Campinas tem um caso a menos de meningite meningocócica em relação ao mesmo período de 2003

21/07/2004

Denize Assis

Campinas registrou um caso a menos de meningite meningocócica este ano, até 20 de julho 2004, em comparação com o mesmo período de 2003, segundo informou a Vigilância em Saúde do município nesta quarta-feira, dia 21 de julho. Este ano, foram registrados oito casos de meningite meningocócica, dos quais seis são do sorogrupo C, 1 B e 1 caso ainda não teve o sorogrupo identificado. Destes, houve três óbitos, dois em crianças e um em adulto. Em 2003, no mesmo período, houve nove casos, dos quais 5 C, 1B e 3 não identificados. Deste total, 1 foi a óbito.

"O coeficiente da doença vem apresentando queda desde 1997. No entanto com uma inversão na prevalência do sorogrupo, seguindo a tendência do Estado de São Paulo. Temos tido mais casos do sorogrupo C e menos ocorrências do sorogrupo B. A incidência de 2004 é estável em relação ao mesmo período do ano passado, contudo há uma concentração da metade dos casos na primeira quinzena de julho", informa a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Vigilância em Saúde de Campinas.

A sanitarista informa ainda que a letalidade em 2004, que é de 37,5%, está mais alta que no mesmo período de 2003, quando foi de 11,1%, e menor que em 2002, quando o índice atingiu 50%. Segundo Brigina, este ano, aumentou a proporção de casos da doença em adolescentes e adultos jovens em comparação com os anos anteriores. Mesmo assim, a faixa etária de menor risco é de 1 a 4 anos. "Ainda não foram registrados casos em menores de 1 ano", diz.

A Vigilância informou ainda que, em 2004, estão notificadas, consideradas todas as formas de meningite - bacterianas, virais, por fungo, protozoários entre outras –, 113 meningites. Este número é pouco maior que o registrado no mesmo período de 2003, quando houve 109, sendo que o total de óbitos é inferior em 2004. Em todo ano de 2003, foram notificadas 207 meningites, sendo que cerca de 45% delas são virais.

Saiba sobre a meningite. A meningite é uma doença infecciosa aguda que pode ser causada por diferentes agentes etiológicos - bactéria, vírus, fungo, protozoário entre outros – e pode atingir todas as pessoas independente da faixa etária. No entanto, é mais comum nas crianças. As meningites bacterianas, que incluem as formas meningocócica e penumocócica, são mais graves e, quando não tratadas, podem levar à morte ou deixar seqüelas. A doença tem tratamento e a maioria dos casos evolui para cura.

Na rede pública de saúde, existe vacinação de rotina contra a meningite por haemóphilus b, que atinge principalmente crianças menores de quatro anos. Para as meningites meningocócicas não está indicada vacinação como prevenção após contato com um caso, mas apenas o bloqueio das pessoas que tiveram contato com o doente.

A meningite ocorre durante todo ano. No entanto, no inverno, observa-se aumento nas ocorrências de doenças de transmissão respiratória, entre elas as meningites. "Os ambientes fechados favorecem a transmissão que se dá de pessoa para pessoa. Por isso, mesmo com o frio, o ambiente deve estar sempre ventilado. Especial atenção deve ser dada para instituições coletivas como creches e escolas. Nestes locais, as janelas devem ser mantidas abertas", afirma Vicente Pisani Neto, médico sanitarista de Vigilância em Saúde de Campinas.

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