Vigilância em saúde notifica mais um caso de meningite meningocócica

29/07/2004

Denize Assis

A Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas notificou, nesta quinta-feira, dia 29 de julho, um caso de meningite meningocócica em um bebê de seis meses que está internado no Hospital de Clínicas (HC). O estado de saúde da criança, uma menina, mantém-se estável até o momento. Este é o quinto caso de meningite meningocócica registrado este mês. Três deles, sendo duas crianças e um adulto, foram a óbito. Não há relação entre as ocorrências. No total, em 2004, foram notificados nove casos de meningite meningocócica. No mesmo período de 2003, houve 13.

"A equipe da Vigilância em Saúde já desencadeou as medidas para prevenir a ocorrência de novos casos oriundos deste registro, medida chamada tecnicamente bloqueio", informa a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Vigilância em Saúde de Campinas. O bloqueio é indicado para dois tipos de meningite – por haemóphilus influenzae b e meningite meningocócica -, nas pessoas que tiveram contato próximo e prolongado com o doente, chamadas comunicantes.

A meningite é uma doença infecciosa aguda que pode ser causada por diferentes agentes etiológicos - bactéria, vírus, fungo, protozoário entre outros – e pode atingir todas as pessoas independente da faixa etária. No entanto, é mais comum nas crianças. As meningites bacterianas, que incluem a forma meningocócica, são mais graves e, quando não tratadas, podem levar à morte. Também podem deixar seqüelas. A doença tem tratamento e a maioria dos casos evolui para cura. A literatura médica relata uma letalidade entre 10% e 20% das ocorrências.

Na rede pública de saúde, existe vacinação de rotina contra a meningite por haemóphilus influenzae b, que atinge principalmente crianças menores de quatro anos. Para as meningites meningocócicas não está indicada vacinação como prevenção após contato com um caso, mas apenas o bloqueio das pessoas que tiveram contato com o doente.

A meningite ocorre durante todo ano. No entanto, no inverno, observa-se aumento nas ocorrências de doenças de transmissão respiratória, entre elas as meningites. "Os ambientes fechados favorecem a transmissão que se dá de pessoa para pessoa. Por isso, mesmo com o frio, o ambiente deve estar sempre ventilado. Especial atenção deve ser dada para instituições coletivas como creches e escolas. Nestes locais, as janelas devem ser mantidas abertas", afirma Vicente Pisani Neto, médico sanitarista de Vigilância em Saúde de Campinas.

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