CS Taquaral avalia condição da saúde bucal dos moradores da zona rural

29/07/2004

Talita El Kadri e Denize Assis

O Centro de Saúde Taquaral, na região Leste de Campinas, iniciou em junho levantamento epidemiológico em saúde bucal na área rural de sua abrangência que inclui os bairros Gargantilha, Carlos Gomes, Jardim Míriam e Shangrilá entre outros. Uma equipe composta por dentista, auxiliar de consultório dentário e quatro agentes comunitários visitam escolas da região e avaliam o índice de dentes cariados, perdidos e obturados (CPOD), de fluorose (excesso de flúor) e o risco de cárie em crianças e adolescentes de 4 a 14 anos.

Durante o levantamento, os profissionais aproveitam para promover palestras de orientação sobre escovação e verificam a necessidade de aplicação de flúor e de realização de outras ações educativas. A partir dos dados coletados a equipe vai avaliar a situação, fazer o diagnóstico e planejar ações de prevenção e tratamento.

"O trabalho termina em agosto, por isso ainda não é possível um diagnóstico preciso. Até agora identificamos apenas um caso de fluorose e trata-se de uma criança que veio de outra região", afirma Vera Lúcia Piovesani, dentista responsável pelo levantamento. Segundo Vera, o que pode ser adiantado neste momento é que crianças dos bairros Gargantilha, Monte Belo 1 e 2 e Recanto dos Dourados estão menos protegidas com relação às cáries por não contarem com abastecimento de água fluoretada.

De acordo com o dentista Isamu Murakami, coordenador de saúde bucal de Campinas, o levantamento é fundamental para fazer o planejamento adequado do atendimento, já que permite diagnosticar o perfil da saúde bucal dos usuários e, assim, direcionar melhor as ações, que passam ser feitas de acordo com a necessidade de cada população.

Pesquisa. A última pesquisa SB 2000, amostra ampliada para São Paulo, do Ministério da Saúde, apontou que, em Campinas, crianças na faixa etária de 12 anos apresentam um índice de CPOD de 1,34. O número é melhor que o da meta preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que, no ano de 2000, era de 3 para a população nesta faixa etária. Em 1981, este índice em Campinas era de 7,8.

Entre as crianças de 5 anos, as condições de saúde bucal também são boas. De acordo com a pesquisa, elas possuem 54% dos dentes livres de cárie. A meta preconizada pela OMS é de 50% de dentes livres de cárie.

Segundo Isamu, a fluoretação das águas de abastecimento em Campinas é um dos principais fatores que contribuíram para a melhora da saúde bucal das crianças residentes na cidade. Os procedimentos coletivos realizados pela Secretaria Municipal de Saúde e a fluoretação dos cremes dentais a partir de 1988 também são fatores importantes na redução.

E, de acordo com Isamu, a perspectiva é de que os índices sejam ainda melhores no futuro. É que com a implantação do Paidéia – Saúde da Família, os trabalhos de educação e prevenção em saúde bucal passaram a ser desenvolvidos de forma sistemática pelas equipes de saúde. Além disso, em 2002, a Secretaria Municipal de Saúde começou a fazer análises mensais da quantidade de flúor na água – procedimento denominado tecnicamente de heterocontrole de flúor das águas. Os resultados mostram que os teores de flúor apresentam níveis adequados.

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