Estudo
vai mostrar comportamento das epidemias e deve nortear ações
A Secretaria
de Saúde de Campinas, em parceria com a Sucen (Superintendência
do Controle de Endemias), iniciou nesta quarta-feira, 23 de
julho, o mapeamento dos casos de dengue na Região Sul da
cidade. O estudo - chamado tecnicamente de geoprocessamento
-inclui identificar todos os casos registrados nos anos de
2000, 2001 e 2002, com endereço da pessoa e histórico de
onde ela contraiu a doença. O trabalho já ocorreu na Região
Sudoeste da cidade.
As
autoridades sanitárias pretendem compreender melhor a
distribuição dos casos e avaliar os locais de maior risco.
De acordo com o biólogo Daniel de Freitas, coordenador da
Visa Sul (Vigilância em Saúde), a partir do resultado do
mapeamento será possível avaliar o "comportamento"
das epidemias. "Assim, teremos subsídios para direcionar
melhor as ações", diz.
Região
Sudoeste
- Na região Sudoeste, as equipes de saúde também reforçaram
o combate a dengue. Supervisores e ajudantes de controle
ambiental estão, há duas semanas, com ações no Projeto
Uruguai , que fica na área de abrangência do Centro de Saúde
Vista Alegre, e na ocupação Ouro Preto, na área do Centro
de Saúde Aeroporto.
As atividades
já renderam 387 visitas a residências. Durante os trabalhos,
os moradores receberam orientações sobre como combater o
mosquito e foram orientados quanto aos cuidados a serem
adotados com relação a caixas d’água.
Também foram
colocadas telas milimetradas em 101 caixas d’água e 11
reservatórios de água. O objetivo é impedir que a fêmea do
Aedes aegypti, mosquito que transmite o vírus da
dengue, deposite seus ovos nos recipientes.
Desde 2001, a
Prefeitura já instalou mais de 20 mil metros de telas em
recipientes e caixas d’água. Esta é a primeira vez que o
município utiliza este recurso para combater a epidemia de
dengue.
Na ocupação
Ouro Preto, os profissionais também colocaram sal em latões
de água. O produto impede a proliferação do mosquito. As
pessoas também receberam informações sobre os sintomas da
doença e sobre como proceder no caso de alguma manifestação.
A dengue
provoca febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza. Também
podem surgir manchas na pele. Ao apresentar algum destes
sinais, a pessoa deve procurar o Centro de Saúde.
Levantamento
recente da Secretaria de Saúde de Campinas mostra que o
mosquito da dengue muitas vezes se desenvolve no próprio
quintal das pessoas, nas vasilhas com água parada.
A pesquisa
mostra ainda que mais de 80% dos criadouros disponíveis para
o mosquito estão nas casas e quintais. São lotes sem
capinar, cheios de sucatas, pratos de vasas de planta, latas,
garrafas, potes, pneus e, nas áreas mais periféricas, os
reservatórios e caixas de água.
De acordo com
Ovando Provati, biólogo da Secretaria de Saúde, no verão,
na água, em uma semana, a larva se transforma em um mosquito Aedes
aegypti. "E basta um mosquito infectado para iniciar
a transmissão num raio de 100 a 300 metros", diz. É por
isso, segundo Ovando, que não basta cada família cuidar do
seu quintal. "As comunidades precisam se unir contra a
dengue", afirma.
Incidência
– Campinas registrou, desde janeiro de 2003, 447 casos de
dengue, sendo 379 autóctones – contraídos na própria
cidade. Também há registros de 68 casos importados –
quando a pessoa é infectada em outro município. A incidência
da doença na cidade é de 43,90 casos para grupo de 100 mil
habitantes.