado mais e onde, desde janeiro, já
foram confirmados 57 casos autóctones – quando a pessoa é
infectada no local onde mora ou trabalha.
A ação, que
tem parceria da Sucen (Superintendência do Controle de
Endemias), inclui inquérito sorológico da população –
que aponta, por meio de exames clínico, se a pessoa contraiu
a doença -, pesquisa da infestação do Aedes aegypti –
chamada de índice de breteau -, controle dos pontos de risco
e dos imóveis de risco e ações educativas com a comunidade.
O trabalho deve durar duas semanas e após, a cada dois meses,
a área será monitorada.
O objetivo,
de acordo com Fernanda Borges, supervisora das ações de
combate à dengue da Prefeitura, é avaliar a epidemia naquela
microárea, monitorar o local e organizar ações específicas.
"Registramos uma epidemia grave no Santa Mônica. O maior
número de casos confirmados em uma única semana na cidade em
2003 é daquela localidade. Por isso, queremos reavaliar a
busca de casos, ajustar nossas ações e intensificar o
trabalho de prevenção no local", diz Fernanda.
A supervisora
explica que em toda epidemia de dengue, há casos em que os
sintomas são muito leves, inaparentes e, por isso, a pessoa não
procura o serviço de saúde e a ocorrência acaba não sendo
registrada. "Por isso desencadeamos o inquérito sorológico",
justifica Fernanda.
O inquérito
está programado para os primeiros dez dias, a contar da última
quinta, 10 de julho. Os profissionais de saúde vão colher
amostras de sangue de 100 pessoas diariamente para encaminhar
para exame em laboratório.
Antes de
finalizar esta primeira etapa, a Sucen vai iniciar a pesquisa
do índice de breteau e a coleta de mosquitos adultos para análise
em laboratório.
Ao mesmo
tempo, as equipes da Secretaria de Saúde estarão
desenvolvendo as outras ações que incluem eliminação dos
criadouros do mosquito, identificação e monitoramento em
pontos de risco e ação em imóveis especiais. Pontos de
risco são os sucateiros, borracharias, ferros-velhos e
qualquer outro local que pela natureza da sua atividade
propicia a proliferação do Aedes aegypti. Imóveis
especiais são escolas e outros prédios comunitários. Quando
terminar a ação, a região será monitorada a cada dois
meses pelas equipes.
Outras regiões
- A área do Centro de Saúde Santa Mônica recebe cuidado
especial mas as ações prosseguem nas outras regiões da
cidade também. Na terça-feira, 15, as equipes do Distrito de
Saúde Noroeste promovem busca de casos suspeitos de dengue e
eliminação de criadouros na área do Centro de Saúde Perseu
Leite de Barros. Durante os trabalhos, os agentes comunitários
e outros profissionais de saúde ainda informam a população
sobre as maneiras de combater o mosquito da dengue.
Na
quarta-feira, 16 de julho, acontece arrastão na área do
Centro de Saúde Boa Vista, na Região Norte. Na quinta-feira,
17, as ações de remoção de criadouros ocorrem na área do
Centro de Saúde União dos Bairros, na Região Sudoeste, e,
na sexta, 18, na área do Centro de Saúde Paranapanema, na
Região Sul.
Durante as ações,
profissionais da Secretaria de Saúde incentivam campineiros a
tomar medidas simples para identificar e eliminar os focos do
mosquito. Os agentes comunitários alertam sobre os perigos da
doença e distribuem cartilhas e panfletos educativos.
Segundo
levantamento recente da Prefeitura, mais de 80% dos focos do
mosquito estão nas residências em vasos de planta, potes,
latas e em garrafas nos quintais. E, de acordo com a
enfermeira sanitarista Salma Balista, coordenadora da Vigilância
e Saúde Ambiental da Prefeitura, não é muito difícil se
livrar dos criadouros.
"É
necessário só um pouco de boa vontade e atenção para
transformar o ambiente em um local livre de dengue. São
medidas simples como ajustar pratos aos vasos, manter garrafas
de cabeça para baixo, pneus cobertos, lixos e cisternas
tampados e a caixa d’água limpa e bem vedada", reforça.
Números
– Campinas tem registrados, desde janeiro de 2003, 377 casos
autóctones – contraídos na própria cidade - de dengue.
Também há registros de 68 casos importados – quando a
pessoa é infectada em outro município.