Talita El
Kadri
Na cidade
de Campinas, as ações e funcionamento dos Centros de Saúde
(CS) são acompanhados pela população por meio dos
Conselhos Locais de Saúde (CLS), com representantes
escolhidos pelo voto direto. Na última sexta-feira, dia 9,
às 15h, o Módulo Paidéia de Saúde da Família do Rossin,
na região Noroeste do município, iniciou o processo de
eleição de usuários para o conselho e é o primeiro dos módulos
da cidade a contar com o controle social.
Os usuários
foram eleitos em uma votação na Escola Estadual EEPSG
Major Adolfo Rossin e os trabalhadores estão sendo votados
hoje, dia 14, no próprio módulo. Os gestores serão
indicados para o cargo.
Campinas
conta, atualmente, com 13 módulos Paidéia, que funcionam
como um Centro de Saúde pequeno, com uma equipe de saúde
da família. O primeiro conselho em módulos de saúde vai
ser composto por dois usuários titulares e dois suplentes,
um trabalhador titular e um suplente, além de um gestor
titular e um suplente.
O CLS é
uma maneira da população colaborar no planejamento e
execução das ações de saúde. "O conselheiro-usuário
é o elo de ligação entre o serviço de saúde e a
comunidade. Ele tem a função de melhorar o serviço
expondo as necessidades da população", diz Beatriz
Ferantin Soratto, farmacêutica e apoiadora da Vigilância
em Saúde (Visa) Noroeste. Beatriz informa ainda que o CLS
é instituído por lei municipal.
CS
Florence.
O Centro de Saúde Florence, região Noroeste da cidade,
também elegeu os conselheiros-usuários na sexta-feira, dia
9, às 9h. A comunidade votou para os candidatos no Salão
Paroquial Santa Maria dos Oprimidos e hoje, dia 14, os
trabalhadores-conselheiros também serão escolhidos.
Conscientização.
Antes de convidar a população para a votação dos
componentes do conselho, o CS Florence e o Módulo do Rossin
promoveram um encontro entre a comunidade e usuários-conselheiros
para esclarecer a função do CLS.
Isabel
Pereira de Oliveira, conselheira do CS Perseu e conselheira
municipal de saúde expôs sua experiência e afirma que a
população deve reivindicar seus direitos. "O
conselheiro deve agir também como conscientizador e
organizador da população. Juntos devemos observar os serviços
e exigir participação", afirma.
De acordo
com a apoiadora Beatriz, da Visa Noroeste, durante a reunião
as lideranças locais e os usuários dos serviços de saúde
receberam explicações também sobre o Sistema Único de Saúde
(SUS). "As pessoas passaram a se interessar mais pelo
conselho após a exposição e se candidataram aos
cargos", afirma Beatriz.
Controle
Social.
Segundo o médico sanitarista Roberto Marden, diretor
municipal de saúde de Campinas, apenas o olhar técnico não
é suficiente para buscar a melhor alternativa para resolver
os problemas de cada região da cidade. "A solução
dos problemas deve ser construída com a participação das
pessoas que os vivem. A comunidade tem o direito e pode
opinar, sugerir e escolher a melhor forma de solucionar as
questões da saúde pública no seu bairro, na sua região,
na sua cidade. Esta participação é chamada de controle
social".