Área
do Santa Mônica recebe atenção redobrada. Ações são
desenvolvidas em parceria com a Superintendência do Controle de
Endemias
A Secretaria de
Saúde intensifica esta semana, de 21 a 25 de julho, o combate
à dengue em áreas de maior risco na Região Norte de Campinas.
Bairros na abrangência do Centro de Saúde Santa Mônica
recebem cuidado especial porque é lá que a doença tem atacado
mais nos últimos anos e onde, desde janeiro de 2003, já foram
confirmados 59 casos autóctones – quando a pessoa é
infectada no local onde mora ou trabalha.
Desde a semana
passada e até a tarde desta segunda-feira, 21 de julho, já
foram colhidas amostras de sangue de 757 moradores do local. O
material é enviado para exames que devem apontar se os cidadãos
já foram infectados pelo vírus da dengue. A ação é chamada
de inquérito sorológico. A meta é examinar 1 mil pessoas.
O objetivo do
inquérito é saber se o tamanho da epidemia registrada naquela
micro-área é o constatado pela Vigilância Epidemiológica. De
acordo com Fernanda Borges, supervisora das ações de combate
à dengue da Prefeitura, em toda epidemia, há casos em que os
sintomas são leves, inaparentes e, por isso, a pessoa não
procura o serviço de saúde e a ocorrência acaba não sendo
registrada. "O inquérito sorológico deve apontar também
estes casos e qual o risco daquela população desenvolver a
forma hemorrágica da doença", diz.
Esta semana, a
Sucen (Superintendência do Controle de Endemias), parceira da
Secretaria de Saúde na ação, investiga a infestação do
mosquito Aedes aegypti na área. O estudo, denominado
tecnicamente de índice de breteau, aponta, a cada 100 casas,
quantas acumulam criadouros com larvas do mosquito. O órgão
ainda coleta, com armadilhas específicas, mosquitos adultos
para análise em laboratório.
A equipes de saúde
do Distrito Norte também fazem, na mesma área, controle dos
pontos de risco e dos imóveis especiais. Pontos de risco são
os locais que, pela natureza da sua atividade, propiciam a
proliferação do mosquito da dengue como borracharias,
sucateiros, ferros-velhos. Imóveis especiais são escolas e
outros prédios comunitários.
Agentes comunitários
de saúde, antes do início das ações, promoveram trabalhos de
conscientização com a população. Eles percorreram as residências
para convocar as pessoas a receber as equipes e a participar do
inquérito sorológico. Ao mesmo tempo, alertaram sobre os
riscos da doença e as formas de combater o mosquito.
O trabalho
desenvolvido no Santa Mônica é inédito no município e deve
durar até semana que vem. Após o término, a cada dois meses,
a micro-área será monitorada.
O objetivo,
afirma Fernanda Borges, é avaliar a epidemia, monitorar o local
e organizar ações específicas. "Registramos uma epidemia
grave no Santa Mônica. O maior número de casos confirmados em
uma única semana na cidade em 2003 é daquela localidade. Além
disso, aquela micro-área tem registrado um número grande de
ocorrências nos últimos três anos. Por isso, queremos
reavaliar a busca de casos, ajustar nossas ações e
intensificar o trabalho de prevenção", diz a supervisora.
Além do Santa
Mônica, na Região Norte, as ações foram intensificadas no
Parque San Martin, com limpeza e colocação de telas em caixas
d´água. O Parque Cidade também recebe atenção especial.
Equipes atuam numa área específica do bairro, onde houve um
descarte de pneus. Na quarta-feira, 24 de julho, acontece arrastão
na área do Centro de Saúde São Marcos.
Ainda na Norte,
na área do Centro de Saúde Anchieta, equipes do CCZ (Centro de
Controle de Zoonoses) substituem as ovitrampas - armadilhas que
coletam ovos dos mosquitos – colocadas em locais estratégicos.
O intuito é saber se os ovos são de Aedes aegypti. Na
última análise no local, de 20 ovitrampas, 10 foram positivas.
O resultado serve como base para direcionar as ações de
combate.
Outras regiões
– O combate à dengue também prossegue nas outras regiões da
cidade. Nesta terça-feira, 22 de julho, as equipes do Distrito
de Saúde Noroeste promovem busca de casos suspeitos de dengue e
eliminação de criadouros na área do Centro de Saúde do Balão
do Laranja. Durante os trabalhos, os agentes comunitários e
outros profissionais de saúde ainda informam a população
sobre as maneiras de combater o mosquito.
Na
quinta-feira, 24, as ações de remoção de criadouros ocorrem
na área do Centro de Saúde Dic 1, na Região Sudoeste, e, na
sexta, 25, na área do Centro de Saúde Paranapanema, na Região
Sul.
Durante as ações,
profissionais da Secretaria de Saúde incentivam campineiros a
tomar medidas simples para identificar e eliminar os focos do
mosquito. Agentes comunitários alertam sobre os perigos da doença
e distribuem cartilhas e panfletos educativos.
Números
– Campinas registrou, desde janeiro de 2003, 447 casos de
dengue, sendo 379 autóctones – contraídos na própria
cidade. Também há registros de 68 casos importados – quando
a pessoa é infectada em outro município. A incidência da doença
na cidade é de 43,90 casos para grupo de 100 mil habitantes.