Módulo do Rossin elege Conselho Local de Saúde

14/07/2004

Talita El Kadri

Na cidade de Campinas, as ações e funcionamento dos Centros de Saúde (CS) são acompanhados pela população por meio dos Conselhos Locais de Saúde (CLS), com representantes escolhidos pelo voto direto. Na última sexta-feira, dia 9, às 15h, o Módulo Paidéia de Saúde da Família do Rossin, na região Noroeste do município, iniciou o processo de eleição de usuários para o conselho e é o primeiro dos módulos da cidade a contar com o controle social.

Os usuários foram eleitos em uma votação na Escola Estadual EEPSG Major Adolfo Rossin e os trabalhadores estão sendo votados hoje, dia 14, no próprio módulo. Os gestores serão indicados para o cargo.

Campinas conta, atualmente, com 13 módulos Paidéia, que funcionam como um Centro de Saúde pequeno, com uma equipe de saúde da família. O primeiro conselho em módulos de saúde vai ser composto por dois usuários titulares e dois suplentes, um trabalhador titular e um suplente, além de um gestor titular e um suplente.

O CLS é uma maneira da população colaborar no planejamento e execução das ações de saúde. "O conselheiro-usuário é o elo de ligação entre o serviço de saúde e a comunidade. Ele tem a função de melhorar o serviço expondo as necessidades da população", diz Beatriz Ferantin Soratto, farmacêutica e apoiadora da Vigilância em Saúde (Visa) Noroeste. Beatriz informa ainda que o CLS é instituído por lei municipal.

CS Florence. O Centro de Saúde Florence, região Noroeste da cidade, também elegeu os conselheiros-usuários na sexta-feira, dia 9, às 9h. A comunidade votou para os candidatos no Salão Paroquial Santa Maria dos Oprimidos e hoje, dia 14, os trabalhadores-conselheiros também serão escolhidos.

Conscientização. Antes de convidar a população para a votação dos componentes do conselho, o CS Florence e o Módulo do Rossin promoveram um encontro entre a comunidade e usuários-conselheiros para esclarecer a função do CLS.

Isabel Pereira de Oliveira, conselheira do CS Perseu e conselheira municipal de saúde expôs sua experiência e afirma que a população deve reivindicar seus direitos. "O conselheiro deve agir também como conscientizador e organizador da população. Juntos devemos observar os serviços e exigir participação", afirma.

De acordo com a apoiadora Beatriz, da Visa Noroeste, durante a reunião as lideranças locais e os usuários dos serviços de saúde receberam explicações também sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). "As pessoas passaram a se interessar mais pelo conselho após a exposição e se candidataram aos cargos", afirma Beatriz.

Controle Social. Segundo o médico sanitarista Roberto Marden, diretor municipal de saúde de Campinas, apenas o olhar técnico não é suficiente para buscar a melhor alternativa para resolver os problemas de cada região da cidade. "A solução dos problemas deve ser construída com a participação das pessoas que os vivem. A comunidade tem o direito e pode opinar, sugerir e escolher a melhor forma de solucionar as questões da saúde pública no seu bairro, na sua região, na sua cidade. Esta participação é chamada de controle social".

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