Prefeitura intensifica ações contra a dengue na área do Santa Mônica

11/07/2003

Trabalho é desenvolvido em parceria com a Superintendência do Controle de Endemias

A Secretaria de Saúde iniciou nesta quinta-feira, 10, na abrangência do Centro de Saúde Santa Mônica, uma operação intensificada de combate à dengue. A área, localizada na Região Norte de Campinas, recebe cuidado especial porque é lá que a doença tem atacado mais e onde, desde janeiro, já foram confirmados 57 casos autóctones – quando a pessoa é infectada no local onde mora ou trabalha.

A ação, que tem parceria da Sucen (Superintendência do Controle de Endemias), inclui inquérito sorológico da população – que aponta, por meio de exames clínico, se a pessoa contraiu a doença -, pesquisa da infestação do Aedes aegypti – chamada de índice de breteau -, controle dos pontos de risco e dos imóveis de risco e ações educativas com a comunidade. O trabalho deve durar duas semanas e após, a cada dois meses, a área será monitorada.

O objetivo, de acordo com Fernanda Borges, supervisora das ações de combate à dengue da Prefeitura, é avaliar a epidemia naquela microárea, monitorar o local e organizar ações específicas. "Registramos uma epidemia grave no Santa Mônica. O maior número de casos confirmados em uma única semana na cidade em 2003 é daquela localidade. Por isso, queremos reavaliar a busca de casos, ajustar nossas ações e intensificar o trabalho de prevenção no local", diz Fernanda.

A supervisora explica que em toda epidemia de dengue, há casos em que os sintomas são muito leves, inaparentes e, por isso, a pessoa não procura o serviço de saúde e a ocorrência acaba não sendo registrada. "Por isso desencadeamos o inquérito sorológico", justifica Fernanda.

O inquérito está programado para os primeiros dez dias, a contar da última quinta, 10 de julho. Os profissionais de saúde vão colher amostras de sangue de 100 pessoas diariamente para encaminhar para exame em laboratório.

Antes de finalizar esta primeira etapa, a Sucen vai iniciar a pesquisa do índice de breteau e a coleta de mosquitos adultos para análise em laboratório.

Ao mesmo tempo, as equipes da Secretaria de Saúde estarão desenvolvendo as outras ações que incluem eliminação dos criadouros do mosquito, identificação e monitoramento em pontos de risco e ação em imóveis especiais. Pontos de risco são os sucateiros, borracharias, ferros-velhos e qualquer outro local que pela natureza da sua atividade propicia a proliferação do Aedes aegypti. Imóveis especiais são escolas e outros prédios comunitários. Quando terminar a ação, a região será monitorada a cada dois meses pelas equipes.

Outras regiões - A área do Centro de Saúde Santa Mônica recebe cuidado especial mas as ações prosseguem nas outras regiões da cidade também. Na terça-feira, 15, as equipes do Distrito de Saúde Noroeste promovem busca de casos suspeitos de dengue e eliminação de criadouros na área do Centro de Saúde Perseu Leite de Barros. Durante os trabalhos, os agentes comunitários e outros profissionais de saúde ainda informam a população sobre as maneiras de combater o mosquito da dengue.

Na quarta-feira, 16 de julho, acontece arrastão na área do Centro de Saúde Boa Vista, na Região Norte. Na quinta-feira, 17, as ações de remoção de criadouros ocorrem na área do Centro de Saúde União dos Bairros, na Região Sudoeste, e, na sexta, 18, na área do Centro de Saúde Paranapanema, na Região Sul.

Durante as ações, profissionais da Secretaria de Saúde incentivam campineiros a tomar medidas simples para identificar e eliminar os focos do mosquito. Os agentes comunitários alertam sobre os perigos da doença e distribuem cartilhas e panfletos educativos.

Segundo levantamento recente da Prefeitura, mais de 80% dos focos do mosquito estão nas residências em vasos de planta, potes, latas e em garrafas nos quintais. E, de acordo com a enfermeira sanitarista Salma Balista, coordenadora da Vigilância e Saúde Ambiental da Prefeitura, não é muito difícil se livrar dos criadouros.

"É necessário só um pouco de boa vontade e atenção para transformar o ambiente em um local livre de dengue. São medidas simples como ajustar pratos aos vasos, manter garrafas de cabeça para baixo, pneus cobertos, lixos e cisternas tampados e a caixa d’água limpa e bem vedada", reforça.

Números – Campinas tem registrados, desde janeiro de 2003, 377 casos autóctones – contraídos na própria cidade - de dengue. Também há registros de 68 casos importados – quando a pessoa é infectada em outro município.

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