O Distrito de Saúde
da região Sudoeste de Campinas coloca em prática em agosto,
na Vila União e no Jardim Letícia, um projeto para combater
escorpiões e reduzir riscos de acidentes ocasionados pelos
animais peçonhentos. No ano passado, 20% (50 casos) dos
atendimentos na Saúde Ambiental do Distrito Sudoeste foram
relativos a algum tipo de problema provocado pelo aracnídeo.
Os dois
bairros são considerados de alto risco por terem colônias de
escorpiões do tipo amarelo (Tityus serrulatus), cuja
picada pode ser letal. Outros bairros da região, de médio
risco, fazem parte do trabalho preventivo de rotina.
Na região
Sudoeste de Campinas foram registrados oito acidentes com
escorpiões em 2001; cinco, em 2002; e três, neste ano. No
Estado de São Paulo, de 1988 a 1998 foram registrados 15,2
mil acidentes com escorpiões e 31 óbitos.
"Suspeita-se
que o número de acidentes seja maior que o notificado",
afirmou médico veterinário da Secretaria de Saúde de
Campinas, Claudio Castagna. Ele explica que alguns casos não
são notificados e em outros as pessoas nem chegam a procurar
o Centro de Saúde.
Ações -
Projeto de Educação Sanitária reuniões com síndicos de
condomínios e com entidades representativas da comunidade.
Nos centros de saúde e nas escolas serão realizadas oficinas
sobre escorpiões e pragas urbanas. "Nosso objetivo é
formar agentes multiplicadores das medidas preventivas",
disse Castagna. Boletins informativos sobre o assunto também
serão distribuídos para a população.
Prevenção
- No trabalho desenvolvido com a comunidade, o Distrito
explica as medidas preventivas mais eficazes como substituir
os ralos da casa por modelos do tipo "abre e fecha"
ou vedá-los com uma pedra chata ou borracha; trocar os
espelhos quebrados de interruptores ou vedá-los com fita
adesiva, papelão ou isopor; vedar os pontos de luz do teto
com massa corrida ou fira adesiva; manter pias e tanques
tampados; vedar caixas de gorduras; rebocar paredes de tijolo
baiano; limpar os locais onde haja acúmulo de entulho,
material de construção ou madeira, entre outros.
Castagna
ressalta que o centro de saúde deve ser notificado toda vez
que um escorpião for encontrado, mesmo que não tenha havido
acidentes.
Socorro
– Em caso de acidente com escorpião, deve-se levar a vítima
o mais rápido possível ao Centro de Saúde. Se possível, o
escorpião junto. A picada provoca dor muito forte que se
irradia por todo braço ou perna.
A gravidade
dos acidentes varia de acordo com o local da picada,
quantidade de veneno injetado, idade e peso da vítima. O
veneno tem ação neurotóxica, ou seja, atua principalmente
no sistema nervoso.
Os acidentes
mais freqüentes variam de leves a moderados. Nos casos
graves, além da anestesia local, o paciente recebe soro
antiescorpiônico.
Esta matéria
é uma colaboração da jornalista Cláudia Xavier, assessora
de imprensa da Prefeitura de Campinas, para o Portal da Saúde.