Prefeitura e Sucen iniciam mapeamento de dengue

23/07/2003

Estudo vai mostrar comportamento das epidemias e deve nortear ações

A Secretaria de Saúde de Campinas, em parceria com a Sucen (Superintendência do Controle de Endemias), iniciou nesta quarta-feira, 23 de julho, o mapeamento dos casos de dengue na Região Sul da cidade. O estudo - chamado tecnicamente de geoprocessamento -inclui identificar todos os casos registrados nos anos de 2000, 2001 e 2002, com endereço da pessoa e histórico de onde ela contraiu a doença. O trabalho já ocorreu na Região Sudoeste da cidade.

As autoridades sanitárias pretendem compreender melhor a distribuição dos casos e avaliar os locais de maior risco. De acordo com o biólogo Daniel de Freitas, coordenador da Visa Sul (Vigilância em Saúde), a partir do resultado do mapeamento será possível avaliar o "comportamento" das epidemias. "Assim, teremos subsídios para direcionar melhor as ações", diz.

Região Sudoeste - Na região Sudoeste, as equipes de saúde também reforçaram o combate a dengue. Supervisores e ajudantes de controle ambiental estão, há duas semanas, com ações no Projeto Uruguai , que fica na área de abrangência do Centro de Saúde Vista Alegre, e na ocupação Ouro Preto, na área do Centro de Saúde Aeroporto.

As atividades já renderam 387 visitas a residências. Durante os trabalhos, os moradores receberam orientações sobre como combater o mosquito e foram orientados quanto aos cuidados a serem adotados com relação a caixas d’água.

Também foram colocadas telas milimetradas em 101 caixas d’água e 11 reservatórios de água. O objetivo é impedir que a fêmea do Aedes aegypti, mosquito que transmite o vírus da dengue, deposite seus ovos nos recipientes.

Desde 2001, a Prefeitura já instalou mais de 20 mil metros de telas em recipientes e caixas d’água. Esta é a primeira vez que o município utiliza este recurso para combater a epidemia de dengue.

Na ocupação Ouro Preto, os profissionais também colocaram sal em latões de água. O produto impede a proliferação do mosquito. As pessoas também receberam informações sobre os sintomas da doença e sobre como proceder no caso de alguma manifestação.

A dengue provoca febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza. Também podem surgir manchas na pele. Ao apresentar algum destes sinais, a pessoa deve procurar o Centro de Saúde.

Levantamento recente da Secretaria de Saúde de Campinas mostra que o mosquito da dengue muitas vezes se desenvolve no próprio quintal das pessoas, nas vasilhas com água parada.

A pesquisa mostra ainda que mais de 80% dos criadouros disponíveis para o mosquito estão nas casas e quintais. São lotes sem capinar, cheios de sucatas, pratos de vasas de planta, latas, garrafas, potes, pneus e, nas áreas mais periféricas, os reservatórios e caixas de água.

De acordo com Ovando Provati, biólogo da Secretaria de Saúde, no verão, na água, em uma semana, a larva se transforma em um mosquito Aedes aegypti. "E basta um mosquito infectado para iniciar a transmissão num raio de 100 a 300 metros", diz. É por isso, segundo Ovando, que não basta cada família cuidar do seu quintal. "As comunidades precisam se unir contra a dengue", afirma.

Incidência – Campinas registrou, desde janeiro de 2003, 447 casos de dengue, sendo 379 autóctones – contraídos na própria cidade. Também há registros de 68 casos importados – quando a pessoa é infectada em outro município. A incidência da doença na cidade é de 43,90 casos para grupo de 100 mil habitantes.

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