Prefeitura atua contra a dengue no Cambuí e Nova Campinas

28/07/2003

A Secretaria de Saúde de Campinas reforça as ações de combate a dengue no Cambuí e Nova Campinas, na Região Leste, a partir desta semana (28 de julho a 1 de agosto). Pesquisa recente da Prefeitura aponta que os dois bairros reúnem condições propícias para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus que causa a doença.

A cada cem residências visitadas pelas equipes de saúde durante o estudo – chamado tecnicamente de pesquisa do índice de breteau -, em pelo 2,5 foram constatadas larvas do mosquito da dengue. A Secretaria de Saúde considera que qualquer índice maior que 1 é importante porque representa risco para a dengue.

O estudo apontou ainda um grande número de criadouros disponíveis dentro das casas e nos quintais destes dois bairros. Criadouros são recipientes ou locais que acumulam água e que, portanto, propiciam a proliferação do mosquito. Os mais comuns foram pratos de vasos de plantas, latas e pneus, piscinas, poços artesianos, fontes e bromélias.

Por isso, esta semana, de acordo com Janilce Souza, supervisora de controle ambiental do Distrito de Saúde Leste, as equipes iniciam um conjunto de atividades de combate à doença nos dois bairros. Uma das frentes de trabalho inclui ações educativas com alunos de escolas públicas e particulares instaladas na área. A idéia é que os estudantes sejam conscientizados e conheçam a realidade do município e dos dois bairros em relação à doença e, assim, divulguem nas suas casas e na comunidade os meios de prevenir a enfermidade.

De acordo com Janilce, estão previstas aulas teóricas e práticas e distribuição de material educativo. Para as escolas de idiomas, por exemplo, estão sendo confeccionados materiais para que os estudantes façam tradução para o português. O trabalho nas escolas será iniciado após o retorno das férias. Também estão previstas ações educativas nas igrejas e comunidades de bairro.

Na Nova Campinas, as equipes visitam esta semana residências de 10 quarteirões entre as ruas Piquete e José Bonifácio, incluindo a dr. Alfredo Reagio e parte da Alexandre Fleming. A área possui um número alto de casas com piscinas, lajes e bromélias, classificados como criadouros não removíveis. Durante a abordagem, os moradores serão esclarecidos sobre a dengue e as formas de manter seus quintais e em específico estes criadouros livres do mosquito da dengue.

De acordo com Fernanda Borges, supervisora municipal das ações da dengue, as equipes encontram dificuldades para atuar nos dois bairros por conta da recusa dos moradores em recebê-las. A supervisora informa que, na última pesquisa no local, 31% das casas abordadas não puderam ser trabalhadas ou porque o morador não estava ou porque se recusou a receber o grupo. "Ao levarmos em conta esta recusa, concluímos que o breteau de 2,5 pode ser ainda maior do que o constatado", afirma Fernanda.

De Norte a Sul – O enfoque é para o Cambuí e Nova Campinas. Porém, as ações de combate à dengue prosseguem em todas as Regiões Campinas esta semana. Nesta segunda-feira, 28, houve ação numa residência na rua Barão de Jaguara, no Centro. Segundo a supervisora de controle ambiental Janilce, o proprietário acumulava tanto entulho – copos e garrafas de plástico, potes, tambores etc - que o montante encheu um caminhão. O material será transportado para o aterro sanitário.

Amanhã, 29, as atividades ocorre na Região Noroeste, na área do Centro de Saúde Perseu. Na quarta, 30, serão desencadeadas ações na área do Centro de Saúde Santa Mônica, Região Norte. Quinta, 31, é a vez dos usuários do Centro de Saúde União dos Bairros, Região Sudoeste, receberem as equipes de combate à dengue. Na sexta-feira, 1 de agosto, os profissionais de saúde atuam na área do Centro de Saúde Paranapanema, Região Sul.

Redução – O trabalho para combater a epidemia de dengue em Campinas vem sendo intensificado a cada dia pela Prefeitura. A enfermeira sanitarista Salma Balista, responsável pela Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental de Campinas, afirma que a cada nova ocorrência, são desencadeadas todas as ações de controle.

Além disso, segundo ela, são desenvolvidos trabalhos preventivos, educativos e a Secretaria de Saúde está em campanha constante contra a doença. "Agentes comunitários e outros profissionais de saúde atuam diariamente espalhados por toda cidade no combate ao mosquito Aedes aegypti", diz Salma.

E os reflexos dos trabalhos já podem ser constatados. De janeiro a julho deste ano, a Secretaria de Saúde de Campinas confirmou 447 casos de dengue. O montante registrado no mesmo período de 2002 foi de 1.420.

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