Prefeitura intensifica ações contra a dengue em regiões de maior risco

22/07/2003

Área do Santa Mônica recebe atenção redobrada. Ações são desenvolvidas em parceria com a Superintendência do Controle de Endemias

A Secretaria de Saúde intensifica esta semana, de 21 a 25 de julho, o combate à dengue em áreas de maior risco na Região Norte de Campinas. Bairros na abrangência do Centro de Saúde Santa Mônica recebem cuidado especial porque é lá que a doença tem atacado mais nos últimos anos e onde, desde janeiro de 2003, já foram confirmados 59 casos autóctones – quando a pessoa é infectada no local onde mora ou trabalha.

Desde a semana passada e até a tarde desta segunda-feira, 21 de julho, já foram colhidas amostras de sangue de 757 moradores do local. O material é enviado para exames que devem apontar se os cidadãos já foram infectados pelo vírus da dengue. A ação é chamada de inquérito sorológico. A meta é examinar 1 mil pessoas.

O objetivo do inquérito é saber se o tamanho da epidemia registrada naquela micro-área é o constatado pela Vigilância Epidemiológica. De acordo com Fernanda Borges, supervisora das ações de combate à dengue da Prefeitura, em toda epidemia, há casos em que os sintomas são leves, inaparentes e, por isso, a pessoa não procura o serviço de saúde e a ocorrência acaba não sendo registrada. "O inquérito sorológico deve apontar também estes casos e qual o risco daquela população desenvolver a forma hemorrágica da doença", diz.

Esta semana, a Sucen (Superintendência do Controle de Endemias), parceira da Secretaria de Saúde na ação, investiga a infestação do mosquito Aedes aegypti na área. O estudo, denominado tecnicamente de índice de breteau, aponta, a cada 100 casas, quantas acumulam criadouros com larvas do mosquito. O órgão ainda coleta, com armadilhas específicas, mosquitos adultos para análise em laboratório.

A equipes de saúde do Distrito Norte também fazem, na mesma área, controle dos pontos de risco e dos imóveis especiais. Pontos de risco são os locais que, pela natureza da sua atividade, propiciam a proliferação do mosquito da dengue como borracharias, sucateiros, ferros-velhos. Imóveis especiais são escolas e outros prédios comunitários.

Agentes comunitários de saúde, antes do início das ações, promoveram trabalhos de conscientização com a população. Eles percorreram as residências para convocar as pessoas a receber as equipes e a participar do inquérito sorológico. Ao mesmo tempo, alertaram sobre os riscos da doença e as formas de combater o mosquito.

O trabalho desenvolvido no Santa Mônica é inédito no município e deve durar até semana que vem. Após o término, a cada dois meses, a micro-área será monitorada.

O objetivo, afirma Fernanda Borges, é avaliar a epidemia, monitorar o local e organizar ações específicas. "Registramos uma epidemia grave no Santa Mônica. O maior número de casos confirmados em uma única semana na cidade em 2003 é daquela localidade. Além disso, aquela micro-área tem registrado um número grande de ocorrências nos últimos três anos. Por isso, queremos reavaliar a busca de casos, ajustar nossas ações e intensificar o trabalho de prevenção", diz a supervisora.

Além do Santa Mônica, na Região Norte, as ações foram intensificadas no Parque San Martin, com limpeza e colocação de telas em caixas d´água. O Parque Cidade também recebe atenção especial. Equipes atuam numa área específica do bairro, onde houve um descarte de pneus. Na quarta-feira, 24 de julho, acontece arrastão na área do Centro de Saúde São Marcos.

Ainda na Norte, na área do Centro de Saúde Anchieta, equipes do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) substituem as ovitrampas - armadilhas que coletam ovos dos mosquitos – colocadas em locais estratégicos. O intuito é saber se os ovos são de Aedes aegypti. Na última análise no local, de 20 ovitrampas, 10 foram positivas. O resultado serve como base para direcionar as ações de combate.

Outras regiões – O combate à dengue também prossegue nas outras regiões da cidade. Nesta terça-feira, 22 de julho, as equipes do Distrito de Saúde Noroeste promovem busca de casos suspeitos de dengue e eliminação de criadouros na área do Centro de Saúde do Balão do Laranja. Durante os trabalhos, os agentes comunitários e outros profissionais de saúde ainda informam a população sobre as maneiras de combater o mosquito.

Na quinta-feira, 24, as ações de remoção de criadouros ocorrem na área do Centro de Saúde Dic 1, na Região Sudoeste, e, na sexta, 25, na área do Centro de Saúde Paranapanema, na Região Sul.

Durante as ações, profissionais da Secretaria de Saúde incentivam campineiros a tomar medidas simples para identificar e eliminar os focos do mosquito. Agentes comunitários alertam sobre os perigos da doença e distribuem cartilhas e panfletos educativos.

Números – Campinas registrou, desde janeiro de 2003, 447 casos de dengue, sendo 379 autóctones – contraídos na própria cidade. Também há registros de 68 casos importados – quando a pessoa é infectada em outro município. A incidência da doença na cidade é de 43,90 casos para grupo de 100 mil habitantes.

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