A Secretaria de
Saúde de Campinas reforça as ações de combate a dengue no
Cambuí e Nova Campinas, na Região Leste, a partir desta
semana (28 de julho a 1 de agosto). Pesquisa recente da
Prefeitura aponta que os dois bairros reúnem condições propícias
para a proliferação do mosquito Aedes aegypti,
transmissor do vírus que causa a doença.
A cada cem
residências visitadas pelas equipes de saúde durante o
estudo – chamado tecnicamente de pesquisa do índice de
breteau -, em pelo 2,5 foram constatadas larvas do mosquito da
dengue. A Secretaria de Saúde considera que qualquer índice
maior que 1 é importante porque representa risco para a
dengue.
O estudo
apontou ainda um grande número de criadouros disponíveis
dentro das casas e nos quintais destes dois bairros.
Criadouros são recipientes ou locais que acumulam água e
que, portanto, propiciam a proliferação do mosquito. Os mais
comuns foram pratos de vasos de plantas, latas e pneus,
piscinas, poços artesianos, fontes e bromélias.
Por isso,
esta semana, de acordo com Janilce Souza, supervisora de
controle ambiental do Distrito de Saúde Leste, as equipes
iniciam um conjunto de atividades de combate à doença nos
dois bairros. Uma das frentes de trabalho inclui ações
educativas com alunos de escolas públicas e particulares
instaladas na área. A idéia é que os estudantes sejam
conscientizados e conheçam a realidade do município e dos
dois bairros em relação à doença e, assim, divulguem nas
suas casas e na comunidade os meios de prevenir a enfermidade.
De acordo com
Janilce, estão previstas aulas teóricas e práticas e
distribuição de material educativo. Para as escolas de
idiomas, por exemplo, estão sendo confeccionados materiais
para que os estudantes façam tradução para o português. O
trabalho nas escolas será iniciado após o retorno das férias.
Também estão previstas ações educativas nas igrejas e
comunidades de bairro.
Na Nova
Campinas, as equipes visitam esta semana residências de 10
quarteirões entre as ruas Piquete e José Bonifácio,
incluindo a dr. Alfredo Reagio e parte da Alexandre Fleming. A
área possui um número alto de casas com piscinas, lajes e
bromélias, classificados como criadouros não removíveis.
Durante a abordagem, os moradores serão esclarecidos sobre a
dengue e as formas de manter seus quintais e em específico
estes criadouros livres do mosquito da dengue.
De acordo com
Fernanda Borges, supervisora municipal das ações da dengue,
as equipes encontram dificuldades para atuar nos dois bairros
por conta da recusa dos moradores em recebê-las. A
supervisora informa que, na última pesquisa no local, 31% das
casas abordadas não puderam ser trabalhadas ou porque o
morador não estava ou porque se recusou a receber o grupo.
"Ao levarmos em conta esta recusa, concluímos que o
breteau de 2,5 pode ser ainda maior do que o constatado",
afirma Fernanda.
De Norte a
Sul
– O enfoque é para o Cambuí e Nova Campinas. Porém, as ações
de combate à dengue prosseguem em todas as Regiões Campinas
esta semana. Nesta segunda-feira, 28, houve ação numa residência
na rua Barão de Jaguara, no Centro. Segundo a supervisora de
controle ambiental Janilce, o proprietário acumulava tanto
entulho – copos e garrafas de plástico, potes, tambores etc
- que o montante encheu um caminhão. O material será
transportado para o aterro sanitário.
Amanhã, 29,
as atividades ocorre na Região Noroeste, na área do Centro
de Saúde Perseu. Na quarta, 30, serão desencadeadas ações
na área do Centro de Saúde Santa Mônica, Região Norte.
Quinta, 31, é a vez dos usuários do Centro de Saúde União
dos Bairros, Região Sudoeste, receberem as equipes de combate
à dengue. Na sexta-feira, 1 de agosto, os profissionais de saúde
atuam na área do Centro de Saúde Paranapanema, Região Sul.
Redução
– O trabalho para combater a epidemia de dengue em Campinas
vem sendo intensificado a cada dia pela Prefeitura. A
enfermeira sanitarista Salma Balista, responsável pela
Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental de Campinas,
afirma que a cada nova ocorrência, são desencadeadas todas
as ações de controle.
Além disso,
segundo ela, são desenvolvidos trabalhos preventivos,
educativos e a Secretaria de Saúde está em campanha
constante contra a doença. "Agentes comunitários e
outros profissionais de saúde atuam diariamente espalhados
por toda cidade no combate ao mosquito Aedes aegypti",
diz Salma.
E os reflexos
dos trabalhos já podem ser constatados. De janeiro a julho
deste ano, a Secretaria de Saúde de Campinas confirmou 447
casos de dengue. O montante registrado no mesmo período de
2002 foi de 1.420.